sexta-feira, 28 de abril de 2017

Meditação/Nadia Malta/EMPATIA, UMA VIRTUDE CADA VEZ MAIS RARA!

 EMPATIA, UMA VIRTUDE CADA VEZ MAIS RARA!

Como quem se despe num dia de frio e como vinagre sobre feridas, assim é o que entoa canções junto ao coração aflito”. Provérbios 25.20.

                                                                                            


O apóstolo Paulo falando aos romanos ordena: “Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram”. Como tem sido difícil encontrar empatia em um mundo de pessoas egoístas, ensimesmadas e autorreferentes! Como tem sido difícil sentir a dor do outro em nossos corações! E muito pior que a indiferença é a insensibilidade de muitos com a dor do seu semelhante como: perdas, lutos, enfermidades incuráveis e outras tantas situações. Isto faz a nossa alma padecer de um frio indizível. Sentir e ver a dor do outro é para bem poucos. Na verdade, a dor tem muitas faces e cada uma delas com a sua peculiaridade. E nem todos estão dispostos a sair de sua zona de conforto e encarar essas faces levando alento e consolação! O choro do outro parece incômodo a muitos. Às vezes se quer fazer cessar o choro do outro não como consolo, mas para fazer parar o incômodo!

Parece que tudo que essas pessoas conseguem enxergar é o próprio umbigo. A ilustração do autor de Provérbios é perfeita e traduz muito bem essa triste realidade. Diz ele: “Como quem se despe num dia de frio e como vinagre sobre feridas, assim é o que entoa canções junto ao coração aflito”. Uma das sensações mais incômodas é a de se sentir frio sem um agasalho adequado. O frio é cortante como o aço. Há uma dor e uma sensação de desamparo tão grande. Já imaginou receber uma compressa de vinagre sobre uma ferida aberta? Ou ainda um despir-se em um dia congelado? Assim é o que sente o coração aflito, enlutado e amargurado quando os insensíveis tocam suas canções de alegria ou até desferem gargalhadas, como se a dor do outro fosse invisível!

É como se o aflito pedisse silenciosamente ao insensível: “Por favor, respeite a minha dor!”. Essas situações pedem presenças silenciosas, lágrimas e orações. Nesses dias de partida de minha mãe, estou particularmente calada, circunspecta, pensativa. Diante da morte tudo se esvazia de importância. Preocupamo-nos com tantas bobagens. Tenho falado o essencial até porque não há muito que dizer. É tempo de reflexão sobre a brevidade da vida, sobre a ruptura dos laços e o corte desse cordão umbilical emocional. Contudo, as demandas não param de chegar. A vida continua! O período de luto precisa ser vivido é terapêutico! É necessário percorrer a estrada do luto para que a cura venha. Não há cura para a saudade, mas esta, com o tempo vai se transformando em algo suave ao coração. Mas até que o coração se esvazie da dor é preciso amor, paciência e, sobretudo, consideração. Os três pilares que sustentam a igreja são Palavra (pregação/kerigma), Oração e Comunhão (Koinonia). Talvez o mais difícil pilar seja a comunhão. Cada um desses pilares tem uma função: a Palavra nos alimenta e fortalece para o convívio com os irmãos. É nesse convívio que vamos sendo esmerilhados, treinados por Deus. Recebemos graça para doar graça especialmente aos que não merecem, do contrário a graça não seria graça. E é na comunhão com os irmãos que temos comunhão com o Senhor por meio da oração. A esse respeito diz o apóstolo João em sua primeira carta: “Se alguém afirmar: "Eu amo a Deus", mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê”. E ele fala aqui da irmandade espiritual, que é a verdadeira. Que a graça nos assista no convívio com os nossos irmãos!


Tenho a impressão que os que agem como se o outro não estivesse passando por nenhuma dificuldade, devem ser cegos ou de uma insensibilidade absurda, que beira o desequilíbrio. Tenho pensado muito nesses dias sobre a necessidade de empatia, que é a capacidade de se colocar no lugar do outro sentindo a sua dor. Aliás, como cristãos professos nós precisamos treinar o chegar junto, sobretudo, silencioso e atento. Deixemos que a observação e a ação substituam as palavras inúteis. Substituamos também os confrontos pelas orações. Sobretudo, quando não conseguimos exortar em amor. Sejamos benignos e compassivos uns com os outros! Todos nós estamos sendo tratados. Estamos todos em obras nenhum de nós está pronto! Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/

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