quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sermão/Pra. Nadia Malta/SEJAMOS ESPERANÇOSOS!

SEJAMOS ESPERANÇOSOS!
“Ora, o Deus de toda graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar.”
I Pedro 5:10


OBJETIVO
Apresentar à igreja as razões pelas quais devemos exercitar uma viva esperança.

IDEIA CENTRAL DO TEXTO
A primeira Epístola do apóstolo Pedro é chamada muito apropriadamente de carta da esperança. A epístola começa e termina falando sobre isso.

Pedro aqui não fala de uma esperança qualquer, mas de uma viva e real esperança no meio do “fogo ardente”, que são as provas pelas quais passamos.

No capítulo cinco da epístola, Pedro dá aos seus leitores três ordenanças para auxiliá-los a enfrentar as dificuldades da vida: Sejam humildes! Vs.5-7; Sejam vigilantes! Vs.8,9; e finalmente: Sejam esperançosos! Vs. 10-14. Essa ultima exortação é a ideia central do texto.

INTRODUÇÃO
Nunca foi tão necessário, a bem da nossa saúde espiritual e emocional, um reconhecimento da proteção e controle de Deus sobre as nossas vidas, muito embora, o nosso adversário faça de tudo para nos convencer do contrário.

Tudo parece concorrer para que percamos o equilíbrio diante das situações que se levantam como gigantes vindos do inferno para nos assolar.

Um ano finda e outro começa, o que passou levará as lutas enfrentadas, as vitórias computadas e o novo ano trará consigo novos desafios e novos obstáculos a transpor, batalhas a enfrentar e serem ganhas. Por isso gostaria de terminar este ano e começar o próximo com as palavras de esperança do apóstolo Pedro nesta epístola. A lucidez desse apóstolo nos dá conta de que mesmo em meio às batalhas mais intensas podemos sim ter esperança no Deus vivo que não nos deixa andar sozinhos. Portanto esperança é a palavra de ordem para o ano novo!

Uma das vantagens do adversário, alcançadas sobre nós, é a nossa ignorância a cerca da profundidade do conhecimento de Deus e da provisão da sua graça para nós. O próprio Deus diz em sua Palavra que o seu povo está sendo destruído por falta de conhecimento dessa Palavra, outros conhecem a Palavra e se rebelam contra ela, nesse caso o sofrimento ainda é maior. Os. 4.6; Is. 1.19,20

PEDRO APRESENTA AQUI QUATRO RAZÕES PARA MANIFESTARMOS UMA ATITUDE DE ESPERANÇA:

1. Temos a suficiência do Deus de toda graça – v.10: “Ora, o Deus de toda a graça”:
  • A salvação é pela graça – I Pe 1.10; Ele nos chamou antes de o invocarmos - Somos “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas”. I Pe 1.2; Fomos regenerados para ter uma viva esperança: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” I Pe 1.3; Ele nos amou primeiro, nos escolheu em Cristo antes da fundação do mundo.
  • Precisamos compreender baseados na sua Palavra que não devemos temer tudo que ele tem permitido que experimentemos. A graça de Deus é multiforme e apropriada para todas as situações da vida - I Pe 4.10
  • Quando nos sujeitamos ao Senhor, ele nos concede a graça de que precisamos, porque ele é o “Deus de toda a graça”. Alcançar graça é alcançar o favor de Deus apesar de nós. Por isso devemos permanecer firmes nessa suficiente graça –v.12

2. Fomos chamados à sua eterna glória – v.10: “Que em Cristo vos chamou à sua eterna glória”
  • Tudo o que começa com a graça de Deus conduz à glória. Ele nos “chamou à sua eterna glória”. Essa é a herança para a qual nascemos – I Pe 1.4
  • Se dependermos da graça de Deus ao sofrermos, esse sofrimento redundará em glória.
  • Mas essa expressão tem duas conotações: a glória excelsa de Deus para a qual fomos chamados tanto se trata da eternidade com o Senhor quanto à própria presença de Deus na qual estamos no tempo presente!.

3. O sofrimento presente é apenas por breve tempo – v.10: “Depois de terdes sofrido por um pouco”
  • O texto diz que o sofrimento pelo qual passamos é apenas por um pouco, mas a glória resultante é eterna. Paulo diz em II Co 4.17: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz em nós eterno peso de glória, acima de toda comparação”.
  • Nossas tribulações têm prazo de validade. A sua duração é limitada. “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã”.

4. Sabemos que as provações constroem o caráter cristão – v.10: “Ele mesmo, vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar”
  • Pedro usa quatro palavras para descrever o tipo de caráter que Deus deseja forjar em nós:
  • Aperfeiçoar = significa equipar, ajustar, encaixar, amadurecer. É isso mesmo que Deus quer fazer conosco nos ajustar à sua Palavra, nos conformar à imagem de Cristo. Rm 8.28,29; nos elevar a estatura de varões perfeitos.
  • Deus usa vários instrumentos para equipar as pessoas para a vida e o serviço cristãos. O sofrimento é um desses instrumentos. Tem sido pelos séculos dos séculos o grande formão de Deus para esculpir em nós o seu caráter.
  • Outros meios através dos quais ele opera em nós e através de nós são: A Palavra de Deus - II Tm 3.16,17; a Comunhão e o Ministério (serviço) Ef 4.11-16.
  • “O Salvador, do céu nos aperfeiçoa para que façamos a sua vontade e realizemos a sua obra na terra”.
  • Firmar = fixar com firmeza ou prender firmemente. Os cristãos não devem ser inconstantes em relação ao seu caminhar em Cristo – Tg 5.8
  • Essa firmeza e fortalecimento se dão por meio da Verdade de Deus, expressa em sua Santa Palavra, na qual estamos confirmados – II Pe 1.12
  • O cristão firme jamais desistirá de Deus durante as lutas perseguições, aflições e muito menos será desviado pelas falsas doutrinas. O salmista no Sl.125.1 diz: “Os que confiam no Senhor são como o Monte Sião, que não se abala, firme para sempre”.
  • Fortificar = fala de fortalecimento em Deus; Deus nos dará forças para lidar com aquilo que a vida exige de nós. Somos revestidos de um poder sobrenatural, até então desconhecido.
  • De que adianta estarmos firmados sobre alicerces sólidos, se não tivermos forças para agir? Essa força virá de Deus.
  • Fundamentar = alicerçar; lançar uma base, um fundamento.
  • Jesus disse em Mt 7.24-27 que a casa alicerçada sobre a rocha se mantém firme na tempestade.
  • O cristão equipado por Deus está firmado, fortalecido e fundamentado sobre a Rocha Eterna que é o próprio Cristo e este ressurreto. Este não será jamais abalado.
  • Quando um incrédulo passa por aflições, logo perde a esperança, mas para o cristão o sofrimento faz crescer a esperança; na verdade ainda que ele morra, há esperança. – Rm 5.3,4; em II Co 4. 16 Paulo diz: “Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia”.
  • Deus constrói o caráter e aviva a esperança quando o cristão confia nele e depende de sua graça. Como resultado, Deus é glorificado!

CONCLUSÃO
O que Pedro nos ensina aqui?
  1. Contamos com a suficiência do Deus de toda a graça que nos sustenta em toda e qualquer situação. Essa graça é poderosa para todas as coisas que dizem respeito a nós. Sabemos para onde vamos e em quem cremos. Estamos aqui só de passagem e os percalços do caminho não devem nos fazer esmorecer.
  2. O nosso sofrimento tem tempo de duração, prazo de validade e redundará em glórias para Deus.
  3. As provações constroem em nós o caráter de Cristo.
  4. Para nos aperfeiçoar, O Senhor nos equipa: nos firmando em Sua Palavra, nos fortalecendo nele e na força do seu poder e nos fundamentando, nos  alicerçando na Rocha eterna que é o Senhor Jesus Cristo nosso Salvador e Senhor. Que no novo ano mesmo que haja lutas, seja de grandes vitórias, sobretudo a vitória da fé sobre a incredulidade, da persistência sobre o desanimo, da esperança viva sobre a desesperança em nome de Jesus Cristo!

Aleluia, amém!

Sermão/Pra. Nadia Malta em 28/12/2011 - nadiamalta@hotmail.com; pra.nadiamalta@gmail.com; http://ocolodopai.blogspot.com.

Este material pode ser reproduzido e utilizado para fins evangelísticos e de edificação, desde que seja mencionada a fonte, e a Fonte é o Espírito Santo de Deus.

Sermão/Paul Washer/PERSEVERE EM ORAÇÃO!


domingo, 25 de dezembro de 2011

Sermão/Pra. Nadia Malta/BOA NOVA DE GRANDE ALEGRIA!

BOA NOVA DE GRANDE ALEGRIA! Lc. 2.10, 11


(O que é o Natal para você?)
O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o salvador, que é Cristo, o Senhor”. 

Objetivo: Levar os ouvintes a meditar sobre o real sentido do Natal.

Ideia Central do texto (ICT):
Os versículos lidos estão inseridos no contexto do capítulo dois do Evangelho de Lucas que relata o nascimento de Jesus Cristo. Até aí não percebemos nenhuma novidade, no entanto, ao garimparmos as palavras desses dois versículos anunciadas pelo anjo aos pastores, percebemos que elas respondem a pergunta inevitável nesses dias: O que realmente significa o Natal? Natal é nascimento, nascimento do Cristo, o Verbo que se fez carne, que tabernaculou para nos reconciliar com o Pai. A Boa Nova é que Deus está vivo, presente e agindo. Deus experimentou ser homem com suas dores e limitações. Ele fez isso para entender o homem do ponto de vista do homem. Por isso o Natal do Cristo é a Boa Nova de grande alegria e precisa ser festejado sempre, diariamente, cada vez que o Cristo nasce em um coração!

Introdução:
O que significa o Natal para o mundo? As respostas a essa pergunta são as mais inacreditáveis. As pessoas dizem coisas do tipo: ah, o natal é juntar a família; o Natal é comida farta; o natal é rabanada; é festa; é roupa nova; ah, é panetone. Outro dia ouvi alguém dizer: Ah, peru da sadia, aquele que apita quando fica pronto tem cheiro de natal; natal é árvore enfeitada, é papai Noel; é luz. Alguns ainda esboçaram vestígios de uma espiritualidade centrada no homem, do tipo: natal é esperança; é paz; é vida nova; é caridade. Pouquíssimos, no entanto, são os que se lembram do Senhor Jesus Cristo, a Palavra Viva de Deus, o Verbo que se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de Verdade que mostrou a sua glória, como do unigênito do Pai, e, sobretudo desse nascimento diário como a Brilhante Estrela da alva que nasce em cada coração que o recebe, nas palavras do apóstolo Pedro em sua segunda epistola, Por isso é sempre Natal para todo que aquele que o recebe como Senhor e Salvador.

A humanidade tem vivido a cada ano um natal sem Cristo, vazio de sentido, esta é a triste realidade. Nunca se fez tão necessário os cristãos reivindicarem o lugar que é por direito do Cristo. Embora saibamos que Jesus não nasceu em dezembro, todavia, Ele nasceu e este nascimento dividiu e mudou a história da terra e pode mudar a história de cada homem e de cada mulher que habita este mundo.

OS VERSÍCULOS LIDOS NOS MOSTRAM TRÊS RAZÕES PELAS QUAIS O NASCIMENTO DE JESUS É A BOA NOVA DE GRANDE ALEGRIA PARA TODO O POVO:

  1. O Natal é a Boa Nova de grande alegria porque Jesus é o Salvador do mundo:
  • Jesus veio realizar obra reconciliadora do homem com Deus, na verdade, Ele é a manifestação visível do Deus invisível, Ele é o único Caminho que nos leva ao Pai (Jo. 14.6). Ele é a nossa Esperança. Aliás, Ele é chamado de a Esperança de Israel, tanto Israel nação como o Israel espiritual de Deus, que é a Igreja. A triste condição do homem sem Deus é morto em seus delitos e pecados, Jesus veio como salvador para restaurar o relacionamento do homem com Deus.
  • Ele veio para livrar o homem da morte eterna, que é a eterna separação de Deus.
  • O Apóstolo Paulo em Cl. 1.13-15 diz que o Senhor: “Nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação”.
  • Precisamos nos alegrar porque Jesus é o nosso Salvador. Em Jo 3.16 o Senhor diz: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna”.
  • Esse é o primeiro motivo de grande alegria para todo o povo: Jesus veio como Salvador para reconciliar o homem com Deus. Ele disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundancia”. Jo. 10.10b

  1. O Natal é a Boa Nova de grande alegria porque Jesus é o Cristo de Deus:
  • A palavra Cristo significa Enviado, Consagrado, Ungido de Deus. Ele é o Messias prometido no Velho Testamento. Jesus é o “Rei dos Reis o Senhor dos Senhores”.
  • Ele não veio fundar uma religião, mas estabelecer um reino.
  • Todos quantos crêem nele e o recebem se tornam súditos do Grande Rei e filhos de Deus.
  • O segundo motivo de alegria para comemorarmos o natal de Jesus como a grande boa nova é que Ele é o Cristo prometido por Deus desde o princípio. Aqui Deus toma a iniciativa e vem na direção do homem. Alegremo-nos e regozijemo-nos nele!

  1. O Natal é a Boa Nova de grande alegria porque Jesus é o Senhor:
  • Jesus é o Senhor, além de Salvador e Cristo. Isto significa que toda autoridade lhe foi dada no céu, na terra e embaixo da terra. Todos os universos visíveis e invisíveis estão debaixo do seu comando soberano.
  • Jesus é o Kyrios (palavra grega que significa Senhor). É difícil uma tradução literal dessa palavra para o português, mas o sentido que mais se aproxima do original é: Aquele que tem a Autoridade Máxima e está absolutamente no controle soberano de todas as coisas!
  • Portanto Jesus Cristo, o Enviado de Deus alem de ser o nosso Salvador, Ele também deve ser recebido como Senhor da nossa vida. Nos dias de seu nascimento Cezar era o imperador de todo o império Romano (chamado de kyrios=senhor) e isso representava um jugo violento sobre todo o povo. Por isso, o terceiro motivo de grande alegria para comemorarmos o Natal é que nasceu o Verdadeiro Kyrios= O SENHOR, Aquele que possui toda a autoridade sobre tudo e todos, perto do qual Cezar ou qualquer outra autoridade terrena é reputada em nada.
  • Assim, só Jesus Cristo é digno de toda honra e de toda glória porque Ele tem toda autoridade conferida pelo Pai. Jesus demonstrou a sua autoridade como Senhor sobre as enfermidades, deformidades, sobre os espíritos malignos, sobre as tentações, sobre as situações caóticas, sobre a morte, sobre as forças da natureza, sobre as tradições. Nas palavras do profeta Isaias (9.6) é dito: Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome é Maravilhosos Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da paz”.
  • Recebê-Lo como Senhor pressupõe obediência.

CONCLUSÃO: O que aprendemos aqui?
  1. Embora não saibamos o dia certo do nascimento de Cristo, temos sim, motivos para celebrar esse Natal, porque Jesus nasceu!
  2. O Natal para os que não sabem é Boa Nova de Grande Alegria, porque nasceu Jesus, o Salvador, que é Cristo o Senhor!
  3. Se você já é um cristão, aleluia! Se ainda não é, tome hoje essa decisão: ofereça-se a Jesus Cristo como um presente. Convide-O para morar em seu coração e entregue a ele o Senhorio absoluto de sua vida. Que a Estrela da Alva nasça hoje em seu coração!
Aleluia, Amém!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Artigo/John Piper/OS CRISTÃOS DEVERIAM COMEMORAR O NATAL?

OS CRISTÃOS DEVERIAM COMEMORAR O NATAL?

Eu compreendo aqueles que querem ser rigorosamente e distintamente Cristãos. Que querem ser libertos do mundo e qualquer raiz pagã que possa repousar sob nossa celebração do Natal, mas não me posiciono da mesma maneira nesta questão porque penso que chega um ponto onde as raízes já estão distantes de tal forma que o significado presente não carrega mais nenhuma conotação pagã. Fico mais preocupado com um novo paganismo que se sobreponha a feriados cristãos.

Eis um exemplo que eu uso: Todo idioma tem raízes em algum lugar. A maioria dos nossos dias da semana [em inglês] —se não todos— saíram de nomes pagãos também. Então deveríamos parar de usar a palavra “Sunday” (domingo) porque ela pode ter estado relacionada à adoração ao sol em um tempo distante? No inglês moderno, “Sunday” (domingo) não carrega aquela conotação, e é a própria natureza do idioma. De certa forma, os feriados são como a linguagem cronológica.

O Natal agora significa que marcamos, no meio cristão, o nascimento de Jesus Cristo. Nós achamos que o nascimento, a morte e a ressurreição de Cristo são os eventos mais importantes na história humana. Não marcá-los de alguma forma, através de uma celebração especial, me parece que seria insensatez.

Eu lembro de ter sido vizinho de um casal nos tempos de seminário que não celebrava os aniversários de seu filho. A ideia era, em parte, que todos os dias eram especiais para o menino. Mas se todos os dias são especiais, então provavelmente significa que não há dias especiais. Contudo, algumas coisas são tão boas e preciosas — como aniversários e até mesmo mortes — que são dignas de serem marcadas. Quão mais o nascimento e a morte de Jesus Cristo!

Realmente vale o risco, mesmo que a data de 25 de Dezembro tenha sido escolhida por causa de sua proximidade com algum tipo de festival pagão. Vamos apenas tomá-la, santificá-la e fazer o melhor com ela, porque Cristo é digno de ser celebrado em seu nascimento.

Não há motivo para escolher outra data. Não vai funcionar.
Artigo/John Piper

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Sermão/Pra. Nadia Malta e Manoela Malta/UMA CONSAGRAÇÃO CONTÍNUA

UMA CONSAGRAÇÃO CONTÍNUA
Romanos 12:1,2


OBJETIVO
Mostrar à igreja que para nos relacionarmos intimamente com um Deus Santo, precisamos nos santificar a cada dia.

INTRODUÇÃO
No texto lido, Paulo aponta para a dinâmica da santificação e destaca o Culto Racional como sendo o processo pessoal e singular através do qual conduzimos a nossa santificação, sem a qual, diz a Palavra, “ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14).

Porém, o Culto Racional, infelizmente, tem sido muito pouco praticado pelos cristãos hoje em dia, porque é um culto que passa pela razão, passa pela vontade e não pelo sentimento. Mas, não é isso que ouvimos facilmente. Muitas vezes, preferimos nos alimentar de mensagens açucaradas que confortam nossos corações e nos fazem permanecer na mesma mornidão espiritual que não nos incomoda, nem nos impulsiona a passar por cima dos apelos da nossa carne para dar lugar ao Espírito.

Compramos a ideia de que Deus simplesmente nos aceita como somos, mas esquecemos que Ele nos recruta para uma dura jornada de Santificação, de mudança, de abandono de antigas práticas que ferem o Espírito de Deus e repetimos sem culpa: “Quando Deus quiser, Ele vai me mudar!”. Deus QUER, o problema é que, muitas vezes, NÓS é que não queremos contrariar nossa carne. E é aí que o apóstolo Paulo nos convoca a nos apresentarmos como sacrifício santo e agradável a Deus que é o nosso CULTO RACIONAL.

MAS, PARA QUE POSSAMOS, MAIS ADIANTE, COMPREENDERMOS DE QUE SE TRATA O CULTO RACIONAL, ENQUANTO PROCESSO DE SANTIFICAÇÃO, PRECISAMOS, PRIMEIRO, PERCEBER ATENTAMENTE O QUE ELE NÃO É:
  • O culto racional não é “ir à igreja”. Ele transcende os limites do ajuntamento solene e das liturgias: ele é invisível, as pessoas em volta não o vêem enquanto ele acontece, elas vêem apenas os frutos dele em sua vida.
  • Ele não se baseia nos sentimentos, ou nas emoções, não se deixa conduzir pelos “emocionalismos” tão fáceis de acontecer em ajuntamentos: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9). 

Ao contrário disso, o culto racional é fruto do conhecimento daquilo que Deus requer de nós: é fruto da obediência, é cumprirmos uma ordenança de Deus, mesmo quando a vontade da nossa carne pede o contrário.

MAS, AFINAL, EM QUE CONSISTE O CULTO RACIONAL DO QUAL PAULO NOS FALA? TRATA-SE DE UM PROCESSO PESSOAL E RACIONAL DE SANTIFICAÇÃO QUE COMPREENDE TRÊS ASPECTOS FUNDAMENTAIS E INEGOCIÁVEIS:

1. A entrega do Corpo a Deus (v. 1):
  • Antes de nos entregarmos ao senhorio de Cristo: nossos corpos eram usados como instrumento de iniquidade, destinado à satisfação imediata de todos os prazeres pelos quais a carne clama dia e noite, afinal, não somos pecadores porque pecamos, nós pecamos porque nossa natureza é PECAMINOSA.
  • Depois de nos entregarmos ao senhorio de Cristo: nossos corpos são consagrados a Deus como instrumentos de honra para o louvor da Glória de Deus. E essa consagração precisa ser diária: o jejum. Essa é a prática de colocar nossos desejos e inclinações pecaminosas no altar do sacrifício, para que, sendo elas sacrificadas, tenhamos cada vez mais comunhão com Deus, experimentando, assim, a genuína adoração.
  • Os pecados que abrigamos durante anos a fio, tornam-se ídolos em nossas vidas e, como tais, ocupam o lugar que só ao Senhor é devido! Por isso, o jejum de nossas inclinações nos conduz à verdadeira adoração, porque reposiciona o Senhor no lugar que é Dele em nossas vidas. 

2. Entrega da mente a Deus (v. 2a):
  • Vivemos hoje a cultura da normalização do pecado, da chamada “ética do desejo”, que diz que você precisa ser “coerente com seu desejo”. Isso nos é incutido por diversos meios, por slogans, por movimentos culturais, filosóficos, etc. A ideia é desfazer em nossas mentes a ideia de pecado, de certo e errado e levar-nos a achar que “tudo é certo, só depende do ponto de vista”. Isso é o movimento de “conformação”, é o movimento de fazer com que nossas mentes sejam “conforme o mundo”, conforme aquilo que o mundo dita. Mas não é isso que o Senhor espera de nós.
  • Em nosso processo de santificação, precisamos ser “TRANSFORMADOS PELA RENOVAÇÃO DAS NOSSAS MENTES”. Aqui, o termo “transformado” é usado com o mesmo sentido de “transfigurado”, como foi Jesus no Getsemani.
  • Aqui, Paulo nos convoca a uma transfiguração, a resplandecermos a Glória de Deus pela renovação das nossas mentes. E como nossas mentes serão renovadas? A resposta está em Hebreus 4:12: “Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e os propósitos do coração”.
  • Quando nos enchemos da Palavra, nossas mentes são renovadas e nós somos transfigurados e passamos a refletir a Glória de Deus e nos tornamos aptos para discernir aquilo que se passa em nossa mente. E é através da Palavra de Deus que nós adquirimos uma mente nova: A MENTE DE CRISTO. E esse também é um exercício diário: “conhecer as Escrituras e o poder de Deus!”. Esse poder é o que nos transforma! 

3. A entrega da nossa vontade a Deus (v. 2b):
  • No último domingo, falamos sobre a entrega dos nossos sonhos a Deus, para que Ele realize em nós a Sua Vontade Santa, porque os pensamentos e os caminhos Dele são mais altos que os nossos.
  • A entrega da nossa vontade a Ele também faz parte do nosso Culto Racional, o sacrifício dos nossos sonhos para que os sonhos Dele resplandeçam em nós.
  • Assim como os nossos corpos devem servir à vontade de Deus, nossa vontade precisa, igualmente, estar sujeita aos planos eternos Dele. E isso é um exercício de santidade na medida em que nos tira do centro e coloca Jesus no centro de todas as coisas e, dessa maneira, nos “humilhamos ante a poderosa mão do Senhor, para que Ele, em tempo oportuno, nos exalte” (I Pedro 5:6)! 

4. Qual o resultado dessa entrega? (v. 2c):
  • Vamos experimentar a BOA, AGRADÁVEL E PERFEITA VONTADE DE DEUS, porque todo o nosso ser: corpo, alma, espírito, vontade, estarão debaixo do senhorio de Cristo.
  • O processo de santificação forja em nós o caráter e a mente de Cristo.
  • Apressamos o cumprimento da vontade de Deus em nossas vidas, na medida em que prestamos a Ele nosso Culto Racional.


ALGUMAS LIÇÕES PRÁTICAS QUE PODEMOS TIRAR DO ESTUDO DESSE TEXTO:
  1. A consagração precisa ser diária: algumas de nossas inclinações serão sempre o nosso espinho na carne, que nos lembrará o quanto somos radicalmente dependentes de Deus, por isso, precisamos vigiar e orar. Nossa carne não se converte, ela precisa ser domada!
  2. Precisamos estar alertas: a salvação instantânea do espírito não significa transformação imediata do nosso caráter e das nossas inclinações. Lucas 21:19 nos diz: “É na vossa perseverança que ganhareis a vossa alma”.
  3. Precisamos JEJUAR para matar a carne de fome: tudo aquilo que nos rouba de Deus precisa morrer em nós. 

Em Cristo,
Pra. Nadia Malta
Manoela Malta

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Artigo/Pra. Nadia Malta/TENSÃO PRE-NATALINA TPN

“TENSÃO PRÉ-NATALINA- TPN”

Outro dia li um artigo, não sei se da minha filha, acredito que sim, falando sobre essa tensão que acomete a muitos neste período do ano. Achei interessante pela sacada do trocadilho análogo com a TPM tão temida que é apresentada pela maioria esmagadora das mulheres em dado período do mês, para desespero dos homens. Affffffffffffff, falando nisso, não tem quem aguente! É preferível nem lembrar! Contudo, isso são águas passadas pelo menos para mim que já passei dessa fase.

Voltando ao assunto festas de fim de ano, especialmente o Natal, confesso que não gosto dessa época e se pudesse dava uma prega do dia 30 de novembro até mais ou menos meados de janeiro, quando toda essa agonia é serenada e a vida volta à normalidade. O Natal tem se esvaziado completamente de seu real sentido, que seria a comemoração do nascimento do Cristo, embora saibamos todos que ele nem nasceu em dezembro, mas estaria valendo se as pessoas tivessem a percepção de que o Verbo de Deus “se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade”. Quem se lembra disso? Poucos, bem poucos mesmo.

A festa virou acontecimento pagão com a figura do Papai Noel tomando o lugar que seria de direito do aniversariante, Jesus, que sequer é mencionado. Nesta época, as ruas e especialmente o comércio, se enchem de pessoas ávidas para gastar até o último centavo para comprar presentes vazios de sentido para não fazer feio nas confraternizações multiplicadas nesses dias. Confraternizações, que são um capítulo a parte no meio dessa parafernália toda, onde as pessoas nem conseguem curar de um porre e já entram em outro, é terrível!. E haja campanhas: Fome Zero, Natal sem fome, Doe um prato de comida, É tempo de dividir e por aí vai, como se as pessoas necessitadas só precisassem comer nessa época. Faça isso nesses dias, mas faça durante o resto do ano também! Abrace, compartilhe, divida o pão, distribua sorrisos, cumprimente, empreste seus ouvidos, estenda a mão, presenteie durante todos os dias do ano. A impressão que tenho nesta época é estão todos envolvidos em uma grande e intensa maratona para ver quem consegue participar mais de confraternizações e amigos secretos, pra ver quem consegue dar mais presentes, para ver quem faz a árvore maior e mais iluminada. Ufa, cansei!

Jesus nasceu em Belém há mais de dois mil anos atrás, mas tem nascido ininterruptamente nos corações a cada dia, nos lembremos disso, festejemos isso, compartilhemos isso o tempo todo. Que nós os cristãos procuremos resgatar o lugar do aniversariante pelo menos em nossas casas e igrejas. O mundo inteiro tem festejado um Natal sem Cristo, de Papai Noel, árvores, duendes e renas. Qual o significado de tudo isso? Uma grande e diabólica mentira, na tentativa bem-sucedida, de tirar a atenção do Cristo, até mesmo no meio dos cristãos.

Acho que estou mesmo com TPN e ela é inevitável, mas como sou viciada na esperança e não posso dar a prega que queria para pular essas festividades, oro como o apóstolo Pedro em sua segunda carta (IIPe.1.19) desejando “Que o dia clareie e as Estrela da Alva nasça em vosso coração!”. Feliz Natal (nascimento de Jesus) para todos quantos o receberam com o Senhor e Salvador!
Artigo/Pra. Nadia Malta – nadiamalta@hotmail.com; pra.nadiamalta@gmail.com; HTTP://ocolodopai.blogspot.com



Sermão/Manoela Malta/OS SONHOS DE DEUS SÃO MAIS ALTOS QUE OS NOSSOS

OS SONHOS DE DEUS SÃO MAIS ALTOS QUE OS NOSSOS
Jeremias 29.11


OBJETIVO
Levar a Igreja à reflexão acerca da necessidade de buscarmos os sonhos de Deus pra nós e não os nossos próprios.

INTRODUÇÃO
O versículo lido está no contexto de uma carta que foi enviada pelo profeta Jeremias aos cativeiros de Babilônia. Nessa carta, ele transcreve as palavras do próprio Deus ao seu povo, ordenando que as pessoas ali fizessem casas, casassem, dessem suas filhas em casamento, plantassem, colhessem, enfim, VIVESSEM, mesmo no cativeiro.

Imagine comigo a seguinte situação: você, durante anos da sua vida, nutre um sonho. Talvez seja o de ter determinado emprego, talvez seja o de morar fora, talvez seja casar, ter filhos, etc. Você cuida desses sonhos com o maior carinho, com a maior dedicação, fala sobre isso, cuida de cada detalhe e então, de repente, chega alguém pra você e diz: “pode ir descendo dessa nuvem que não vai ser nada disso que você está pensando!” Como você se sentiria? O que você diria para essa pessoa? Você aceitaria isso facilmente, ou você lutaria pelo seu amado sonho?

Na Bíblia, nós encontramos o exemplo de duas pessoas que viram seus sonhos serem despedaçados.

OS SONHOS DE JOSÉ
Gênesis 37:5-10 – José era o penúltimo de doze irmãos, filho da mulher amada de seu pai, Jacó, que tinha por ele um carinho todo especial. José era jovem, talvez sonhasse em casar, ter sua família, ter muitas terras e poder ser o cabeça de sua família. Certo dia, José sonha que os feixes dos irmãos se inclinavam perante ele e depois sonha com o sol, a lua e mais onze estrelas que se inclinavam diante dele. Esses sonhos indicavam que toda sua família se inclinaria diante dele.

OS SONHOS DE MARIA
Lucas 1:26,27 – Com mais ou menos 15 anos de idade, Maria preparava-se para casar, com todos os sonhos e expectativas de uma jovem noiva. Ser uma mulher sozinha, naquela época, era uma vergonha e ela teve a graça de encontrar um bom marido, um homem justo (Mateus 1:19).

Dois jovens servos de Deus, cheios de sonhos, cheios de planos!! Mas que viram seus sonhos ameaçados...

O DESMORONAMENTO DOS SONHOS DE JOSÉ
Gênesis 37:28 – José é vendido aos ismaelitas pelos próprios irmãos. Ele viu o desmoronamento do seu sonho de ser livre, de ter uma família, de ser dono de terras. Num instante, José viu ruir aquele sonho de que os irmãos se inclinariam diante dele: ele é quem estava em poder dos irmãos que resolveram lhe fazer mal! José foi usurpado, violentado pelos próprios irmãos, teve seus sonhos roubados...

OS SONHOS DE MARIA EM XEQUE!
Lucas 1:31 – Como Maria explicaria aquele filho? O que as pessoas falariam dela? O que José pensaria? O que ele faria? Numa só frase, aquele anjo desmoronou os sonhos da jovem Maria que, ao que parecia, seria uma mãe solteira, mal falada por toda a região. O nome de José, seu noivo, seria envergonhado e talvez ela fosse apedrejada por adultério. Assim, acabaria de vez o sonho de Maria de ser uma esposa feliz, de ter sua casa e lindos filhos com o bom marido que José seria.

DIANTE DE TUDO ISSO, COMO JOSÉ E MARIA REAGIRAM À IMINENTE DESTRUIÇÃO DOS SEUS SONHOS?
José – A Palavra de Deus não descreve nem uma reação sequer de José àquilo que seus irmãos lhe fizeram. A impressão que temos na leitura do texto é que ele comportou-se como um cordeiro manso. Talvez alguém possa dizer: “José foi fraco! Ele não lutou pela sua liberdade, ele não lutou contra a injustiça que seus irmãos estavam cometendo!” Mas José sabia a quem ele servia! Nos capítulos subsequentes, vemos José ser levado à casa de Potifar, ser caluniado por sua mulher, ser preso e, a partir de então, Deus lhe concede o dom de interpretar sonhos. E em vários momentos lemos a frase: “O Senhor era com José!” Ele estava preso. Estava, aparentemente, longe da realização dos seus sonhos, MAS O SENHOR ERA COM ELE! E como ele agiu no cativeiro? Foi benigno, foi correto, não se rebelou, não bradou que Deus fora injusto com ele, nem que ele fora roubado e injustiçado. Ele HONROU o nome do Senhor em seus atos, palavras e pensamentos! Sua intimidade com Deus lhe fazia saber que O Senhor cumpre suas promessas e faz planos para os seus filhos. José não estava à deriva!

Maria – Como a maioria das adolescentes, a primeira reação de Maria foi a curiosidade: “Como será isto, pois não tenho relação com homem algum?” (v. 34) e depois, Maria reage como uma serva fiel que ela era, que crê no impossível e no agir de Deus (v. 38): “Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra!”. Maria não esperneou, não argumentou com o anjo, não lhe falou das consequências de uma gravidez nesses termos, nem perguntou o que seu noivo iria pensar. Ela sabia que o Senhor tinha para ela “pensamentos de paz e não de mal” para a sua vida! E que ser parte do plano de Deus era muito melhor, muito mais perfeito do que realizar seus sonhos e planos pessoais.

MAS, POR QUE DEUS INTERFERIU NOS PLANOS DE JOSÉ E MARIA? QUAL ERA O PROPÓSITO SANTO DELE PARA ISSO?
A resposta começa em Isaías 55:8,9: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor, porque assim como os céus são mais altos do que a Terra, assim são os meus caminhos mais altos que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.”

DEUS TINHA PLANOS E SONHOS MUITO MAIORES PARA SEUS SERVOS JOSÉ E MARIA!!!
Se José tivesse realizado seus próprios sonhos e desejos, talvez ele tivesse se tornado dono de muitas terras próximas às terras dos seus pais e irmãos, tivesse casado por ali mesmo e tivesse tido vários filhos e... tivesse morrido ele, os filhos, os pais, e toda sua família de fome!

Gênesis 45:5-8 – Deus “destruiu” o sonho de José de ser dono de algumas terras lá em Canaã, para torná-lo o homem mais poderoso do Egito depois de Faraó e para salvar a vida de toda sua família, logo, de toda a descendência de Jacó, da qual, muitas gerações depois, viria o Messias, da tribo de Judá, filho de Jacó e irmão de José! Deus sonhou mais alto do que José, pensou mais alto que ele e foi capaz de lhe dar muito mais do que tudo aquilo que José seria capaz de pedir ou pensar! José saiu da mediocridade dos seus sonhos pessoais para se tornar peça-chave do grande plano de DEUS!

Se Maria tivesse realizado os próprios sonhos, talvez ela tivesse tido um casamento feliz, com os filhos que ela queria, com o homem justo que viria a ser seu marido. Mas, quem seria Maria? Será que hoje nós saberíamos quem tinha sido aquela mulher? Será que a vida dela teria feito alguma diferença na história da humanidade? Veja o que aconteceu com Maria, em Lucas 1:31-33,35: Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim(...) Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus.” E, no versículo 48b e 49a, Maria diz: “Porque, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada, porque o Senhor me fez grandes coisas.”

Maria saiu do anonimato de uma mera esposa feliz, como tantas outras da história, para ser a mulher que gerou em seu ventre o VERBO DA VIDA, A ENCARNAÇÃO DO INVISÍVEL, A SALVAÇÃO DE ISRAEL, O CORDEIRO SANTO DE DEUS, A BRILHANTE ESTRELA DA MANHÃ, O PRÍNCIPE DA PAZ. E NENHUMA OUTRA MULHER EM TODA A HISTÓRIA DA HUMANIDADE RECEBEU MAIOR DÁDIVA DO QUE ESSA! Maria sentiu o próprio Deus encarnado mexendo em seu ventre e nada disso teria acontecido em sua vida se ela tivesse se recusado a colocar seus próprios sonhos no altar do sacrifício, se ela não tivesse preferido os sonhos de Deus ao invés dos seus próprios.

Maria e José faziam parte do Grande PLANO DE DEUS: O PLANO DA SALVAÇÃO ATRAVÉS DO NASCIMENTO, MORTE E RESSURREIÇÃO DE CRISTO!

Quais têm sido os nossos sonhos e planos? Como temos reagido diante de um plano ou sonho nosso que se frustra?

O QUE PODEMOS APRENDER COM ESSES PERSONAGENS?
  1. Quando entregamos nossas vidas ao Senhorio de Cristo, nossa vida já não nos pertence: nós existimos por ELE e para ELE!
  2. Quando tudo sair do SEU script, prepare-se: acaba de entrar em cena o roteiro de Deus pra sua vida!
  3. Seu melhor sonho ou seu plano mais detalhado, mais mirabolante, mais brilhante e mais fantástico, JAMAIS chegará aos pés daquilo que Deus sonha e planeja para a sua vida!
  4. O solo do coração de Deus é o melhor lugar para plantarmos nossos sonhos, porque é lá que nossas sementes são trocadas pelas sementes de CRISTO. E quando nossos sonhos florescem nesse solo, podemos ter certeza: seremos peças-chave do grande plano de DEUS e isso é melhor do que qualquer sonho nosso!

Em Cristo,
Manoela Malta

domingo, 18 de dezembro de 2011

Mensagem/Pr. Teófilo Karkle/RESILIÊNCIA ESPIRITUAL

RESILIÊNCIA ESPIRITUAL
Resilência é a capacidade de certos objetos de voltar ao normal depois de submetido à prova, estresse e tensão, exemplos: os elásticos, as varas de salto em altura se vergam sem quebrar e depois retorna à forma original.
RESILIÊNCIA ESPIRITUAL
(Deuteronômio 32.36)
Porque o Senhor fará justiça ao seu povo, e se compadecerá de seus servos; quando vir que o poder deles se foi, e não há preso nem desamparado.

Preâmbulo: Resiliência é a capacidade de certos objetos de voltar ao normal depois de submetido à prova, estresse e tensão, exemplos: os elásticos, as varas de salto em altura se vergam sem quebrar e depois retorna à forma original. As fibras de um tapete de nylon elas recuperam a forma assim que acabam de ser pisadas e amassadas. O material em prova mostra sua plasticidade e elasticidade. Os objetos deformados por uma força externa voltam ao estado natural quando esta mesma força é cessada. A Resiliência espiritual é igual o cristão ele consegue voltar ao normal depois da prova, da luta, da dor, do acidente etc.

I - ONDE PODEMOS OBSERVAR RESILIÊNCIA
1. Resiliência na administração: Podemos ver a Resiliência nas empresas que passam por certas crises e conseguem recuperar-se, reerguer-se, saindo vitoriosa.
2. Resiliência na ecologia: Podemos ver a Resiliência no meio ambiente, em frente a um impacto, por exemplo, uma queimada. As raízes depois de certo período podem voltar a brotar. (Jó 14.7-9) Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e o seu tronco morrer no pó, ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como uma planta.
3. Resiliência na engenharia: Podemos ver a Resiliência até no resistente aço usado em grandes estruturas, se mostra flexível, quando é submetido à pressão e ao calor. Exemplos: A ponte Rio - Niterói, a cidade Administrativa de Minas Gerais. O aço cede a pressão, ao calor, mas voltam ao normal.
4. Resiliência na psicologia: Podemos ver a Resiliência na capacidade do ser humano de retornar ao seu equilíbrio emocional após sofrer grandes pressões ou estresse. Depois das perdas, ser querido e de empresa. Depois das enfermidades, dos acidentes. Depois do choro. (Sl 30.5) O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.
5. Resiliência na teologia: Podemos ver a Resiliência na teologia encontramos pessoas dizendo que o sofrimento faz parte do crescimento espiritual até mesmo Jesus ensinou a dar a outra face.

II " O QUE A BÍBLIA FALA SOBRE A RESILÊNCIA
1. Pessoas resilientes fazem uma fonte no vale árido: (Sl 84.6) Que, passando pelo vale de Baca, faz dele uma fonte; a chuva também enche os tanques. Baca significa lagrimas. O Vale de Baca era chamado também de: O vale das Lamentações, vale Árido, vale de Lágrimas e vale das Bálsameiras. Este balsamo que crescia ali como planta rasteira, não precisava de água, ele chorava o seu balsamo perfumado que todos sentiam ao cruzar pelo vale de Baca. Todo viajante a Sião passava pelo vale de Baca. Sendo ele árido, caminhantes abriam poços para matar sua sede, o mesmo devemos fazer nós ao cruzar o vale da dificuldade.
2. Pessoas resilientes tiram força da Fraqueza: (Hb 11.34) Apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos.
3. Pessoas resilientes agarram de promessas da Força: (Is 40.29) Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. (Sl 28.8) O Senhor é a força do seu povo; também é a força salvadora do seu ungido. A força esta na casa de Deus. (Sl 96.6) Glória e majestade estão ante a sua face, força e formosura no seu santuário. O crente vai de força em força: (Sl 84.7) Vão indo de força em força; cada um deles em Sião aparece perante Deus.
4. Pessoas resilientes são levantadas do pó: (Sl 117.7,8) Levanta o pobre do pó, e do monturo levanta o necessitado, para fazê-lo assentar com os príncipes. Pó aqui é a expressão máxima de miséria, de pobreza, de necessidade.

III " TIPOS DE PESSOAS RESILIENTES
1. A Resiliência de José: Odiado, desprezado, ameaçado de morte, vendido como escravo. (Gn 37.19) Vive no Egito 15 anos como escravo. Assediado pela mulher de Potifar, escapa ileso, mas passa 2 anos na prisão. (Gn 39.12-20) Sai de lá para ser o governador do Egito.
2. A Resiliência de Sansão: (Jz 15.15) Então Deus fendeu uma cavidade que estava na queixada; e saiu dela água, e bebeu; e recobrou o seu espírito e reanimou-se; por isso chamou aquele lugar: A fonte do que clama que está em Leí até ao dia de hoje.
3. A Resiliência de Rute: Rute teve 3 pessoas mortas na sua família, seu sogro Alimeleque, seu cunhado Malom e seu próprio marido Quiliom. Moram por quase 10 anos um pais estrangeiro por causa da fome. Volta a Israel, vive com sua sogra e da caridade recolhendo sobra de trigo nos campos de Boaz.
4. A Resiliência de Pedro: Depois de negar três vezes a Jesus, praguejando e jurando que não conhecia tal homem. Levanta-se restaurado no dia do Pentecoste e ganha três mil almas ao Senhor. (Mt 26.60-75)
5. A Resiliência de Paulo: (2 Co 11.23-29) São ministros de Cristo? (falo como fora de mim) eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites... em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um.Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo. Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos. Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas. Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase?
6. Jeroboão não teve Resiliência: (2 Cr 13.20) E Jeroboão não recobrou mais o seu poder nos dias de Abias; porém o Senhor o feriu, e morreu. Por quê? Jeroboão fez varias coisas erradas: Fez guerra contra Judá sendo irmãos. Modificou o culto original, colocando 2 bezerros de ouro desviando o povo que peregrinasse até Sião. Expulsou os sacerdotes de Deus, consagrou qualquer pessoa a sacerdote sem ser da linhagem de Levi, com um requisito de 7 carneiros, onde deveria ser dois.

IV " JÓ O TIPO CLÁSSICO DA RESILIÊNCIA
1. Dificuldade na alma: (Jó 6.2,3) Oh! se a minha mágoa retamente se pesasse, e a minha miséria juntamente se pusesse numa balança! Porque, na verdade, mais pesada seria, do que a areia dos mares...
2. Dificuldade de alimentar-se: (Jó 6.7) A minha alma recusa tocá-las, pois são para mim como comida repugnante.
3. Dificuldade da pele: (Jó 7.5) A minha carne se tem vestido de vermes e de torrões de pó; a minha pele está gretada, e se fez abominável.
4. Dificuldade de respirar: (Jó 9.18) Não me permite respirar, antes me farta de amarguras.
5. Dificuldade de banhar-se: (Jó 9.30,31) Ainda que me lave com água de neve, e purifique as minhas mãos com sabão, ainda me submergirás no fosso, e as minhas próprias vestes me abominarão.
6. Resiliência é esperança: (Jó 19.25) Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra.
7. Resiliência é virada de cativeiro: (Jó 42.10) E o Senhor virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o Senhor acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Artigo/Sandro Baggio/CRENTES CACHACEIROS

Crentes Cachaceiros
Por Sandro Baggio

Em maio de 1990 eu era missionário da OM e estava à bordo do navio Logos II. Estávamos ancorados em Bremenhaven, porto da cidade de Bremen no norte da Alemanha. Uma noite, ao sair com amigos para conhecer aquela bela cidade, fomos ao Marktplatz que estava lotado de pessoas. Parecia uma Oktoberfest (apesar de eu nunca ter ido a uma). A OM tinha uma lei-seca, ou seja, nenhum de seus missionários tinha permissão para ingerir bebidas alcoólicas enquanto estivesse trabalhando com a organização. Mas alguém sugeriu que, estando naquele local, devêssemos tomar algo. Eu não sabia exatamente o que beber e, diante de minha indecisão, foi sugerido uma cerveja doce. A idéia soou agradável e aceitei. Logo que chegou, tomei a cerveja de tonalidade bem clara, servida num copo semelhante a uma pequena taça, diferente das canecas servidas aos outros da mesa (e bem menor que estas!). Bebi tranquilamente. E fiquei bêbado como uma égua. Ao retornar para o navio, subi o passadiço com muito cuidado e passei pelo vigia noturno calado, orando para que ele não notasse meu estado. Além de me deixar muito envergonhado, aquela situação trouxe-me lembranças dolorosas da infância.
Eu cresci num lar manchado por tumultos decorrentes do abuso do álcool. Parte de minha infância foi um verdadeiro inferno por causa das bebedeiras de meu pai. Quando criança, era comum beber até ficar bêbado nas festas de fim de ano. Com onze anos, comecei a beber com meu irmão um ano mais velho. Comprávamos vinho e cachaça e esperávamos o dia em que minha mãe e irmãs estavissem fora de casa para chamar uns amigos e encher a cara. Numa destas “festas”, meu irmão teve um coma alcoólico, foi internado às pressas e por muito pouco não morreu. Foi o fim de nossas bebedeiras. Aos quatorze anos entreguei minha vida a Jesus no culto de uma igreja pentecostal e “eles ensinaram-me certo e o errado e branco e preto” como diz a canção do King’s X.
Foi somente quando estava no seminário teológico que comecei a estudar seriamente o que a Bíblia diz sobre a ingestão de bebidas alcoólicas. Fiquei surpreso ao descobrir que, contrário do que eu havia sido ensinado (e que me pareceu muito bom tendo em vista meu histórico familiar com bebidas), a Bíblia não condena beber vinho. Na Bíblia, o vinho é visto como sinal de alegria e bênção de Deus. 

Salomão fala da promessa aos que honram a Deus com seus recursos: seus celeiros ficarão plenamente cheios e os seus barris transbordarão de vinho. (Provérbios 3:9-10). Ele diz que felizes são os que comem no tempo certo para refazer as forças e não para bebedice, um alerta contra a embriaguez, ao mesmo tempo reconhece que o vinho torna a vida alegre (Eclesiastes 10:17 e 19). Semelhantemente, o Salmista louva a Deus como criador que “faz crescer a erva para o gado, e a verdura para o serviço do homem, para fazer sair da terra o pão, e o vinho que alegra o coração do homem” (Salmos 104:14-15).
Ou seja, nestas e em tantas outras passagens que tratam da questão do vinho e da bebida fermentada, aprendi que a Bíblia ensina claramente que:
beber não é pecado, mas
beber demais é pecado, portanto
é preciso tomar cuidado com o poder sedutor da bebida e
às vezes, a melhor coisa a fazer é não beber.
Que beber não é pecado deveria ficar evidente, visto que o primeiro milagre de Jesus (João 2) foi transformar água em vinho numa festa de casamento. “Mas”, haviam me dito, “não era ‘bem’ vinho, não tinha fermentação, era apenas suco de uva.” Esta teoria logo caiu por terra, tendo em vista que outras passagens da Bíblia falavam sobre a possibilidade de se embriagar com o vinho, logo não poderia ser “apenas suco de uva” (ninguém fica embriagado com suco de uva). De fato, Paulo escrevendo ao jovem pastor Timóteo recomenda-lhe beber um pouco de vinho em suas refeições. (5.23) Ao tratar das qualificações dos diáconos e presbíteros, Paulo diz que eles não devem ser “amigos de muito vinho” (3.3) e nem “apegados ao vinho” (3.8), palavras que não fazem muito sentido se fosse “apenas suco de uva”. Em sua carta a Tito ele menciona o comportamento das mulheres cristãs e diz que elas não devem ser “escravizadas a muito vinho.” (2.3) Além do disso, há fortes indícios de que o próprio Senhor Jesus bebia vinho. Em contraste com João Batista, de quem o anjo disse a seus pais que ele não beberia vinho nem bebida fermentada (Lucas 1.15), Jesus foi acusado de comilão e beberrão (Mateus 11.18-19). Jesus não teve pecado algum e ele bebia. Paulo não recomendaria um pouco de vinho a Timóteo, se beber vinho fosse pecado. E a Santa Ceia não seria celebrada com vinho, se sua ingestão fosse pecado. Um dos problemas em Corinto é que alguns estavam se embriagando na Ceia, prova que não se tratava de “apenas suco de uva”.
Muitos crentes, ao descobrirem isto, estão começando a desfrutar uma taça de vinho ou uma cerveja livres de uma consciência culpada.
O problema hoje em dia não parece ser o da abstinência forçada ou das proibições legalistas. Não vivemos mais na época da lei-seca na maioria das igrejas evangélicas brasileiras. O problema é que, cada vez mais, os crentes estão bebendo um pouco demais. Me surpreende olhar o Facebook e ver um número crescente de fotos exibindo bebidas como se fossem troféus e “confissões” de bebedeira como se fossem coisas banais. É o caso clássico de quem não sabe lidar com a liberdade e, após um período de repressão, vai de um extremo a outro.
Porque será que o homem quando foge de si mesmo
Se afoga na bebida e se droga sem parar?
Será que a vida imposta é perder um vale tudo?
Viver sempre chapado é melhor do que lutar?
Beber até morrer essa é a solução?…
- Beber até Morrer, Ratos de Porão
Cristãos podem beber? Sim, não há proibição quanto a isso na Bíblia. Mas a Bíblia deixa absolutamente claro que embriagar-se é pecado e que os bêbados não herdarão o Reino de Deus: “…nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus” (1 Coríntios 6:1 e Gálatas 5:19-21). Há diversas histórias na Bíblia sobre as consequências de embriagar-se, levando pessoas a cometerem uma série de delitos graves sob o efeito da bebida. Incesto, violência, adultério, pobreza, assassinato, depressão e loucura são alguns dos males relatados pela Bíblia que acompanham a embriaguez.
Em seu comentário da primeira carta de Paulo a Timóteo, quando Paulo recomenda ao jovem pastor que, por causa de suas enfermidades, não beba apenas água, mas também “um pouco de vinho”, Calvino diz o seguinte sobre a embriaguez:
“O termo grego usado descrevia não apenas a embriaguez, mas qualquer tipo de descontrole ao beber vinho. Beber com excesso não é só indecoroso num pastor, mas geralmente resulta em muitas coisas ainda piores, tais como rixas, atitudes néscias, ausência de castidade e outras que não carecem de menção.”
E acrescenta:
“Quão poucos há em nossos dias que carecem da abstinência de água; em contrapartida, quantos carecem de ser refreados em seu uso imoderado do vinho! É também evidente que necessário se nos faz, mesmo quando queremos agir corretamente, rogar ao Senhor que nos dê o Espírito de sabedoria para nos instruir no caminho da moderação.”
Portanto, é preciso tomar cuidado com o poder sedutor da bebida. Estatísticas apontam que consumo do álcool no Brasil aumenta a cada ano, tornando o país um dos mais afetados por problemas ligados ao alcoolismo. Uma das razões para isto parece ser que beber está tornando-se algo cultural. No Brasil a cerveja tornou-se a bebida tradicional (a AMBev produz 35 milhões de cervejas engarrafadas por dia!) e isto tem feito com que os brasileiros comecem a beber cada vez mais jovens (entre 10-13 anos é a idade para a iniciação no álcool). O resultado de tanta bebedeira é que, segundo algumas estimativas, acredita-se que 7,3% do PIB anual é aplicado para problemas decorrentes do álcool e 65% dos acidentes fatais em São Paulo têm o motorista embriagado.
Há diversas advertências na Bíblia sobre a sedução do vinho. A mais notória delas talvez seja esta em Provérbios 23.31-35:
Não se deixe atrair pelo vinho quando está vermelho, quando cintila no copo e escorre suavemente! No fim, ele morde como serpente e envenena como víbora. Seus olhos verão coisas estranhas, e sua mente imaginará coisas distorcidas. Você será como quem dorme no meio do mar, como quem se deita no alto das cordas do mastro. E dirá: “Espancaram-me, mas eu nada senti! Bateram em mim, mas nem percebi! Quando acordarei para que possa beber mais uma vez?”
Chesterton comenta: “O vinho, diz a Escritura, alegra o coração do homem, mas somente do homem que tem coração.” Portanto:
“Nunca beba quando estiver infeliz por não ter uma bebiba, ou irá parecer um triste alcoólatra caído na calçada. Mas beba quando, mesmo sem a bebida, estaria feliz, e isso o tornará parecido com um risonho camponês italiano. Nunca beba quando precisar disso, pois tal ato racional é o caminho para a morte e o inferno.”
- G. K. Chesterton, Omar e a Vinha Sagrada em Hereges
A conclusão é que, às vezes, o melhor a fazer é não beber. Isto não é legalismo, é bom senso. O comediante Eddie Murphy revelou que não bebe porque o álcool não o faz bem e, a última vez que ficou de ressaca, após três taças de champanhe em 1993, o fez decidir nunca mais consumir bebida alcoólica.
“Eu não bebo. Se bebo, sei que não vou me sentir bem. E, às vezes, parece que todos que bebem estão se divertindo mais, porém sei que eu não posso.”
- Eddie Murphy
Do mesmo modo, conheço muitas pessoas que não bebem, por diferentes motivos. Algumas não podem beber por questões de saúde. Outras porque, tendo sido vítimas do alcoolismo, sabem que apenas uma dose pode ser suficiente para que caiam no abismo novamente. O cristão que é livre para beber sem embriagar-se precisa ser livre também para não beber quando a ocasião não for conveniente (ou não beber nunca, se for o caso). Acima de tudo, ele precisa ter sensibilidade para não beber quando estiver na presença de pessoas que possam tropeçar ao tentarem imitá-lo. Isto também é um ato de caridade.
Concluindo, mas longe de esgotar este assunto, creio que, como cristãos, deveríamos ser exemplos de responsabilidade com relação aos nossos hábitos de comida e bebida. Paulo lista abusos nesta área como obras da carne, coisas que estávamos sujeitos antes de conhecer a Cristo (Romanos 13.13-14). Em contraste, o fruto do Espírito é domínio próprio (moderação). Por isto, recomenda o apóstolo, em vez de se embriagar com o vinho, devemos procurar estar cheios do Espírito Santo (Efésios 5.17-18). O apóstolo Pedro também advertiu seus leitores sobre certos abusos que já não deveriam mais fazer parte da vida dos cristãos (1 Pedro 4.3). Tais advertências ecoam as palavras do próprio Senhor Jesus em Lucas 21:34:
“Tenham cuidado, para que os seus corações não fiquem carregados de libertinagem, bebedeira e ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vocês inesperadamente.”
POST-SCRIPTUM
“Temperança, infelizmente, é uma palavra que perdeu seu significado original. Hoje em dia ela significa a abstinência total de bebidas alcoólicas. Na época em que a segunda virtude cardeal recebeu esse nome, ela não significava nada disso. A temperança não se referia apenas à bebida, mas aos prazeres em geral; e não implicava a abstinência, mas a moderação e o não-passar dos limites. É um erro considerar que os cristãos devem ser todos abstêmios; o islamismo, e não o cristianismo, é a religião da abstinência. É claro que abster-se de bebidas fortes é dever de certos cristãos em particular ou de qualquer cristão em determinadas ocasiões, seja porque sabe que, se tomar o primeiro copo, não conseguirá parar, seja porque rodeado de pessoas inclinadas ao alcoolismo, não quer encorajar ninguém com seu exemplo. A questão toda é que ele se abstém, por um bom motivo, de algo que não é condenável em si, e não se incomoda de ver os outros apreciando aquilo. Umas das marcas de um certo tipo de mau caráter é que ele não consegue se privar de algo sem querer que todo mundo se prive também. Esse não é o caminho cristão. Um indivíduo cristão pode achar por bem abster-se de uma série de coisas por razões específicas – do casamento, da carne, da cerveja ou do cinema; no momento, porém, em que começa a dizer que essas coisas são ruins em si mesmas, ou em que começa a fazer cara feia para as pessoas que usam essas coisas, ele se desviou do caminho”.
- C.S. Lewis em Cristianismo Puro e Simples, Martins Fontes, p. 103-104

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