quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Sermão/Pra. Nadia Malta/HÁ TEMPO PARA TUDO DEBAIXO DO CÉU!

HÁ TEMPO PARA TUDO DEBAIXO DO CÉU!
Eclesiastes 3:1-8 (Clique na referência ao lado para ler o texto bíblico na íntegra)


Objetivo: Estimular os ouvintes a buscar discernimento para compreender o tempo de Deus para aquilo que diz respeito a nós.

Idéia Central do Texto (ICT):
HÁ UM TEMPO PARA TODO PROPÓSITO DEBAIXO DO CÉU! Esta é a grande afirmação retórica deste contexto. Contudo, será que compreendemos essa verdade?

O texto lido foi escrito por Salomão, que em determinado momento de sua vida se deu conta de tudo que havia desperdiçado. Em sua concupiscência banalizou a tremenda sabedoria dada por Deus. E aquela altura da sua vida, reflete sobre todas as coisas vividas e perdidas. Não há nada pior na vida do que dizer: “Eu já tive, ou eu já fui!”.

Nos versículos lidos, embora Salomão medite sobre o sentido da vida, ele ao mesmo tempo discerne que há um Deus soberano, que tem o controle do tempo, bem como de todas as coisas.

A história do homem está absolutamente ligada ao tempo. Não ao tempo como o conhecemos: o kronos humano de horas, minutos e segundos, mas ao kairós de Deus. Essas duas vertentes do tempo: humana e divina precisam estar alinhadas para que as coisas aconteçam do ponto de vista de Deus. Agora precisamos compreender, que enquanto elas não se alinham, Deus está trabalhando em nós em cada área de nosso caráter: vaidade, mansidão, paciência, fé, orgulho, medos, iras, revoltas, falta de gratidão, murmurações, invejas e por aí vai. Cabe a nós facilitar as coisas para Deus, nos deixando ministrar nessas áreas; reconhecendo os nossos pecados e os confessando em arrependimento sincero de coração. Aí, a bênção desce, porque esse é o tempo de Deus. Por isso o pregador (Salomão) pede aos seus ouvintes que olhem para o Alto e considerem o tempo. Quando as coisas acontecem no kronos humano, movidas pela nossa pressa, o resultado é sofrimento e dor. Por esta razão, o Senhor no Sl 46.10 diz: Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus”. É o mesmo que dizer: “Deixe comigo, eu sei o que estou fazendo” ou ainda: “Esperem pelo meu tempo”. Outro dia ouvi uma frase que dizia mais ou menos assim: “Quando lhe perguntarem onde está seu Deus em meio ao seu sofrimento, responda: Ele está ocupado preparando a minha vitória!”.

Introdução:
Quando se anda com Deus, percebe-se que as situações obedecem a um curso. Não da vontade humana, mas de Deus. E o tempo entra como o mais misericordioso dos mestres da parte do Senhor, porque ele trata de acomodar todas as coisas em seus devidos lugares.

O Senhor move águas, muitas vezes até turbulentas, para que essa vontade se cumpra. Isso “Porque todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus e são chamados segundo os seus propósitos”- Rm 8.28. Esse versículo é a síntese dessa verdade. Nada, nem ninguém podem frustrar os planos de Deus. Ele mesmo diz em Is. 43.13b: “Agindo eu quem impedirá?”. 

As bênçãos podem ser guardadas, postergadas por causa das nossas rebeliões, mas jamais confiscadas! Em Ec 3.11 diz: “Tudo fez Deus formoso em seu devido tempo”.

AO OLHARMOS PARA O TEXTO DESCOBRIMOS QUE HÁ UM TEMPO PARA TODO PROPÓSITO DEBAIXO DO CÉU:
  1. Tempo de nascer e tempo de morrer – v.2ª:
  • O nascimento e a morte não são contingências humanas, tanto física quanto espiritualmente. Nascemos e morremos porque assim Deus determinou. É tempo de nascer de Novo e é tempo de fazer morrer a nossa velha natureza pecaminosa.
  1. Tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou – v.2b:
  • Os conceitos de plantar e colher estão sempre interligados. Não tem colheita sem semeadura, nem semeadura sem colheita. Quem planta colhe, não tem jeito. Contudo é necessário cuidado com o tipo de sementes que plantamos. Do mesmo jeito que houve um tempo para plantá-las, haverá um tempo para colhê-las. Sementes malditas geram frutos malditos! Paulo diz aos Gálatas que “aquilo que o homem semear, isso também ceifará”. O prudente agricultor escolhe sempre as melhores sementes para garantir uma boa colheita.
  1. Tempo de matar e tempo de curar – v.3ª:
  • Nesse tempo de restauração e renovo que o Senhor estabeleceu sobre a sua igreja, podemos entender que é tempo de matar a carne de fome no tocante às suas inclinações e ao mesmo tempo, é tempo de curar as feridas do passado, porque Deus quer que desfrutemos tempos de refrigério.
  1. Tempo de edificar e tempo de derribar – v.3b:
  • É tempo de derribar os altares aos deuses estranhos erigidos em nossos corações; as fortalezas malignas precisam ser destronadas dos nossos corações em nome de Jesus Cristo. Fortalezas de avareza, de idolatria, de ódio, de ciúmes, de iras, de falta de perdão... E todas quantas o Espírito de Deus trouxer à nossa memória. É tempo de edificar o altar do Deus Vivo em nosso coração para ali o adorarmos em espírito e em verdade, continuamente.
  1. Tempo de chorar e tempo de rir – v.4:
  • É tempo de prantear e chorar em quebrantamento de espírito lamentando pelos próprios pecados. É tempo de rir e de saltar de alegria pelo perdão dos nossos pecados e pela percepção da chance de experimentar uma nova vida na presença de Deus.
  1. Tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las– v. 5ª:
  • Quando falamos em pedras, logo pensamos em obstáculos a transpor. No entanto, as pedras têm o seu papel na pedagogia de Deus. Cabe a nós decidir o que vamos fazer com elas: se vamos usá-las como pedras de tropeço e obstrução ou como pedras de passagem e pontes. Por isso há tempo de espalhá-las como pedras de passagem e tempo de ajuntar aquelas que representam obstáculos para nós e para os outros, e com elas edificarmos um altar de gratidão a Deus por tudo que ele vai fazer naquela situação.
  1. Tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar – v.5b:
  • Há tempo de dizer olá, de dar as boas vindas e tempo de dizer adeus. Abrace as coisas boas e positivas e rejeite aquilo que não provém de Deus causando dor e sofrimento. Há tempo de acolher, de proteger e tempo de libertar para que haja crescimento e maturidade. O espectro de aplicação aqui é amplo.
  1. Tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora – v.6:
  • Aqui fala do tempo de procurar por algo perdido; do tempo de limpar a casa e do tempo de jogar fora o que não presta. Há coisas que devem ser guardadas e outras que devem ser jogadas fora, banidas da nossa vida para sempre, pois fazem parte da velha vida. A Bíblia diz que as coisas velhas passaram e tudo se fez novo e todos os elos com a velha vida devem ser jogados fora e queimados se possível. Tanto física, quanto espiritualmente. Jogar fora as coisas abaláveis para as que não são abaláveis permaneçam. Hb.12.27
  1. Tempo de rasgar e tempo de coser – v.7ª:
  • Há aqui uma referencia ao costume oriental de rasgar as vestes em sinal de luto e pesar. Há, portanto, um tempo para o luto. Para se enterrar de vez os velhos cadáveres apodrecidos que deixam malcheirosas as nossas vidas. Enterre de uma vez por todas os velhos defuntos insepultos de sua vida. São velhas lembranças, velhas mágoas, velhos traumas, velhos fantasmas que precisam ser exorcizados definitivamente de dentro de nós pela fé. Há também um tempo para se costurar o que foi rasgado pela perda, pela dor.
  1. Tempo de estar calado e tempo de falar – v.7b:
  • Aqui recorremos a Tg 3.2 que diz: “Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo”.
  • O controle da língua guarda a alma das maiores angustias.
  1. Tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz – v.8:
  • O v. 8 nos remete a nossa condição de soldados vigilantes de Cristo.
  • É tempo de amar o bem e de aborrecer o mal. Se quisermos desfrutar o tempo de paz que o Senhor nos prometeu, não podemos negligenciar a guerra espiritual na qual estamos engajados.
CONCLUSÃO: O que o texto nos ensina sobre a didática do tempo?
  1. Deus está no controle e há tempo para todo propósito debaixo do céu.
  2. Essa afirmação não se trata de fatalismo ou determinismo, nem nos isenta da responsabilidade e liberdade de fazer as nossas escolhas ou mesmo orar nas situações. Contudo, Deus deseja que estejamos atentos ao alinhamento do kronos e do kairós, para que sua vontade se cumpra. O que liga ambos é a obediência a vontade de Deus expressa em sua Palavra, ou seja, obediência é a chave que alinha o tempo de Deus ao tempo do homem.
  3. Lembre-se enquanto ele alinha o tempo, trabalha em você para prepará-lo para receber a sua bênção.
  4. Quando as coisas acontecem no kronos, movidas pela pressa humana, como resultado de nossas manipulações e maquinações, elas produzem sofrimento e dor.
  5. O kairós de Deus é a providencia sábia de um Pai amoroso, que não erra nunca e promete que tudo cooperará para o bem.
Aleluia, amém!

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