quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Artigo/Pra. Nadia Malta/O CHEIRO QUE EXALAMOS!

O CHEIRO QUE EXALAMOS!

A memória olfativa tem um poder extraordinário de nos transportar através do tempo a pessoas, lugares ou fatos que aconteceram há muito tempo. Alguns cheiros trazem boas lembranças, outros misericórdia, queremos morrer quando os sentimos. Um exemplo disso são os cheiros dos chás de erva-doce ou eucalipto, que para muitos são extremamente agradáveis, mas para mim são insuportáveis, pois me remetem respectivamente aos purgantes com óleo de rícino tomados na infância e as febres altas dos dias de amigdalite. Já o cheiro de doce de banana me transporta aos dias de minha infância na Rua Imperial, quando irmã Marina, fiel serva do Senhor que trabalhou em casa dos meus pais (primeira pessoa que profetizou a respeito de minha salvação) mexia nas tardes quentes os tachos de cobre com aquela iguaria. O cheiro é assim como uma senha que nos transporta.

O cheiro assim como a luz e o sal, por si só se denuncia. Não é sem razão que essas figuras são usadas na Palavra de Deus como sinônimos de bom testemunho. A Bíblia nos afirma que “somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto para os que são salvos, como para os que se perdem”. Este perfume que evidencia a nossa presença é sem dúvida a nossa credencial de servos do Altíssimo ou não. Resta saber que perfume temos exalado por onde passamos. Alguns cheiros são inconfundíveis e absolutamente perceptíveis no meio do povo de Deus.

Existe o mau cheiro, aquele terrível, que denuncia quando tem algo de podre no ar. Quem já não se deparou com a desagradável situação de uma lagartixa ou rato morto em um canto escondido da casa e que é necessário revirar tudo até podermos encontrar a sujeira. São aqueles que se infiltram em nosso meio, se auto intitulam cristãos, mas escondem tudo de podre da velha vida, achando que ninguém vai sentir, quando o próprio cheiro denuncia.

Há os cheiros acidentais, quando pisamos sem querer em algo que não devíamos até mesmo por descuido, mas logo nos damos conta e corremos a limpar e desinfetar os pés. Somos nós quando pecamos acidentalmente, por falta de vigilância e oração, mas logo nos arrependemos constrangidos pelo Santo Espírito. O Senhor nos perdoa, limpa e purifica de toda injustiça.

Tem o cheiro da Arca de Noé. Já parou para pensar nisso? A Arca é um tipo da igreja. Fico a imaginar o cheiro terrível, produzido por todos aqueles animais, durante o período em que a Arca passou flutuando até que as águas baixaram. Todos aqueles animais e pessoas expelindo excremento, o cheiro deveria ser insuportável. No entanto era infinitamente melhor aprender a conviver com aquela situação temporária, que encontrar a morte fora da Arca. A igreja não é um museu de santos, mas um hospital de pecadores e definitivamente um hospital não é o lugar mais cheiroso do mundo. Há muitas coisas mal cheirosas que entristecem dentro da igreja visível: legalismos, mesquinharias, competições, maledicências. Há estrelismos, invejas ministeriais, iras incontroláveis, farisaísmo, e tantas outras coisas, que se fossemos listar não conseguiríamos terminar. Contudo é incomparavelmente melhor aprender a conviver com este tipo de odor, que perecer no mundo lá fora.

Há ainda aqueles cheiros que são classificados como perfumes por alguns, mas que são igualmente insuportáveis pela afetação e intensidade. Chegam a causar náusea e dores de cabeça nos que estão à volta. Transportando isso para o plano espiritual, são aquelas pessoas, cuja vaidade pessoal é tão grande que sentem uma necessidade quase vital de anunciar a própria espiritualidade, os dons e talentos. Algo absolutamente desnecessário porque “a vereda do justo é como a luz da aurora vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”.

Graças a Deus existe o cheiro agradável, suave e permanente que impregna o ar à simples presença de quem o possui e não cessamos de apreciá-lo e aspirá-lo. São aqueles cujo testemunho, glorifica por si mesmo o nome do Senhor, sem precisar de palavras ou letreiros em neon anunciando a própria espiritualidade. O que fazem, fazem para o Senhor e não esperam o reconhecimento de homens. O Senhor que vê em oculto os recompensará.

Perfume é marca, é credencial. Temos a responsabilidade de ser boa fragrância, tanto para os que são salvos, como para os que se perdem. Que possamos refletir sobre o cheiro que temos exalado com temor e tremor.

Artigo/Pra. Nadia Malta




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