quinta-feira, 21 de abril de 2022

Meditação/Nadia Malta/A SAUDADE É UM VAZIO CHEIO DE TUDO!

 A SAUDADE É UM VAZIO CHEIO DE TUDO!

                                                                                  


De repente quando abri meu Face book hoje para responder as inúmeras mensagens de carinho recebidas, encontrei um “post” com a frase título deste pequeno artigo, que tomei a liberdade de pedir emprestado. A frase logo me saltou aos olhos, porque descreve exatamente meu estado de alma. Há um vazio no peito impregnado das múltiplas lembranças que povoam meu interior. Como assim um vazio impregnado? Pois é, parece mesmo um contrassenso. Não dá para explicar, só dá para sentir de forma dolorosa. Tudo está absolutamente impregnado do meu amado, inclusive eu. Para ponde eu fugiria da minha dor? Uma prima irmã muito amada me sugeriu passar uns dias com ela, apesar da delicadeza do convite, cheio de preocupação comigo, não pude aceitar. Não se posterga o luto! Ele precisa ser vivido em sua plenitude por mais doloroso que seja.

Ainda que eu passasse cem anos longe do nosso lugar, no qual construímos e vivemos tantas coisas juntos, ao voltar experimentaria toda dor outra vez. Melhor que essa dor tão dilacerante seja vivida em sua plenitude agora, do que postergar o sofrimento. Estou rasgada, amputada por dentro. Foram quarenta e três anos de um viver intenso 24horas por dia 365 dias por ano. Sem me esquecer de mais um dia no ano bissexto. Dividimos tudo, corpo, alma e espírito. Dias bons e dias maus. Fartura e escassez. Alegrias e tristezas. Saúde e enfermidades. Quantas tiradas engraçadas! Quantos trocadilhos inteligentes! E nesse viver tão intenso, aprendi a ler pensamentos! Conseguia decodificar expressões e olhares sem que as palavras fossem necessárias. Ao ponto de ele perguntar muitas vezes: “Tá adivinhando pensamento agora, é? Eu não falei nada”! Nem precisava, estava tudo tão estampado em seu semblante e ele não conseguia disfarçar, pelo menos, não de mim!

E agora, andar pela casa, mexer nas roupas, nos objetos? Olhar as mangueiras do quintal! Sentir o cheiro dele em tudo! É enlouquecedor! Que coisa tão dolorosa meu Deus! É quando corro para os braços amorosos da Graça que sustenta, firma e fortalece. Preciso sim de socorro do céu, pois aqui na terra não há nada nem ninguém que possa minimizar essa dor que me rasga por dentro. É um vazio cheio de tanta coisa! Talvez um dia essa saudade se transforme em algo bom de sentir, o que no momento, eu duvido! Por enquanto, é a dor de uma amputação sem anestesia que deixou meu coração sangrando muito e um frio na alma que nada consegue aquecer. Resta-me clamar pela misericórdia de Deus sobre mim! Que o Eterno, que é Deus de misericórdia e Pai de toda consolação alivie essa dor que parece não ter fim e Ele próprio encha meus espaços vazios! Lanço-me no colo do meu Pai Celestial esperando sua intervenção poderosa! Que assim seja! Nadia Malta

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