QUE LEVEMOS ENCORAJAMENTO AOS DESALENTADOS!
“Como
suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a
minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei
perante a face de Deus? Por
que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em
Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.” Salmos 42.1,
2, 11.
O salmista fala de sua
tristeza e sede profunda de Deus em meio ao deserto que enfrenta. Ele compara a
sua sede a sede das corças que não se contentam com qualquer água, mas buscam
as fontes altas. O único lugar onde podem ser dessedentadas. A sua alma tinha
sede de Deus. A Palavra de Deus afirma que “bem
aventurados os que não viram e creram”. Contudo, há momentos de extrema
agonia de alma, de desertos tão abrasadores que precisamos além de pensar e
crer na Água Viva, experimentá-la. Precisamos de refrigério e folga. Havia no
coração dele uma saudade incurável, um anseio pela presença de Deus. E não é
assim que temos nos sentimos tantas vezes? Afinal é lícito ou não um servo de
Deus se sentir abatido em meio aos embates da vida? Esta tem sido uma pergunta
recorrente que ouvimos. Logo de imediato respondo, com um sonoro SIM! Não
apenas baseada numa experiência pessoal, mas pelos muitos relatos de servos de
Deus descritos na Bíblia Sagrada. Aqui mesmo o salmista diz: “As minhas lágrimas têm sido o meu alimento
dia e noite, enquanto me dizem continuamente: O teu Deus, onde está?”.
Estas palavras soam familiares? Receio que sim!
Basta olharmos rapidamente
para Elias fugindo de Jezabel e pedindo para si a morte, Jeremias amaldiçoando
o dia do seu nascimento, Jó sente o coração desfalecer dentro de si, Moises,
Jonas e suas angústias profundas. O apóstolo Paulo desesperou da própria vida
ao enfrentar uma tribulação na Ásia. A lista é longa. Parece que dificuldade
definitivamente não gosta de solidão! Já reparou que ela nunca vem sozinha? O
Texto que lemos nos traz quatro posturas do Salmista que nos ajudam em meio às
nossas angustias: Há uma sede, um anseio pela presença de Deus. Só o Senhor
pode nos saciar; Ele sente saudades do Lar Eterno. Somos peregrinos nesta
terra; Ele confronta a sua alma. Ninguém melhor que nós mesmos para nos
confrontar; E Ele aconselha a sua alma a esperar em Deus. Recebamos este conselho
bendito. Nossa saída vem dEle e só dEle! A jornada do servo de Deus sobre a terra está
longe de ser linear. Muito pelo
contrário, a estrada é estreita e ladeira acima. São altos e baixos o tempo
todo. Atravessamos desertos. Descemos por vales áridos sentimos medo muitas
vezes. Encontramo-nos sem saídas outras tantas. Desejo de nos esconder e de
morrer muitas vezes. Sentimos os nossos pés resvalarem em grandes desfiladeiros
outras vezes.
Há momentos em que o
cansaço até parece nos destruir. Tudo isto faz parte da jornada do peregrino
rumo à Pátria Celestial: Fome, sede, cansaço, aflições e dores. E podemos
confirmar tudo isto na vida daqueles que nos antecederam na caminhada e
chegaram ao destino. Tudo isto é lícito, só não podemos desistir. Seguir em
frente na força que o Senhor supre em porção diária é o que temos de fato! Ao mesmo tempo, o salmista por causa da sua
experiência pessoal com o Senhor dá uma parada no meio do seu cansaço e questiona
a sua própria alma dizendo: “Por que você
está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro
de mim?”. Note que ele não questiona a Deus e muito menos o culpa por sua
grande agonia, antes ele questiona a si mesmo. Em nossa humanidade tão frágil a
dor e a aflição acabam nos tirando a visão dos agires de Deus. Mas logo nos
refazemos e saciados depois de beber na Fonte Eterna, seguimos em frente na
esperança das intervenções impensáveis de Deus! Louvemos ao Senhor! Ele é bom e
a sua misericórdia dura para sempre! O
que aprendemos aqui? Nenhum de nós está livre de passar por grandes aflições.
Sim, é lícito nos sentirmos abatidos, acuados e amedrontados diante das
intensas lutas que enfrentamos. Adotemos a postura do salmista: Busquemos a
presença do Senhor. Só Ele pode nos saciar. Assumamos a posição de peregrinos
nesta terra e ansiemos pela volta para casa. Aqui e acolá confrontemos a nossa própria
alma. Aconselhemos a nossa alma a esperar em Deus. Não nos imponhamos carga
sobre carga ao nos abater por causa do próprio abatimento. Somos de carne e
ossos. Não existe super-crentes. Somos só seres humanos frágeis e dependentes de
Deus. Confiemos e esperemos Nele! Nadia Malta
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