SERÁ
QUE A FÉ QUE PROFESSAMOS PRODUZ OBRAS?
“Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém
disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?”.
Tiago 2:14.
Que
tipo de fé temos professado? A epístola de Tiago é considerada a mais prática
do Novo Testamento. Alguns assuntos tratados aqui chegam ser considerados
chocantes para muitos. O versículo lido faz parte de um contexto maior que vai
até o versículo 26. Leiamos todo o contexto. Há aqui uma reflexão profunda sobre
o tipo de fé que agrada a Deus. Aqui Tiago discorre sobre a relação intima
entre fé e obras, não dá para falar de fé sem atos concretos. A fé é uma
doutrina-chave da vida cristã em todos os sentidos, sem ela não agradamos a
Deus. Começa que somos salvos pela graça mediante a fé. Estamos vivendo um
tempo em que se tem fé em muitas coisas, acredita-se nas coisas mais absurdas,
menos em quem se deveria crer: Jesus, o Cristo de Deus. Continuemos percorrendo
a trilha da verdadeira fé. Tiago aqui argumenta de forma irrefutável que há
três tipos de fé: A fé morta, árida que não gera vida – Vs. 14-17: “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém
disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Se
um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento
cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e
fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito
disso? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta”; A
fé manifesta pelos demônios – VS. 18,19: “Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé
sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé. Crês, tu, que Deus é
um só? Fazes bem. Até os demônios crêem e tremem”; A fé viva, salvífica,
geradora de resultados – VS. 20-26: “Queres,
pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a fé sem as obras é inoperante?
Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu
sobre o altar o próprio filho, Isaque? Vês como a fé operava juntamente com as
suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou,e se cumpriu a
Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para
justiça; e: Foi chamado amigo de Deus. Verificais que uma pessoa é justificada
por obras e não por fé somente. De igual modo, não foi também justificada por
obras a meretriz Raabe, quando acolheu os emissários e os fez partir por outro
caminho? Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem
obras é morta”.
Uma
pessoa com a fé árida coloca as palavras no lugar dos atos. A vida dessa pessoa
não condiz com o seu discurso. Tiago ilustra a sua argumentação com um fato
simples e corriqueiro: Alguém necessitado entra na igreja. Aquele que tem a fé
morta observa o visitante e tem sempre uma saída “espiritual”, especialmente um
versículo na ponta da língua para a situação. Esta saída nunca o leva a uma
ação efetiva, ou seja, ajudar de forma concreta. Não podemos esquecer que muitas vezes Jesus
se disfarça para nos testar nessa área. Ajudar os necessitados não é opção,
antes, é uma expressão de amor e a fé opera pelo amor. As obras não salvam, mas
testificam da fé verdadeira. A fé árida fica apenas no intelecto. Conhece a
letra da lei, mas não salva, porque não produz frutos dignos de arrependimento.
A fé justifica o homem diante de Deus, as obras o justificam diante dos outros
homens e glorificam o Pai que está nos céus. Em seguida,Tiago aqui usa uma ilustração
pesada. Fala da fé dos demônios. Mas, como é essa fé? De que forma eles a
manifestam? Eles acreditam na existência de Deus, na divindade de Cristo e na
existência de um lugar de castigo eterno. Também reconhecem a suprema
autoridade de Cristo. Eles recuam ante o poder da Palavra de Deus. A fé morta
age no âmbito do intelecto (razão). A fé demoníaca age no intelecto e nas
emoções (os demônios crêem e tremem). Crer e tremer não são experiências que
produzem salvação. Uma pessoa pode ter o conhecimento intelectual da doutrina e
até se emocionar, sentir arrepios e ainda assim ir para o inferno. A fé estéril
não é salvadora.
Existe
sim, a fé verdadeira, que tem poder e produz uma vida transformada. É baseada
na Palavra de Deus. Quando cremos verdadeiramente somos transformados e
frutificamos para Deus. Tiago usa como exemplos dessa fé viva, Abraão e Raabe,
porque eles ouviram e receberam a mensagem de Deus por meio de sua Palavra e
entraram em ação (obedeceram). Não somos salvos pela fé na fé. Muitos crêem em
muitas coisas, há muitos objetos de fé. No entanto, só podemos ser salvos pela
graça mediante a fé em Cristo Jesus, conforme revelado em sua Santa Palavra. A
fé viva envolve o ser humano por inteiro: alma, corpo e espírito (intelecto,
emoções e vontade), não é uma alienação fanática. A fé viva no Cristo vivo toca
a profundeza do espírito do homem, gerando-o novamente, envolve a sua vontade e
o leva a agir de acordo com a Verdade de Deus. Essa fé viva é salvadora e
conduz à ação e à obediência, não é uma crença árida ou um emocionalismo barato
e fugaz. Tiago usa Abraão e Raabe como exemplo de uma fé viva geradora de
resultados, mesmo sendo eles pessoas tão diferentes. Enquanto Abraão deu origem
ao povo de Israel e é chamado de amigo de Deus. Raabe pertencia a uma nação
pagã e era uma prostituta. O que havia em comum entre eles? Ambos receberam a
Palavra de Deus e exercitaram a fé viva (entraram em ação=obedeceram). O Senhor
chamou Abraão e lhe deu uma ordem e “ele creu no Senhor, e isso lhe foi
imputado para justiça”. A justificação é algo que acontece entre o pecador e
Deus. Como identificar que alguém foi justificado pela fé em Cristo? Abraão e
Raabe são a resposta. Eles passaram por uma transformação visível
(obras=obediência). Na vida de Abraão tanto a obediência de sair de sua terra,
quanto à obediência de oferecer Isaac sob a ordem de Deus, testificam
isso. Raabe por sua vez, ouviu a Palavra
de Deus por meio dos espias, creu no Senhor e agiu de conformidade com essa fé,
escondendo os espias. Reforçando o que já fora dito antes, a fé justifica o
homem diante de Deus e as obras testificam dessa justificação diante dos demais
homens. Nadia
Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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