quarta-feira, 4 de março de 2020

Meditação/Nadia Malta/SERÁ QUE A FÉ PROFESSAMOS PRODUZ OBRAS?


SERÁ QUE A FÉ QUE PROFESSAMOS PRODUZ OBRAS?
                                                                                  
Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?”. Tiago 2:14. 

Que tipo de fé temos professado? A epístola de Tiago é considerada a mais prática do Novo Testamento. Alguns assuntos tratados aqui chegam ser considerados chocantes para muitos. O versículo lido faz parte de um contexto maior que vai até o versículo 26. Leiamos todo o contexto. Há aqui uma reflexão profunda sobre o tipo de fé que agrada a Deus. Aqui Tiago discorre sobre a relação intima entre fé e obras, não dá para falar de fé sem atos concretos. A fé é uma doutrina-chave da vida cristã em todos os sentidos, sem ela não agradamos a Deus. Começa que somos salvos pela graça mediante a fé. Estamos vivendo um tempo em que se tem fé em muitas coisas, acredita-se nas coisas mais absurdas, menos em quem se deveria crer: Jesus, o Cristo de Deus. Continuemos percorrendo a trilha da verdadeira fé. Tiago aqui argumenta de forma irrefutável que há três tipos de fé: A fé morta, árida que não gera vida – Vs. 14-17: “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta”; A fé manifesta pelos demônios – VS. 18,19: “Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé. Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios crêem e tremem”; A fé viva, salvífica, geradora de resultados – VS. 20-26: “Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a fé sem as obras é inoperante? Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque? Vês como a fé operava juntamente com as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou,e se cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus. Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente. De igual modo, não foi também justificada por obras a meretriz Raabe, quando acolheu os emissários e os fez partir por outro caminho? Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta”.

Uma pessoa com a fé árida coloca as palavras no lugar dos atos. A vida dessa pessoa não condiz com o seu discurso. Tiago ilustra a sua argumentação com um fato simples e corriqueiro: Alguém necessitado entra na igreja. Aquele que tem a fé morta observa o visitante e tem sempre uma saída “espiritual”, especialmente um versículo na ponta da língua para a situação. Esta saída nunca o leva a uma ação efetiva, ou seja, ajudar de forma concreta.  Não podemos esquecer que muitas vezes Jesus se disfarça para nos testar nessa área. Ajudar os necessitados não é opção, antes, é uma expressão de amor e a fé opera pelo amor. As obras não salvam, mas testificam da fé verdadeira. A fé árida fica apenas no intelecto. Conhece a letra da lei, mas não salva, porque não produz frutos dignos de arrependimento. A fé justifica o homem diante de Deus, as obras o justificam diante dos outros homens e glorificam o Pai que está nos céus.   Em seguida,Tiago aqui usa uma ilustração pesada. Fala da fé dos demônios. Mas, como é essa fé? De que forma eles a manifestam? Eles acreditam na existência de Deus, na divindade de Cristo e na existência de um lugar de castigo eterno. Também reconhecem a suprema autoridade de Cristo. Eles recuam ante o poder da Palavra de Deus. A fé morta age no âmbito do intelecto (razão). A fé demoníaca age no intelecto e nas emoções (os demônios crêem e tremem). Crer e tremer não são experiências que produzem salvação. Uma pessoa pode ter o conhecimento intelectual da doutrina e até se emocionar, sentir arrepios e ainda assim ir para o inferno. A fé estéril não é salvadora.

Existe sim, a fé verdadeira, que tem poder e produz uma vida transformada. É baseada na Palavra de Deus. Quando cremos verdadeiramente somos transformados e frutificamos para Deus. Tiago usa como exemplos dessa fé viva, Abraão e Raabe, porque eles ouviram e receberam a mensagem de Deus por meio de sua Palavra e entraram em ação (obedeceram). Não somos salvos pela fé na fé. Muitos crêem em muitas coisas, há muitos objetos de fé. No entanto, só podemos ser salvos pela graça mediante a fé em Cristo Jesus, conforme revelado em sua Santa Palavra. A fé viva envolve o ser humano por inteiro: alma, corpo e espírito (intelecto, emoções e vontade), não é uma alienação fanática. A fé viva no Cristo vivo toca a profundeza do espírito do homem, gerando-o novamente, envolve a sua vontade e o leva a agir de acordo com a Verdade de Deus. Essa fé viva é salvadora e conduz à ação e à obediência, não é uma crença árida ou um emocionalismo barato e fugaz. Tiago usa Abraão e Raabe como exemplo de uma fé viva geradora de resultados, mesmo sendo eles pessoas tão diferentes. Enquanto Abraão deu origem ao povo de Israel e é chamado de amigo de Deus. Raabe pertencia a uma nação pagã e era uma prostituta. O que havia em comum entre eles? Ambos receberam a Palavra de Deus e exercitaram a fé viva (entraram em ação=obedeceram). O Senhor chamou Abraão e lhe deu uma ordem e “ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça”. A justificação é algo que acontece entre o pecador e Deus. Como identificar que alguém foi justificado pela fé em Cristo? Abraão e Raabe são a resposta. Eles passaram por uma transformação visível (obras=obediência). Na vida de Abraão tanto a obediência de sair de sua terra, quanto à obediência de oferecer Isaac sob a ordem de Deus, testificam isso.  Raabe por sua vez, ouviu a Palavra de Deus por meio dos espias, creu no Senhor e agiu de conformidade com essa fé, escondendo os espias. Reforçando o que já fora dito antes, a fé justifica o homem diante de Deus e as obras testificam dessa justificação diante dos demais homens. Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/

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