PRECISAMOS
ANSIAR PELOS ÁTRIOS DO SENHOR!
“Quão amáveis são os teus tabernáculos,
Senhor dos Exércitos! A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor;
o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo! O pardal encontrou casa,
e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes; eu, os teus
altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu”! Salmos 84:1-3.
O salmo 84
chamado de “a pérola dos salmos” enfoca um lamento saudoso de um israelita que
se encontrava distante de Jerusalém, por alguma causa desconhecida. Embora seja
atribuído aos filhos de Corá ou Coré, Spurgeon em seu livro Esboços Bíblicos
dos Salmos diz: “Importa pouco quando foi escrito esse salmo, ou por quem; para
nós, ele exala um perfume davídico”. Aqui encontramos as declarações de alguém
que saudoso “suspira e desfalece pelos átrios do Senhor”. O salmista se sentia
assim, por causa da distancia que se encontrava do seu local de adoração. Os
israelitas tinham por obrigação se apresentar diante do Senhor três vezes por
ano, para as festas religiosas principais: Pães Azimos ou asmos (páscoa);
Semanas ou Primícias (sega do trigo) e Colheita (do fim do ano). Mesmo depois
que os israelitas entraram na Terra Prometida, aquelas festas continuaram a lembrá-los
como marcos, de que eles ainda eram peregrinos aqui na terra, seu verdadeiro
lar era o celestial. A ausência involuntária do local de adoração levou o
salmista a sentir uma profunda saudade do templo e da presença de Deus. Todo
cristão fiel sente um tipo de saudade inexplicável da casa do Pai, anseia por
proteção e luz neste mundo de densas trevas, embora, nem sempre essa proteção e
essa luz se manifestem da forma que o evangelho raso da prosperidade apregoa.
Deus é luz para nós mesmo em meio as mais densas trevas e mesmo que esse corpo
mortal adoeça ou morra, Ele é nossa proteção e refúgio. Mesmo que o nosso corpo
caminhe por lugares tenebrosos de dores, dificuldades, perseguições e lutas
externas e internas, ainda assim nosso espírito recriado anda na luz do Senhor.
O mundo definitivamente não é o nosso lugar, por isso, peregrinar aqui não é
fácil.
A jornada do
peregrino não é linear, antes é cheia de curvas, obstáculos e segue ladeira
acima. Caímos e nos levantamos muitas vezes, mas o Senhor é Poderoso para nos
suster. As pessoas lá fora, buscam avidamente fórmulas mágicas para atenuar o
stress e seus efeitos. Tentam preencher o vazio da alma com tantas coisas, que
não passam de paliativos. É comum a busca alucinada pelas várias fórmulas
oferecidas, prometendo soluções para o homem e suas inquietações interiores. No
entanto, o único remédio eficaz para os males que afligem a humanidade,
chama-se JESUS CRISTO, que em nós é a esperança da glória! Acontece, que a
maior dificuldade, o maior problema enfrentado hoje é a própria insensibilidade
dos corações, sobretudo, para reconhecer que só JESUS é a resposta suficiente
para todas as dores do homem. O salmista manifesta seu anseio por Deus de três
maneiras: O prazer do salmista está no Senhor; A força do salmista está no
Senhor e A confiança do salmista está no Senhor. Assim como a água é essencial
para a vida física, a presença de Deus é imprescindível para a nossa vida
espiritual. O salmista ama a casa de Deus. Sem esse anseio por Deus, a pessoa
morre espiritualmente, não devemos permitir que nada, nem ninguém façam
diminuir o nosso anelo pelas coisas de Deus, sobretudo, pela sua presença. O
salmista involuntariamente não podia estar na comunhão dos santos, mas a sua
alma chegava a “suspirar e desfalecer pelos átrios do Senhor”. Devemos orar e repreender toda inclinação
maligna pelas coisas do mundo, bem como a indiferente apatia pela presença de
Deus e a comunhão dos santos.
Que o Senhor
possa fazer crescer em nós o apetite espiritual, o nosso desejo pela
manifestação do Espírito Santo e o anseio pelo reino de Deus e sua justiça. O
prazer do salmista estava no Senhor. E o nosso, qual tem sido? Aquele cuja
força está no Senhor, mesmo quando precisa passar pelo Vale Árido (Vale de
Baca), faz dele um manancial. Dali ele tira lições preciosas, porque seu
coração cheio de fé é um caminho aplanado. Bom é receber uma bênção, mas melhor
ainda é ser uma bênção. Aquele cuja força está em Deus, faz do deserto um
jardim regado. Os verdadeiros peregrinos “vão
indo de força em força”. Vão subindo de degrau em degrau, de glória em
glória, de vitória em vitória até chegar ao lar celestial. Os olhos do
peregrino não estão no tamanho, nem nos percalços da estrada, mas no seu final,
na alegria da chegada. O combustível do peregrino é a sua vida de oração e a
sua vida intima de comunhão com Deus. Onde ou em quem temos buscado nos
fortalecer? Quando caminhamos pela fé, colocamos o Senhor e sua vontade em
primeiro lugar, só a partir daí, podemos alinhar nossas prioridades. Os filhos
de Corá eram levitas encarregados de guardar as portas do santuário, um cargo
importante e honrado. O salmista distante do templo sentia saudades daquela
tarefa. Ele almejava ao menos estar “à
porta da casa do Senhor, do que permanecer nas tendas da perversidade”. Diferentemente
do tempo do salmista, que havia um lugar específico para adoração, hoje, por
causa do sangue de Jesus derramado em nosso favor, entramos na presença do
Senhor a qualquer hora e em qualquer lugar. Na verdade os verdadeiros templos
são os remidos do Senhor, nos quais habita o Santo Espírito, contudo, por causa
da comunhão dos santos, que quando se reúnem formam a igreja que é o Corpo de
Cristo, somos exortados pelo autor de Hebreus a “não deixar de nos congregar
como é o costume de alguns”. É no Corpo formado de templos vivos que as bênçãos
do Senhor são ordenadas. Lamentavelmente hoje, parece que tudo e nada são
motivos para os cristãos deixarem de se congregar. Que possamos reverter isto
em nome de Jesus Cristo! Nadia
Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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