domingo, 6 de agosto de 2017

Meditação/Nadia Malta/DEIXA O CORAÇÃO CHORAR!

DEIXA O CORAÇÃO CHORAR!

Minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite, pois me perguntam o tempo todo: "Onde está o seu Deus”? Salmos 42.3.

                                                                                             


Essas palavras nos soam tão familiares, especialmente nos últimos tempos quando as demandas exigem demais de nós! Falta de fé? Não, claro que não, mas uma humanidade que insiste em mostrar a sua cara e se levantar contra tudo que esperamos e cremos! A vida exige demais! As pessoas exigem demais! As situações e circunstancias exigem demais! E quanto a isto, ninguém está livre de se sentir assim. Esse tipo de sentimento ou sensação interna é absolutamente democrático. Atinge a todos. O melhor a fazer é deixar o coração chorar! Bem-aventurados os que choram!

O salmista se sentiu assim, sua alma ansiava pelo Deus vivo. Bem-aventurados os que não viram e creram, mas em muitos momentos precisamos sentir sim, um toque especial de Deus em nossa carne dilacerada e cansada. Ouço tantas pessoas amarguradas de espírito em nosso meio. Ouço também o grito da minha voz interna pedindo socorro ao Senhor. As lágrimas não alimentaram apenas o salmista naquela hora angustiosa, mas têm sido alimento para muitos de nós. São como diz a letra do velho hino: “Transes de morte, por fim, vão chegando”. Mas eis que somos consolados com outra estrofe do mesmo hino que diz: “Oh, quanto amor que Jesus nos tem dado! Tudo por ti e por mim! Seu sangue foi sobre a cruz derramado. Sim, foi por ti e por mim”! Todo pranto cessará! Só no Senhor achamos consolação e renovo!

Não conhecemos a situação histórica que fez as palavras deste salmo brotarem do coração do salmista. Também é irrelevante conhecer, até porque se mudam os cenários e os protagonistas, mas a dor humana que dilacera é a mesma. São medos, dúvidas, angústias profundas, esperas infindas por algo que ansiamos. É nessas horas que precisamos à semelhança do salmista lançar mão do solilóquio, que é a aquele diálogo íntimo com a nossa própria interioridade. Temos a impressão aqui que num de repente, o salmista desperta da sua agonia e confronta a sua própria alma dizendo: “Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim”? E ele completa ou responde a própria indagação dizendo: “Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus”. Por um instante o salmista tirou os olhos dessa verdade e cambaleou igualzinho a nós!

Assim, não nos sintamos culpados ou não chamemos para nós carga sobre carga. O Senhor permitiu que esses episódios fossem registrados para a nossa instrução, edificação e consolação. Sair do eixo no meio das tribulações é uma realidade absolutamente possível e pode acontecer com qualquer um de nós, mas não podemos ficar nesse estado. Precisamos nos chamar à razão. O Senhor Jesus disse que neste mundo passaríamos por aflições, mas deveríamos ter bom ânimo, pois ele venceu o mundo e nos habilitou a vencer. Passaremos por aflições, não permaneceremos nelas. As lágrimas são alimentos indesejáveis, mas necessários. Hoje percebemos uma tendência para conter o choro e as pessoas se empanturram de remédios contentores das emoções que precisam ser exteriorizadas. O choro é lícito, a amargura em muitos momentos é inevitável, o desabafo é terapêutico, mas precisamos nos recompor e juntar os nossos cacos para não perder o Senhor de vista. Por isso o salmista ora: “Conceda-me o Senhor o seu fiel amor de dia; de noite esteja comigo a sua canção. É a minha oração ao Deus que me dá vida”. Amém! Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/

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