É
QUANDO OS NOSSOS OLHOS PODEM VÊ-LO!
“Eu
te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem. Por isso, me abomino
e me arrependo no pó e na cinza”. Jó 42.5,6.
O velho sofredor faz aqui uma
das maiores confissões de fé encontradas na Bíblia Sagrada. Mesmo sendo um
homem justo, de quem o próprio Deus dá testemunho, “homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal”,
experimentou o sofrimento no grau mais intenso que um ser humano pode
experimentar. Jó teve sua vida assolada por todos os flagelos que mais temia: perda
de filhos, perda da saúde e dos bens. Seu despojo foi a própria vida! Mesmo
sendo tão dedicado a Deus, ainda assim, seu conhecimento acerca do Senhor, era
como ele mesmo diz, “só de ouvir falar!”.
Agora, depois de toda adversidade que se lhe abateu os olhos do velho sofredor
são desvendados e contemplam o Senhor. E é o conhecimento experiencial de Deus
que avulta o nosso próprio estado de miséria e por perceber isto, Jó se abomina
e se arrepende no pó e na cinza. É a santidade de Deus que avulta a nossa
pecaminosidade! As nossas melhores obras de justiça são como trapos de
imundícia. Conheço muitos servos sofredores. Alguns até se identificam com o
velho e persistente sofredor, mas não conheço nenhum, cuja experiência, sequer se
aproxime dessa tão dolorosamente ímpar. A experiência de sofrimento aqui, me dá
a impressão que não teve o propósito de mostrar para Deus o quanto Jó lhe era
fiel, mas de mostrar ao próprio Jó, a fidelidade de Deus para com ele e o quanto
Ele poderia sustentá-lo no meio daquele vale tão árido. É possível que nem
mesmo Jó soubesse com todo o seu conhecimento acerca de Deus, o quanto já
houvesse recebido Dele. Deus sempre nos surpreende! Quantas pessoas diante da
possibilidade do sofrimento afirmam: “Se eu tiver que passar por isto, não vou
aguentar!”. E são surpreendidas com um suprimento de força do Alto que jamais
imaginariam! Às vezes acontece assim conosco, precisamos ir ao mais profundo
abismo, quando o próprio chão nos é tirado e chegamos à última fronteira do
suportar. E ali percebemos que Deus é tudo o que realmente temos. É só quando todas
as possibilidades humanas cessam que os nossos olhos são capazes de contemplá-Lo
verdadeiramente. Por mais que tentemos jamais vamos saber exaustivamente as
razões do sofrimento humano, especialmente daqueles que são filhos de Deus. As
conjecturas são muitas, uns pensam de um jeito outros de outro. E são muitos os
“amigos de Jó” à nossa volta com suas respostas prontas e simplistas querendo aplicar
a cada situação, sempre num tom acusatório. Mas de uma coisa temos absoluta
certeza: O sofrimento é revelador! Na vida de um servo de Deus, dá
autenticidade ao chamado. No meio das aflições só existem dois caminhos:
Corre-se para Deus ou corre-se de Deus. Os verdadeiros filhos correm para Ele! Do
mesmo jeito que dinheiro revela o caráter, o sofrimento revela a perseverança
na fé. Que o Senhor nos fortaleça Nele e na força do seu poder para
perseverarmos até o fim à despeito de tudo e de todos! Que os nossos olhos
possam contemplá-Lo! Nadia Malta.
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