TEMOS TUDO, ESTAMOS
SUPRIDOS!
“Bendito seja o Deus e Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais
nas regiões celestiais em Cristo”. Efésios 1:3.
Este versículo encabeça um
dos maiores, ou talvez o maior período da Bíblia. Vai do versículo três ao
quatorze sem um ponto sequer, a não ser o final. Parece-nos que o apóstolo
Paulo foi tomado de um êxtase indizível ao receber tais revelações acerca das
bênçãos espirituais já recebidas em Cristo, que mal consegue parar e respirar
até dizê-las todas. Que bênçãos são essas? Fomos escolhidos Nele antes da
fundação do mundo, predestinados para Deus como filhos amados. Fomos libertos
pelo sangue de Jesus. Tivemos os nossos pecados perdoados segundo a riqueza da
sua graça, fomos feitos herança bendita do Senhor e ainda recebemos o selo do
Espírito Santo sobre nós, como garantia da nossa redenção! Diante de tal revelação
não nos surpreendemos com o enlevo do apóstolo ao escrever estas palavras. As
palavras de Paulo encontram eco nas palavras de Pedro em 2 Pedro 1:3-4 que diz:
“Seu divino poder nos deu todas as coisas
de que necessitamos para a vida e para a piedade, por meio do pleno
conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude. Por
intermédio destas ele nos deu as suas grandiosas e preciosas promessas, para
que por elas vocês se tornassem participantes da natureza divina e fugissem da
corrupção que há no mundo, causada pela cobiça”. Pois, muito bem, outro dia
quase enfartei ao ouvir um sujeito dizendo o seguinte acerca deste texto num
desses programas de TV ditos evangélicos: “Todas as bênçãos já nos foram
doadas, elas estão todas sobre as nossas cabeças! Precisamos reivindicar que
elas desçam, determinar que elas desçam!”. E ele ainda acrescentava: “Não
nascemos para ser pobres, o Senhor o nosso Deus e pai é o dono do ouro e da
prata e ele já nos deu, mas precisamos ir lá buscar o que já é nosso!”. Gente
do céu, aquela multidão imensa tomada de uma verdadeira histeria coletiva, aos
gritos berrando palavras de ordem do tipo: “Eu ordeno que a minha bênção desça
agora em nome de Jesus!”. Eu parei e chorei! Não confundamos unção com
persuasão. Enquanto a primeira é o poder de Deus em ação, sobretudo, e
especialmente para convencer o pecador dos seus pecados, desvendando-lhes os
olhos para que enxerguem o Cristo, a segunda, quando usada para o mal, é a
capacidade humana de convencer com palavras e ações teatrais os tolos, visando
interesses próprios. É a arma letal dos políticos com a qual têm assassinado a
capacidade crítica de seus eleitores de se contrapor ao que eles dizem. E pelo
visto não são apenas os políticos que fazem uso desta arma. Multidões que não
sabem discernir a mão direita da mão esquerda têm sido arrastadas pelas
falácias dos espertalhões. O povo do Senhor continua sofrendo por falta de
conhecimento. Que o Senhor nos visite com fome e sede da sua palavra. Clamemos
ao Senhor para que haja sabedoria e discernimento espiritual no meio daqueles
que são chamados pelo seu nome! Nadia Malta.
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