sábado, 22 de outubro de 2022

Meditação/Nadia Malta/QUANDO CAMBALEAMOS O SENHOR NOS SUSTÊM!

 QUANDO CAMBALEAMOS O SENHOR NOS SUSTÊM!

Porquanto Ana no seu coração falava; só se moviam os seus lábios, porém não se ouvia a sua voz; pelo que Eli a teve por embriagada. E disse-lhe Eli: Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti o teu vinho. Porém Ana respondeu: Não, senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho nem bebida forte tenho bebido; porém tenho derramado a minha alma perante o SENHOR. Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial; porque da multidão dos meus cuidados e do meu desgosto tenho falado até agora”. 1 Samuel 1.13-16. 


O texto todo fala da oração e do voto feito por Ana, a mãe do profeta Samuel. Mulher amargurada de espírito que sofria as humilhações de sua rival. Ana era estéril e dentro do contexto social e religioso de sua época aquilo era um sinal visível da maldição de Deus. O marido, segundo o costume da época, toma uma segunda esposa para que lhe suscitasse descendência. A rival então passou a humilhá-la, fato que provocou aquele abatimento de espírito tão grande. Nas horas das nossas agonias mais profundas não conseguimos nem orar com palavras. Apenas cambaleamos diante do Eterno em nossa súplica angustiosa. Nem todos compreendem o nosso estado de alma e se apressam em julgar. Nessas horas somos desafiados a falar do que nos aflige. O que também é terapêutico. Quando a angustia é grande demais o nosso ser inteiro cambaleia. Sentimo-nos como que embriagados pela intensa agonia. Perdemos o ânimo e o equilíbrio. Foi o que aconteceu com Ana a mãe do profeta Samuel. Ana era estéril e dentro daquela sociedade daqueles dias aquele estado é um sinal vivo da maldição ou punição de Deus, pelo menos era interpretado assim. O marido de Ana para suscitar filhos tomou outra esposa que era bem fértil Penina, e, esta tripudiava e humilhava a situação de Ana.

Aproveitando a ida ao templo para adorar, Ana se rasga perante o Senhor e em sua oração silenciosa, ela movia os lábios, mas não lhes saia som algum. O sacerdote que a observava de longe a teve por embriagada e a repreendeu severamente. Logo aqui percebemos o perigo do julgamento precipitado. O julgar sem conhecimento de causa pode ser mais doloroso que a própria dor que nos faz cambalear. Quantas vezes somos vitimas de situações assim e em outras tantas nos encontramos do outro lado da mesa, no lugar do julgador! O que é ainda mais trágico! Tempo de rever nossos critérios e aprender a observar mais e a ser mais sensível com a dor que não dói em nós! Ana não bebera vinho ou bebida forte. Ela era mulher atribulada de espírito e ali derramava seu coração na presença do Eterno. Não é isso que tem acontecido com muitas de nós? Para onde nos viramos encontramos muitas pessoas, especialmente mulheres de Deus às voltas com seus inúmeros cuidados. E são essas agonias que as têm feito cambalear.

Ana levou seu desgosto diante do Altíssimo. Só ele pode socorrer e consolar os corações abatidos e amargurados. Era diante do Eterno que ela derramava seu coração e falava do que lhe doía. Ela entendia que seu socorro viria do Senhor. A situação era absolutamente impossível humanamente falando. Afinal, quem poderia curar um ventre estéril? Só Aquele que especialista em saídas impensáveis pelas mentes humanas limitadas. O resultado daquela petição sofrida?  Aquela que era estéril se tornou fértil e deu à luz ao pequeno Samuel, o qual foi consagrado ao Senhor. A resposta de Deus é sempre infinitamente maior de tudo quanto pedimos ou pensamos, o Senhor ainda lhe concedeu mais três filhos e duas filhas. Aleluia! Que do mesmo modo o Senhor conceda a cada um de nós aquilo que temos tão sofregamente lhe pedido, se for da sua santa e excelsa vontade. O que aprendemos com a experiência de Ana? Nenhum de nós está livre de experimentar dores que nos dilaceram a alma. Nesses momentos não conseguimos articular palavra alguma em nossas orações e sentimos o nosso ser inteiro cambalear. Podemos ser mal interpretados pelos que nos cercam. Até mesmo pelas figuras de autoridade sobre nós. Somos desafiados a falar sobre o que nos aflige. Esse falar é terapêutico e possibilita grandes respostas da parte do Senhor. Nadia Malta

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