O SENHOR É AQUELE QUE APARA AS NOSSAS LÁGRIMAS!
“Minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite, pois me perguntam o tempo todo: "Onde está o seu Deus”? Salmos 42.3.
Este salmo traz um anseio do salmista pela
presença de Deus. Nada parecia preencher ou consolar o coração do salmista, só
a presença viva do Senhor no coração do servo é capaz de mitigar esse anseio. O
que havia no coração do salmista deve também estar no coração de todo fiel. Duas
coisas chamam a atenção no versículo citado: A profunda dor do coração do
salmista tendo as lágrimas como alimento. E As palavras dos adversários do
salmista que se levantam para escarnecer dele na hora da maior fragilidade. As palavras do salmista nos soam tão
familiares, especialmente nos últimos tempos quando as demandas exigem demais
de nós! Falta de fé? Não, claro que não, mas uma humanidade que insiste em
mostrar a sua cara e se levantar contra tudo que esperamos e cremos! A vida
exige demais! As pessoas exigem demais! As situações e circunstancias exigem
demais! E quanto a isto, ninguém está livre de se sentir assim. Esse tipo de
sentimento ou sensação interna é absolutamente democrático. Atinge a todos. O
melhor a fazer é deixar o coração chorar! Bem-aventurados os que choram!
O salmista se sentiu assim, sua alma
ansiava pelo Deus vivo. Bem-aventurados os que não viram e creram, mas em
muitos momentos precisamos sentir sim, um toque especial de Deus em nossa carne
dilacerada e cansada. Ouço tantas pessoas amarguradas de espírito em nosso
meio. Ouço também o grito da minha voz interna pedindo socorro ao Senhor. As
lágrimas não alimentaram apenas o salmista naquela hora angustiosa, mas têm
sido alimento para muitos de nós. Todo pranto cessará! Só no Senhor achamos
consolação e renovo! Não conhecemos a situação histórica que fez as palavras
deste salmo brotarem do coração do salmista. Também é irrelevante conhecer, até
porque se mudam os cenários e os protagonistas, mas a dor humana que dilacera é
a mesma. São medos, dúvidas, angústias profundas, esperas infindas por algo que
ansiamos. É nessas horas que precisamos à semelhança do salmista lançar mão do
solilóquio, que é a aquele diálogo íntimo com a nossa própria interioridade.
Temos a impressão aqui que num de repente, o salmista desperta da sua agonia e
confronta a sua própria alma dizendo (vs.5,11): “Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim
tão perturbada dentro de mim”? E ele completa ou responde a própria
indagação dizendo: “Ponha a sua esperança
em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus”. Por um
instante o salmista tirou os olhos dessa verdade e cambaleou igualzinho a nós!
Assim, não nos sintamos culpados ou não
chamemos para nós carga sobre carga. O Senhor permitiu que esses episódios
fossem registrados para a nossa instrução, edificação e consolação. Sair do
eixo no meio das tribulações é uma realidade absolutamente possível e pode
acontecer com qualquer um de nós, mas não podemos ficar nesse estado.
Precisamos nos chamar à razão. O Senhor Jesus disse que neste mundo passaríamos
por aflições, mas deveríamos ter bom ânimo, pois ele venceu o mundo e nos
habilitou a vencer. O que aprendemos aqui? Passaremos por aflições, não
permaneceremos nelas. As lágrimas são alimentos indesejáveis, mas necessários.
Hoje percebemos uma tendência para conter o choro e as pessoas se empanturram
de remédios contentores das emoções que precisam ser exteriorizadas. O choro é
lícito, a amargura em muitos momentos é inevitável, o desabafo é terapêutico,
mas precisamos nos recompor e juntar os nossos cacos para não perder o Senhor
de vista. Amém! Nadia Malta
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