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“Então, estes homens foram atados com os seus mantos, suas túnicas e chapéus e suas outras roupas e foram lançados na fornalha sobremaneira acesa. Porque a palavra do rei era urgente e a fornalha estava sobremaneira acesa, as chamas do fogo mataram os homens que lançaram de cima para dentro a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Estes três homens, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, caíram atados dentro da fornalha sobremaneira acesa. Então, o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa, e disse aos seus conselheiros: Não lançamos nós três homens atados dentro do fogo? Responderam ao rei: É verdade, ó rei. Tornou ele e disse: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses”. Daniel 3:21-25.
Quando olhamos para a fé ousada dos amigos de
Daniel coramos de vergonha por causa das nossas meninices espirituais e
eclesiais contemporâneas. A condição de vulnerabilidade daqueles jovens levados
cativos e vivendo em Babilônia na condição de escravos mesmo tendo do palácio
uma posição privilegiada, digamos assim. Eles levavam à sério a sua fé. Qual
seria a nossa desculpa se estivéssemos no lugar deles? O que faríamos?
Correríamos o risco de perder a vida ou nos acomodaríamos à situação adulando o
rei Nabucodonosor e nos curvando perante a sua estátua? Aqueles jovens cheios
de Deus ousaram. Creram e esperaram contra a esperança. Não levaram em conta a
própria vida. Para eles importava mais agradar a Deus que a homens. O texto é
minucioso, cheio de detalhes e quase conseguimos ser transportados para o
local. Eles sabiam que seriam vitoriosos quer na vida quer na morte, contudo,
nada era mais importante que agradar a Deus. Será que temos a consciência da
verdadeira dimensão dessas palavras? Aqui inevitavelmente paramos para fazer
uma comparação entre aquela situação e as nossas lutas diárias.
Quantas concessões temos feito para fugir
das aflições! Quanta transigência com o fim de salvar a nossa própria
pele! O acontecimento que envolveu
aqueles jovens hebreus nos faz parar para pensar que nem sempre somos livrados
das fornalhas ardentes para as quais somos enviados. Muitas vezes somos
mandados para lá exatamente para que a nossa fé vá às últimas consequências. E
não é para provar nada para Deus, mas para nós mesmos. E é só nos momentos
finais que o Senhor entra em cena enviando o seu anjo para nos livrar na
fornalha. A pergunta é: “Por que cremos e ainda assim, sofremos?”. Aqui somos
instados pelo apóstolo Pedro a não estranhar o fogo ardente que surge em nosso
meio com o propósito de nos provar. Se não há nenhuma dívida com homens como
causa do nosso sofrimento, há uma razão da parte de Deus para que o
experimentemos: a prova da nossa fé.
Somos também exortados a sermos participantes
do sofrimento de Cristo. Cada um deve tomar a sua cruz e segui-lo. E vamos
combinar que cada um de nós carrega um tipo especifico de Cruz! Fomos
capacitados pelo Santo Espírito para carregá-la até o fim. Aqui o texto fala do
batismo de fogo, que ao contrário do que muitos pensam, não é grito ou
histeria, mas as provas pelas quais passamos.
O Senhor Jesus é o que nos batiza com o Espírito Santo e com fogo (as
provas). Sofrer direta ou indiretamente por amor a Cristo é privilégio, não
castigo. Enfrentar esse tipo de sofrimento pressupõe uma preparação por parte
do Espírito Santo, do contrário, ninguém suportaria. Diz o apóstolo Pedro aos
seus leitores: “Por isso mesmo, aqueles
que sofrem de acordo com a vontade de Deus devem confiar suas vidas ao seu fiel
Criador e praticar o bem”. Nem sempre seremos livrados do sofrimento, mas
no sofrimento! Nadia Malta
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