ATÉ QUANDO, SENHOR?
“Até quando, Senhor? Para sempre te esquecerás de mim? Até quando
esconderás de mim o teu rosto? Até quando terei inquietações e tristeza no
coração dia após dia? Até quando o meu inimigo triunfará sobre mim? Olha para
mim e responde, Senhor meu Deus. Ilumina os meus olhos, do contrário dormirei o
sono da morte; os meus inimigos dirão: "Eu o venci", e os meus
adversários festejarão o meu fracasso. Eu, porém, confio em teu amor; o meu
coração exulta em tua salvação. Quero cantar ao Senhor pelo bem que me tem
feito”. Salmos 13:1-6.
Ontem numa hora de grande aflição este salmo
emergiu da minha mente com a força de um vulcão. Foi um bálsamo! Os dias não
têm sido fáceis para nenhum de nós e quando nos deparamos com esta oração do
salmista descobrimos que a angústia que imprime um caráter de urgência às
nossas orações não é privilegio nosso. Muitos servos de Deus do passado
passaram por momentos dramáticos de extrema agonia e clamaram pelo socorro do
céu com sofreguidão e desespero! As lágrimas têm sido alimento para muitos de
nós, inclusive para mim. Estamos tão
necessitados de uma intervenção poderosa do Senhor que alivie o nosso fardo e
nos traga refrigério e folga! Sentimos frio na alma, uma sensação enorme de
desamparo. É como se a cama fosse estreita demais e curto o nosso lençol numa
noite de grande tempestade! É assim que nos sentimos!
Parece que nesses momentos de travessias dolorosas
por vales de sombra de morte os dias se arrastam lentos. É como se houvesse um
complô invisível para prolongar a nossa agonia que parece não ter fim. Foi
quando me deparei com esta oração de fé tão lúcida do salmista. Aqui ele mescla
a sua lamentação tão dolorosa com súplica e regozijo pela intervenção de Deus! Pude
experimentar de ontem para hoje as três etapas vividas pelo salmista! Lembrei-me
agora de outra oração desta vez feita pelo profeta Isaías (64.1), ele diz: “Ah, se fendesses os céus e descesses”!
Vivemos em um mundo de automatismo. Queremos tudo pra ontem! Contudo, os desígnios
de Deus não são regidos pelos nossos cronômetros apressados! Tudo obedece a um
ritmo e um tempo determinado. Só precisamos convencer a nossa emoção dessa
verdade! Na hora da agonia todos nós indistintamente queremos resposta e
socorro do céu! O choro durou literalmente toda a noite, mas a alegria veio
pela manhã!
As palavras do salmista aqui soam quase
autorais desde a queixa do inicio até as palavras finais. Quantas vezes nos
últimos tempos temos nos sentido assim, como se Deus tivesses nos esquecido! O
salmista pergunta ao Senhor: “Até quando
terei inquietações e tristeza no coração dia após dia”? Às vezes não temos
coragem de exteriorizar tal pensamento, mas ele conhece a palavra antes que ela
nos chegue à boca. E salmodiar é exatamente isto: derramar o nosso coração com
sinceridade diante do Senhor.
Em sua oração o salmista pede assim como
nós: “Olha para mim e responde, Senhor
meu Deus. Ilumina os meus olhos, do contrário dormirei o sono da morte; os meus
inimigos dirão: "Eu o venci", e os meus adversários festejarão o meu
fracasso”. Quase podemos ouvir a grande torcida infernal apostando em nossa
queda, mas cremos na intervenção poderosa do nosso Deus. O Senhor é Deus
surpreendente, é o Deus que age num “de repente”. Que possamos dizer como o
salmista em sua declaração de fé em meio à sua espera angustiosa: “Eu, porém, confio em teu amor; o meu coração
exulta em tua salvação. Quero cantar ao Senhor pelo bem que me tem feito”. Louvemos
ao Senhor! Confiemos, o nosso socorro está às portas! Nadia Malta.
http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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