SEJAMOS
COMPASSIVOS!
“Em dia subseqüente, dirigia-se Jesus a uma
cidade chamada Naim, e iam com ele os seus discípulos e numerosa multidão. Como
se aproximasse da porta da cidade, eis que saía o enterro do filho único de uma
viúva; e grande multidão da cidade ia com ela. Vendo-a, o Senhor se compadeceu
dela e lhe disse: Não chores! Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que o
conduziam, disse: Jovem, eu te mando: levanta-te! Sentou-se o que estivera
morto e passou a falar; e Jesus o restituiu a sua mãe. Todos ficaram possuídos
de temor e glorificavam a Deus, dizendo: Grande profeta se levantou entre nós;
e: Deus visitou o seu povo” Lucas 7.11-16.
O
texto nos chama a atenção para a compaixão e a responsabilidade que devemos ter
com todos os desesperados, perdidos e aflitos ao nosso redor. Aqui encontramos Jesus
em Naim ressuscitando o filho único de uma viúva, imediatamente no dia seguinte
a cura do servo do centurião. Alguns teólogos interpretam este episódio como a
ressurreição da profecia. Contudo, deixando as divagações teológicas à parte, o
texto evidencia a compaixão de Jesus, levando vida ao que estava morto. O
Senhor tem em todos os tempos chamado homens e mulheres de corações compassivos
que possam acudir os desgraçados ao seu redor. Ele poderia fazer isto através
de anjos, mas em sua soberania resolveu usar a você e a mim. Ele já nos
capacitou para isso e prestaremos contas dessa mordomia. O Senhor deu a mesma
oportunidade a cada um de nós, que é o fato de estarmos vivos sobre a terra e
ainda nos deu dons para que os multipliquemos em sua obra. O Rei está voltando
e prestaremos contas do que a nós foi confiado. Olhando lá para fora podemos
ver a enorme multidão de mortos vivos, que caminha a esmo à procura da
verdadeira vida. É a multidão dos desgraçados, dos desesperançados, o grande
Bloco dos mortos vivos que se arrasta como ovelhas que não têm pastor. Seu
estandarte é visível e representa uma existência sem Deus. Nesta hora cabe a
nós, como representantes da Vida, sair da nossa zona de conforto, levantar o
estandarte da graça de Deus e anunciar com ousadia que a verdadeira Alegria
Viva existe sim e se chama JESUS, o CRISTO DE DEUS! As tribos no passado eram
identificadas por estandartes com suas insígnias. Acampavam-se em blocos cada
um com a sua identificação hasteada de maneira visível no alto de um mastro. Contudo,
cadê a compaixão do Bloco da Graça de Deus? Cadê o nosso estandarte? Em Cânticos dos Cânticos 2.4b diz a esposa ao seu amado: “E o seu estandarte sobre
mim é o amor”.
Perdemos
tanto tempo durante todos os dias do ano, muitas vezes trancafiados em nossos
redutos eclesiásticos brigando por coisas sem importância, enquanto multidões
caminham a passos largos para o inferno! Como crerão se não tem quem pregue?
Que hoje possamos dizer: “Eis-me aqui,
Senhor, envia-me a mim!”. A fatura da nossa indolência e comodismo chegará
mais cedo ou mais tarde. Seremos cobrados pela liberdade e os recursos que
foram colocados à nossa disposição e não usamos! Olhemos agora para as duas
multidões mencionadas pelo texto. Primeira Multidão: Liderada por Jesus,
Celebra a vitória da Vida sobre a morte! Jesus vinha com seus discípulos e
grande multidão, eles tinham acabado de sair de Cafarnaum, onde curou o servo
de um centurião que estava à morte. Muitos seguiam a Jesus por causa daquela
cura, eles vinham celebrando a vida, a esperança, a alegria, a saúde, a
libertação do jugo, a possibilidade. Aquele era sem dúvida o Bloco da Vitória,
liderado pelo Autor da Vida. Somos o povo da esperança, da bênção. Fazemos
parte da nação santa, somos o povo de propriedade exclusiva de Deus. Somos
chamados ainda de sacerdócio real. Mas será que todos esses títulos nos foram
dados apenas para que os ostentemos orgulhosamente como faixas e troféus que ficam
empoeirados em uma prateleira? Será que
é da vontade de Deus que nos tranquemos em nossos redutos e olhemos
orgulhosamente, apenas com desdém para os desgraçados que agonizam à beira do
Caminho, como o levita e o sacerdote da parábola do Bom samaritano que viram o
homem que caiu nas mãos de salteadores e passaram ao largo? Ou será que o
Senhor está requerendo de nós a mesma íntima compaixão com a qual ele acudiu
aquela pobre viúva que acabara de perder seu único filho? Sem Cristo, estávamos
todos sem arrimo, éramos desgraçados na acepção da palavra, destituídos da
graça de Deus. Contudo, já fomos vivificados!
Segunda
Multidão: Liderada por uma viúva, lamenta a
morte! Jesus entra em Naim com seus discípulos e grande multidão que vinha com
ele, encontra-se com outra multidão que acompanhava uma viúva que ia enterrar
seu único filho. Convém salientar que naquela época não havia nenhum sistema
previdenciário, o arrimo de uma viúva era o filho mais velho, a mulher em
questão além de viúva tinha um único filho e acabara de perdê-lo. O v.13 diz
que Jesus vendo a mulher moveu-se de íntima compaixão por ela e disse: “Não
chores!” (ARC). Neste ponto do relato a nossa atenção volta-se totalmente para
Jesus. A mulher não recorre a ele, não se queixa, mas a dor experimentada por
ela transcende qualquer palavra e toca o íntimo do Senhor. A sua dor era tão
grande que transcendia, não havia palavras que pudessem descrevê-la, era o fim
da linha. A compaixão do mestre enxerga
e sente a dor da perda, da desesperança e do desamparo profundo. Alguém já
disse que “compaixão é a dor do outro em meu coração”. Foi isso que aconteceu,
a dor daquela mulher tocou as profundezas de Deus e a vida prevaleceu. Ela
recebeu seu filho ressuscitado. Lamentavelmente
tem faltado compaixão em nosso meio. Contudo, este é um sinal visível da
Segunda vinda de Jesus, o amor que tem esfriado dos corações. Mas ainda há
tempo de mudar essa triste realidade! O que aprendemos aqui? A verdadeira Vida
sempre prevalece à morte. Precisamos
aprender com o Senhor da Vida a exercitar compaixão pelos perdidos ao nosso
redor e ir até eles levando vida. Precisamos ser canais para trazer mortos de
volta a vida! O exercício da compaixão
nos leva a sentir a dor do outro em nosso coração. A compaixão é diferente da pena
furtiva que sentimos por alguém, mas que logo se dissipa. O coração compassivo
além de sentir a dor e a necessidade do outro, se move em sua direção para
mitigar o sofrimento. Finalmente, Não podemos perder de vista que o Senhor
continua procurando homens e mulheres de corações compassivos que possam levar
vida aos que estão mortos ao seu redor. Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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