DOS
POÇOS DE EXAUSTÃO DA VIDA!
“Das profundezas clamo a ti, SENHOR. Escuta,
Senhor, a minha voz; estejam alertas os teus ouvidos às minhas súplicas. Se
observares, SENHOR, iniquidades, quem, Senhor, subsistirá? Contigo, porém, está
o perdão, para que te temam. Aguardo o SENHOR, a minha alma o aguarda; eu
espero na sua palavra. A minha alma anseia pelo Senhor mais do que os guardas
pelo romper da manhã. Mais do que os guardas pelo romper da manhã, espere
Israel no SENHOR, pois no SENHOR há misericórdia; nele, copiosa redenção. É ele
quem redime a Israel de todas as suas iniquidades”. Salmo 130.
O
salmo 130 é de autoria desconhecida e traz um clamor contínuo de alguém que se
encontra em um profundo abismo interior, em um poço de exaustão, mas que invoca
o Senhor e é ouvido por ele. Muitos de nós estamos experimentando isso neste exato
momento! É um misto de impotência e abandono profundo e indizível. Estamos
vivendo em um tempo em que não é incomum encontrarmos pessoas abatidas, vivendo
em verdadeiros abismos emocionais, suportando compulsoriamente cargas
insuportáveis. O que tem levado essas pessoas a experimentarem tais estados de
alma? As razões são múltiplas, mas não queremos entrar no mérito dessa questão.
Vamos nos ater ao estado em si. Há situações dessas que não há nada humano que
se possa fazer, a não ser esperar pelo sobrenatural de Deus. O Socorro em
muitas dessas horas dolorosas só pode vir do Senhor! O texto lido nos mostra a
realidade desse problema, sobretudo, no meio do povo escolhido. E é
precisamente aqui que muitos em nosso meio experimentam o aparente silêncio de
Deus. O que agrava a situação. Como vencer tais vales? A resposta é uma só:
Buscando ao Senhor com absoluta sinceridade de coração e nos dispor a fazer o
que ele ordena em sua Santa Palavra. E se ele diz para esperar e confiar!
Esperemos e confiemos! Quando o buscamos em verdade, com uma disposição
obediente, ele nos ouve e opera as mudanças que são necessárias em nossas
vidas. Foi isso que o salmista fez e nós precisamos aprender a fazer. Fácil?
Muito pelo contrário! Contudo seremos libertos!
Antes
de olharmos para o salmo mais profundamente, gostaria de lembrar que muitos
servos de Deus experimentaram momentos nos quais se sentiram abandonados por
Deus, como se estivessem no fundo de um abismo. Gostaria também de lembrar que
não estamos falando daquela depressão patológica que muitos têm e por puro
preconceito não procuram um psiquiatra e se recusam a tomar remédios, mas
daquelas situações ou momentos depressivos, até podemos chamar assim, que
qualquer um de nós está sujeito a experimentar. Vale lembrar que os servos que
experimentaram esse sentimento, não estavam em pecado, mas fazendo a vontade de
Deus. Aprendemos aqui, que estar no centro da vontade de Deus não nos isenta de
atravessarmos vales sombrios. Em Mateus 26.38 – Encontramos Jesus dizendo: “Minha alma está profundamente triste; até a
morte”; em Números 11.15 – encontramos o legislador Moisés pedindo ao
Senhor que o mate de uma vez, tal era o seu fardo; em Jeremias 20.14-17 – O
profeta amaldiçoa o dia do seu nascimento; em I Reis 19.4 – Elias pediu para si
a morte; em Jó 17.13-15 – o velho sofredor nada mais espera da vida; e quando
chegamos em II Coríntios 1.8 – encontramos o apóstolo Paulo falando da natureza
da tribulação que ele enfrentou na Ásia, ao ponto de desesperar da própria
vida. Todas essas situações e outras tantas foram vividas por servos de Deus de
grande envergadura espiritual. O autor deste salmo também viveu um momento
assim.
O
que esses estados de alma nos levam a sentir: A incômoda sensação de abismo; A
espera pelo alento do céu; O desejo que amanheça e se veja a luz; Um anseio por
liberdade. Ufa, Precisamos de refrigério e folga! A sensação no vale é de
morte, de sepultura. A Bíblia diz que somos levados a morte o dia todo. A
situação aqui retrata a imagem de alguém que se encontra no fundo de um abismo
clamando ao Senhor. Podemos clamar ao Senhor dos abismos que encarceram a nossa
alma. São abismos de medo, de desesperança, de profunda perplexidade diante da
realidade inevitável à nossa volta, de rejeição familiar, de derrota, de
apatia, de depressão, de pecados dos quais não conseguimos nos libertar! E até
mesmo de situações que nos tiram o chão, que são aquelas mudanças inevitáveis pelas
quais passamos. São Ciclos que se completam e outros que se iniciam e que
embora não sejam maus em si mesmos, nos assustam. Toda mudança assusta! Quantas
vezes passamos por pequenas mortes em nosso dia a dia! Não importa o que nos
levou ao abismo, desde que busquemos ao Senhor com sinceridade de coração, num
clamor contínuo e só aí, seremos ouvidos e acudidos. Precisamos nos livrar da sensação
devastadora de sufocamento que tantas vezes nos tem assolado. Clamemos por um
sopro do céu que renove as nossas forças.
O salmista agora nos transporta para as torres de vigia, onde os guardas
aguardavam ansiosos pelo amanhecer. A luz além de dissipar as trevas tem a
finalidade de revelar os inimigos. Aguardamos ansiosos que o dia amanheça para
nós. Ansiamos pela vinda do Senhor! Por último, o anseio do salmista é a sua
completa libertação. Descanso, refrigério e folga! Palavras benditas que tanto
necessitamos experimentar! Aqui, ele evoca, traz à memória os feitos de Deus no
passado. O Senhor é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Nele não há variação ou
sombra de mudanças. O Senhor nos ouve quando clamamos a ele mesmo que pareça
distante e alheio às nossas súplicas. O Alento que tanto necessitamos está à
caminho. Experimentaremos um novo recomeço. Por mais difícil que seja a
escuridão da noite que atravessamos, vai amanhecer. Ergamos as nossas cabeças
porque a nossa redenção se aproxima. Amém! Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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