SER PAI DE VERDADE É CADA VEZ MAIS RARO!
Homenagear os pais no dia de hoje apenas, parece algo encomendado
ou mesmo um lugar comum para se cumprir uma agenda do calendário secular e
comercial! Sobretudo, em tempos líquidos, quando tudo é tão superficial e
fugaz. A figura do pai terreno foi criada também para apresentar o Pai
Celestial, no entanto, esta atribuição da paternidade humana tem deixado cada
vez mais a desejar! O que é lamentável sob todos os aspectos.
No dia de hoje, não posso deixar de fazer a minha homenagem mais
especial ao mais especial dos pais terrenos, aquele que nasceu para ser pai.
Este é sem dúvida o seu maior e mais visível talento. Trata-se do meu marido,
Manoel Malta, que muitos chamam de “seu Malta” ou “pastor Malta”, e o filho mais
novo, Maneco gosta de carinhosamente chamar “seu papai”. Homenageá-lo nunca é
demais ou suficiente! Amá-lo e honrá-lo chega a ser uma devoção. Não
entristecê-lo um dever!
Que talento para a provisão, para o cuidado, para a assistência! Ser
filho dele é tudo de bom! Ele é o pai que se doa mesmo com sacrifício próprio.
Na sua escala terrena de valores o cuidado e o zelo com os filhos sempre esteve
em primeiríssimo lugar. É fácil descobrir com quem ele está falando ao telefone
por causa da pergunta clássica que já virou uma senha: “Tá precisando de alguma
coisa?”. Pronto, se ouvirmos essa pergunta já se sabe que é com um dos filhos
que está falando. São cinco biológicos: Oscar, Ricardo, Ana Lucia, Maneco e Manoela
e a querida Lu nascida do coração dele, tão amada quanto os demais.
Ele fez odontologia, mas exerceu pouco a profissão acadêmica. Clinicava
de graça para seus colegas do Rádio. Acabou doando seu consultório a um colega.
Homem de comunicação de rádio e Televisão. Foi da publicidade que tirou seu
sustento durante a maior parte da vida. Ele é o mais antigo publicitário do
Recife como ele mesmo gosta de contar. A sua agência na época tinha grandes e
expressivas contas: Banco Industrial de Pernambuco, Lojas verão, Móveis
Esplêndidos, Meira Lins. Mas houve um tempo de vacas muito magras, quando suas grandes
contas de publicidade lhe foram tiradas pelas mais diferentes razões: Falência
de empresas, morte dos empresários, mudanças de donos e por ai vai. Paralelo a
essas contas ele tinha também um pequeno frigorífico, um açougue na verdade. Ele
costumava fazer uma afirmação muito prudente: “A gente não pode viver de uma só
coisa!”. Com a perda das contas de publicidade, passamos a viver daquele
pequeno negócio. Saía feliz sem reclamar, sempre muito perfumado e certa vez
ganhou de outro açougueiro o título de “Véio cheiroso da bexiga!”. Até hoje acha graça desse episódio!
O dentista, publicitário virou açougueiro e com muita honra! Esse pai herói não se fez de rogado, mesmo tendo um nome tão
conhecido dentro dos guetos sociais da época deixou a vaidade de lado, porque
tinha também filhos menores para sustentar. Filhos que recebera no outono da vida
como presente de Deus. Ele se levantava às 2 horas da madrugada, pra receber a
carne e também colocar a mão literalmente “na massa”, porque a essa altura já
não havia mais condição de ter um empregado. E ele mesmo preparava tudo para
que assim que o dia amanhecesse ele pudesse abrir as portas para atender sua freguesia.
Nada deixou faltar a sua família. Hoje quando a adolescência masculina tem se
tornado cada vez mais tardia é encorajador olharmos para a varonilidade desse
homem, desse pai que tem cumprido com maestria seu papel de pai de verdade! A
você meu querido a nossa mais sincera homenagem hoje e sempre! Amamos você e
lhe somos gratos por tudo! Nadia Malta
2 comentários:
Linda e merecida homenagem!!! Um grande avô também!!!! Sempre preocupado com a alegria e o bem estar daqueles que ama!!!
O que dizer de vovô Malta, um carisma fora do normal. Um coração generoso com todos, pois a palavra Amor é a forma mais sublime que ele pode transmitir. Beijos Vô Deco.
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