terça-feira, 16 de agosto de 2016

Meditação/Nadia Malta/PERDÃO HUMANO É GOTEJAMENTO SOBRE TERRA SECA!

PERDÃO HUMANO É GOTEJAMENTO SOBRE TERRA SECA!

Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores. Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará! Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas”. Mateus 6.12, 14, 15.

                                                                                                


Tenho pensado muito na questão do perdão horizontal, ou seja, o perdão entre semelhantes. Li certa vez um livro precioso sobre o assunto, escrito pelo Padre Leo. Ele trata da questão de uma maneira muito caridosa. E uso esta palavra porque a caridade enquanto um tipo de amor altruísta é a única que pode ser usada quando as feridas da ofensa devastam muitos corações que não conseguem se refazer dos seus danos.

No tal livro, Gotas que Curam, seu autor fala do perdão humano como um gotejamento feito em oração diariamente até que o coração desertificado pela mágoa volte a se tornar fértil. Ele faz aqui uma analogia com a técnica de irrigação por gotejamento tão usada nos kibutz de Israel. É incrível como lugares tão áridos se tornam tão frutíferos! Assim acontece com o perdão humano. Faz-se necessário um gotejamento ininterrupto até que a memória da dor se apague. Não esquecemos o que aconteceu, mas já não lembraremos com dor e sofrimento.  Dependendo de quem nos feriu a ofensa pode se tornar irremediável, sobretudo, quando não tratada pelo antídoto do perdão gotejado. Abençoar e orar pelos que nos ofenderam é água pura sobre terrenos desertificados pela mágoa.

O texto citado no inicio está no contexto da Oração do Pai Nosso e fala da ligação entre o perdão vertical vindo de Deus para nós, com o perdão horizontal entre nós e os nossos semelhantes. Fomos perdoados para nos tornar perdoadores e quando isto não acontece sofreremos as consequências. Os verdugos da alma nos massacram nos tornando prisioneiros no cárcere da mágoa. O texto é claríssimo e diz: “Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas”. Conheço de perto famílias destroçadas por causa de cônjuges que não se perdoaram uns aos outros por ofensas do passado e geraram filhos por vingança e ódio. Resultado: Gerações de ofendidos!

São corações desertificados! Nenhum deserto se torna fértil da noite para o dia, é preciso empenho para trazer a água de longe para que gota a gota ela regue a terra árida. Por isso é preciso desmistificar o fato de que o perdoar humano é instantâneo. Depende do tamanho e profundidade da mágoa. Qualquer ofensa pode sim ser perdoada, contudo há tempo determinado para cada perdão. O único perdão instantâneo é o perdão de Deus! O humano demanda tempo até que a memória da dor se desvaneça. Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/


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