PERDÃO HUMANO É GOTEJAMENTO SOBRE TERRA
SECA!
“Perdoa
as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores. Pois se perdoarem
as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará! Mas se não
perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas”. Mateus
6.12, 14, 15.
Tenho pensado muito na questão do perdão
horizontal, ou seja, o perdão entre semelhantes. Li certa vez um livro precioso
sobre o assunto, escrito pelo Padre Leo. Ele trata da questão de uma maneira
muito caridosa. E uso esta palavra porque a caridade enquanto um tipo de amor
altruísta é a única que pode ser usada quando as feridas da ofensa devastam
muitos corações que não conseguem se refazer dos seus danos.
No tal livro, Gotas que Curam, seu autor
fala do perdão humano como um gotejamento feito em oração diariamente até que o
coração desertificado pela mágoa volte a se tornar fértil. Ele faz aqui uma
analogia com a técnica de irrigação por gotejamento tão usada nos kibutz de
Israel. É incrível como lugares tão áridos se tornam tão frutíferos! Assim
acontece com o perdão humano. Faz-se necessário um gotejamento ininterrupto até
que a memória da dor se apague. Não esquecemos o que aconteceu, mas já não
lembraremos com dor e sofrimento.
Dependendo de quem nos feriu a ofensa pode se tornar irremediável,
sobretudo, quando não tratada pelo antídoto do perdão gotejado. Abençoar e orar
pelos que nos ofenderam é água pura sobre terrenos desertificados pela mágoa.
O texto citado no inicio está no contexto da
Oração do Pai Nosso e fala da ligação entre o perdão vertical vindo de Deus
para nós, com o perdão horizontal entre nós e os nossos semelhantes. Fomos
perdoados para nos tornar perdoadores e quando isto não acontece sofreremos as
consequências. Os verdugos da alma nos massacram nos tornando prisioneiros no
cárcere da mágoa. O texto é claríssimo e diz: “Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará
as ofensas”. Conheço de perto famílias destroçadas por causa de cônjuges
que não se perdoaram uns aos outros por ofensas do passado e geraram filhos por
vingança e ódio. Resultado: Gerações de ofendidos!
São corações desertificados! Nenhum deserto
se torna fértil da noite para o dia, é preciso empenho para trazer a água de
longe para que gota a gota ela regue a terra árida. Por isso é preciso
desmistificar o fato de que o perdoar humano é instantâneo. Depende do tamanho
e profundidade da mágoa. Qualquer ofensa pode sim ser perdoada, contudo há
tempo determinado para cada perdão. O único perdão instantâneo é o perdão de
Deus! O humano demanda tempo até que a memória da dor se desvaneça. Nadia
Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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