sábado, 1 de maio de 2021

Meditação/Nadia Malta/QUANTAS VEZES JÁ NÃO NOS SENTIMOS ASSIM ENTRISTECIDOS!

 QUANTAS VEZES JÁ NÃO NOS SENTIMOS ASSIM ENTRISTECIDOS!

                                                                        


“A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem". Marcos 14.34. 


O texto citado é bem conhecido e fiz, propositalmente, o recorte da fala de Jesus dita ali no jardim do Getsêmane poucas horas antes de sua crucificação. Jesus é o Sumo Sacerdote Perfeito porque à nossa semelhança sofreu todas as coisas, foi tentado em todas as coisas. Ele sabe o que sentimos. Ele conhece as nossas dores mais invisíveis aos olhos humanos e sabe como chegar a elas e tratá-las. Ele intercede por nós continuamente. A Bíblia está cheia de relatos de servos de Deus que passaram por momentos de tristeza profunda: Elias, Jeremias, Davi, Paulo, Jó, isto só para citar alguns. Alguns deles chegaram a amaldiçoar o dia do nascimento, outros desejaram para si a morte, todos se sentiram no fundo do poço. E até o próprio Senhor Jesus sentiu a alma profundamente triste até a morte! O texto traz duas afirmações que nos chamam a atenção em meio às dores da alma: A aceitação ou reconhecimento do estado emocional. Por causa do preconceito as pessoas tendem a esconder ou negar tal estado. Jesus quebra esse paradigma e declara sua tristeza mortal; E A necessidade de assistência e ajuda. A pior coisa que um depressivo pode fazer é se isolar. E aqui encontramos o Senhor dos Senhores, o Rei dos Reis requisitando a companhia dos seus amigos: “Fiquem aqui e vigiem".

O que nos faz pensar que não podemos ser emboscados por uma tristeza profunda, mortal ou em sua forma mais severa que é a depressão?  Que tem sido tão pouco compreendida em nosso meio, alvo de tanto preconceito e tantos “achismos”. Somos tão pouco caridosos com os que estão passando por uma depressão! Logo arrumamos fórmulas mágicas para tentar amenizar os sintomas e fazer com que a pessoa mecanicamente volte a sorrir, invariavelmente essa atitude não é porque nos preocupamos com a pessoa, mas é por causa do incômodo que a situação causa a nós. Essa é a grande e triste realidade! Quantas vezes os momentos de tristeza se transformam em depressões severas! E é preciso sim, se recorrer a um profissional médico psiquiatra e psicólogo para que sejam associados terapia e medicamentos. Coisa difícil de aceitar em nosso meio! Contudo, gostaria de chamar a atenção para a necessidade de independente da ação de um profissional nos processos depressivos ou de outras patologias emocionais, empreendermos um derramar profundo do nosso coração na presença de Papai. É ali o único lugar onde nos rasgamos com a mais absoluta sinceridade de coração sem as críticas humanas. É no colo de Deus que encontramos refrigério e descanso para as nossas almas abatidas e inquietas!

O que aprendemos aqui? Quantas vezes não nos deprimimos ou ficamos ansiosos chegando até a ter ataques de pânico por termos sido fortes por tanto tempo! Conheço tantas histórias de homens e mulheres de fé, de oração que enfrentaram momentos de intensa infelicidade. Guerreiros de oração que em sua jornada por esta vida se depararam com essa inimiga gigantesca chamada depressão, que definitivamente não faz acepção de pessoas nem de idade ou credo. Não julguemos a dor do outro! Sejamos benignos, empáticos e compassivos com aqueles que estão deprimidos! Hoje é o nosso irmão, amanhã pode ser qualquer um de nós! Reconhecer e aceitar não no sentido de acolher a enfermidade, mas entender que isso é algo que todos estamos sujeitos e a partir daí buscar ajuda. Nadia Malta.

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