domingo, 4 de abril de 2021

Meditação/Nadia malta/ ELE VIVE! NÃO HÁ O QUE TEMER!

 ELE VIVE! NÃO HÁ O QUE TEMER!



No caminho, conversavam a respeito de tudo o que havia acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles; mas os olhos deles foram impedidos de reconhecê-lo”. Lucas 24.14-16. 


Este episódio narrado apenas por Lucas mostra dois dos discípulos de Jesus saindo de Jerusalém depois da morte dele e indo para uma aldeia chamada Emaús. O episódio nos faz parar para pensar sobre aquelas horas amargas de dores e perdas profundas, quando buscamos uma rota de fuga. Esses dias vividos têm sido assim. E nessas horas, tudo que queremos é dar um basta ao sofrimento, embora, ele nos enlace de maneira tal que não conseguimos enxergar mais nada além da própria dor! E esta não é uma crítica, mas a constatação de uma realidade que nos alcança a todos indistintamente, sobretudo, nesses dias de perdas e luto. Não existem gigantes emocionais, somos todos frágeis e vulneráveis! Em uma hora ou outra baqueamos. A pior das dores é a que dilacera a nossa carne, por mais que sejamos empáticos e compassivos com a dor do outro.

Aqueles discípulos entristecidos e de certa maneira frustrados pela morte de Jesus, parece que haviam esquecido tudo que ele dissera sobre aquele acontecimento. Às vezes nos deixamos aprisionar pelas dores de ontem e perdemos a dádiva do hoje! Jesus é a própria boa nova. Ele vive e podemos crer no amanhã, como diz a letra do cântico. Aqueles discípulos estavam atrasados quanto à ultima novidade. Assim como aquelas mulheres que haviam ido ao tumulo buscar dentre os mortos Aquele que vive pelos séculos dos séculos. A dor e a tristeza tiram a visão da bênção de hoje! Quantas vezes no meio das nossas jornadas dolorosas o próprio Senhor vem e se coloca em nosso meio, através de um amigo ou irmão amado que nos empresta seus ombros ou ouvidos, sem cobranças, para que possamos chorar e escoar a nossa dor! Outras vezes Ele vem silenciosa e invisivelmente nos inundando com a sua consolação, mas a tristeza e as lágrimas nos impedem de reconhecê-lo! Tento me transportar para aquela cena. Quase posso ver aqueles discípulos cabisbaixos, seguindo absolutamente sem esperança, pois a única que tinham havia morrido. Parecia fim da linha para eles! Quantas vezes não nos sentimos assim? Parecemos tanto com eles!

Jesus segue com eles e chega o inevitável momento do confronto. O Senhor os chama e faz uma pergunta óbvia, mas necessária: “Sobre o que vocês estão discutindo enquanto caminham?". Eles ainda não haviam entendido ou sequer o reconheceram. Diz o texto: “Eles pararam, com os rostos entristecidos. Um deles, chamado Cleopas, perguntou-lhe: "Você é o único visitante em Jerusalém que não sabe das coisas que ali aconteceram nestes dias?". Jesus ainda pergunta: “Que coisas?". E depois de ouvir-lhes pacientemente o relato,  vem o confronto: “Como vocês custam a entender e como demoram a crer em tudo o que os profetas falaram! Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória?”. Depois de uma aula sobre as Escrituras, Jesus faz menção de seguir adiante, mas foi constrangido a permanecer com eles que lhe pediram: “Fique conosco, pois a noite já vem; o dia já está quase findando". E só pelo modo inconfundível de partir o pão eles o reconheceram. O que este episódio nos ensina hoje no meio de tudo que estamos vivendo? Tempo de abrir os olhos e enxergar o Cristo que está sempre conosco nos consolando e amparando, do contrário nem estaríamos mais de pé! Nadia Malta

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