sábado, 18 de abril de 2020

Meditação/Nadia Malta/FALE COM O PAI EM SECRETO NÃO EXPONHA SUAS DORES!


FALE COM O PAI EM SECRETO NÃO EXPONHA SUAS DORES!
                                                                          
E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais. Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém”]!Mateus 6:5-13.                         

Será que sabemos orar em secreto? O texto lido faz parte do Sermão do Monte e nos mostra Jesus instruindo aos seus ouvintes com princípios que orientam a prática diária das orações pessoais. Na verdade se lermos o contexto todo, encontraremos ali instruções quanto às três práticas devocionais secretas: A caridade (o dar do ponto de vista de Deus), o jejum (tempo separado para a consagração) e a oração pessoal. Hoje falaremos sobre a prática secreta da oração pessoal. É sempre bom, revermos algumas posturas em nossas práticas devocionais, que de certa maneira têm levado muitos em nosso meio, a agirem de maneira equivocada. Isto se aplica às orações pessoais, por exemplo. Façamos juntos uma releitura cuidadosa de Mt 6.5-15, sob o olhar do Espírito Santo e nos disponhamos perante ele a corrigir a nossa prática de orações, sobretudo, e especialmente, as orações pessoais. Falar deste tipo de oração é oportuno em tempos difíceis pelos quais temos passado. A Bíblia nos leva a discernir três lugares específicos de oração, a igreja, como casa de oração; os nossos lares e o lugar secreto onde vivenciamos a nossa intimidade maior com o nosso Pai celestial.

Será que as nossas orações não têm sido tentativas de impressionar os que estão à nossa volta, sobre o quanto somos “espirituais”?   A oração não é uma senha de acesso a uma engrenagem espiritual, que ao ser acionada cospe uma recompensa, é, sobretudo, um clamor sincero a um pai amoroso para que se relacione conosco. Através da oração íntima e relacional tomamos conhecimento da vontade de Deus, apesar de ela ser complexa e difícil de compreender. Contudo, quanto mais nos relacionamos intimamente com o Senhor mais esta vontade é comunicada a nós pelo seu Espírito. A fé nos leva a orar, mas não é uma fórmula mágica para liberar ou acessar aquilo que desejamos da parte de Deus. Ela é a confiança inabalável no Deus Todo Poderoso, quer ele faça o que queremos, quer nos deixe atravessar os estreitos com um fim proveitoso. A galeria dos heróis da fé em Hb. 11 nos mostra isso. Ali, uns foram livrados outros não, mas ambos os grupos clamaram e confiaram em Deus levando a sua fé às ultimas conseqüências. A oração da fé da qual estamos falando aqui hoje é aquela pessoal, particular que não deve ser testemunhada por ninguém a não ser pelo Pai celestial que vê em secreto. O que podemos aprender com o modelo de oração que Jesus nos ensinou? Nossa oração pessoal deve ser feita em particular; Nossa oração pessoal deve ter como marca a absoluta sinceridade de coração diante do Senhor; Nossa oração deve ser feita de acordo com a vontade de Deus; Nossa oração deve ser movida por um espírito perdoador.  

Jesus não impede ou condena a oração pública ou congregacional, ela tem o seu lugar, do contrário não haveria tantos relatos de cultos de oração nas Escrituras. Jesus, no entanto, condena a oração exibicionista, ostensiva, auto-promocional usada pelos fariseus, com o fim de chamarem a atenção para a sua pseudo espiritualidade. A oração farisaica é aquela que não tem respaldo de uma vida particular e secreta de oração. Esse tipo, não passa de hipocrisia. Que tipo de oração é esta que Jesus fez questão de ensinar o modelo aos seus discípulos? Esta oração é pessoal, é aquele encontro secreto na Sala do Trono onde derramamos nosso coração na presença do Pai, sem a menor preocupação com reservas. O fato de repetir um pedido, não o torna uma vã repetição. “Vã repetição” é quando as palavras não refletem um desejo sincero de buscar a verdadeira vontade de Deus. Os gentios pagãos usavam em suas cerimônias religiosas, a prática de orações memorizadas. O Senhor queria banir da sua igreja essa prática pagã. Por isso devemos sempre rever as nossas orações para que não se tornem vãs repetições, como mantras vazios de verdadeiros sentimentos. Não podemos nos esquecer de que o Senhor sonda mentes e corações, nada fica fora do seu olhar perscrutador. Por isso devemos ser extremamente sinceros com o Senhor nesses encontros secretos. A sala do trono é o lugar para se tirar todas as máscaras. As nossas orações particulares precisam santificar o nome do Senhor. De que maneira? Louvando ao Senhor (pelos seus feitos, adorando ao Senhor (pelos seus atributos eternos e imutáveis) e rendendo graças sempre (por tudo que ele nos tem concedido apesar de nós). Precisamos, mesmo a despeito de nossas necessidades mais profundas, priorizar o Reino de Deus e a sua vontade; essa é também uma maneira de batalharmos espiritualmente, nos livrando do nosso egoísmo. Só aí, com humildade, devemos apresentar a ele aquilo que realmente representa as nossas verdadeiras necessidades diárias. Pedir fortalecimento para resistirmos às tentações e inclinações de nossa carne (pressões externas internas). Pedir livramento das astutas ciladas do maligno, de toda forma de mal, até do mal que parece bem. Declarar sempre a primazia e soberania de Deus. Jesus não está ensinando aqui, que só merece o perdão de Deus quem perdoa os outros, pois isso seria contrário à sua graça e misericórdia. Contudo, se experimentamos verdadeiramente o perdão de Deus, somos constrangidos a perdoar os outros, ou seja, perdoamos porque fomos perdoados por Deus mesmo sem merecermos. Nadia Malta


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