sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Meditação/Nadia Malta/O PERDÃO É LIBERTADOR!


O PERDÃO É LIBERTADOR!
                                                                                
Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. Mateus 18:21,22. 

Quantas vezes se deveriam perdoar um irmão ou alguém culpado? A pergunta de Pedro revelou um grave erro a respeito da questão complicada do perdão: “ele sugeriu limites e medidas para o exercício do perdão, movido por um coração orgulhoso e pretensioso”. Enquanto os rabinos costumavam perdoar três vezes, Pedro se achando muito compassivo propõe que se perdoe sete vezes. O texto todo vai até o versículo 35. Interessante lê-lo todo. Pedro deve ter se surpreendido com a resposta de Jesus: “não sete, mas setenta vezes sete= 490 vezes”. Aquilo era demais! Quem poderia manter o registro de tantas ofensas? Quando tivermos perdoado tantas vezes, certamente teremos criado o hábito de perdoar! Era exatamente isto que o Senhor queria que Pedro entendesse. Aqui está a idéia central deste texto: exercitar incondicionalmente o perdão para com os que nos ofenderam, sem limites. Quando não perdoamos, encarceramos a nós mesmos. O maior beneficiado com o perdão é o que perdoa. Possivelmente, a área de maior vulnerabilidade em nossa vida, é a área delicada dos relacionamentos. Temos nos ferido e melindrado com muita facilidade e isso tem gerado litígios irremediáveis dentro e fora da igreja. O perdão no coração do cristão está sempre ligado a fé e ao amor incondicional derramado por Deus em nós. O perdão é também credencial de novo nascimento. Perdoar não é opção para nós, é ordenança de Deus, portanto, é inegociável. Perdoar também não é fácil por causa da concepção mundana e humanista que temos a cerca do perdão, geralmente baseada em obras meritórias. Contudo, quando nos deixamos instruir pela Palavra de Deus e obedecemos a sua ordenança de perdoar criamos uma realidade espiritual. O perdão passa a existir de fato e somos libertos e fortalecidos. Isso não só como igreja, mas individualmente, repito.

A parábola trazida por Jesus para ilustrar essa verdade, trata do perdão entre semelhantes, não entre os pecadores e Deus. A grande ênfase aqui é sobre pecadores perdoados, perdoando pecadores. Exercitamos o perdão na igreja para aplicá-lo lá fora. A grande escola do perdão é a igreja visível. É a grande sala de aula de Deus. Ali aprendemos a suportar uns aos outros no temor do Senhor. A base para o exercício desse perdão aqui descrito é o amor/ágape também traduzido por caridade. Não a caridade superficial de dar coisas, mas a maior das caridades de doar-se a si mesmo, até com prejuízo próprio. O texto nos ensina três verdades sobre o exercício do perdão, que precisamos ter em mente: Somos devedores de Deus perdoados; Fomos perdoados para nos tornarmos perdoadores e Quando não perdoamos nos tornamos prisioneiros. O homem da parábola era devedor do seu senhor. Isso ilustra o que acontece em relação a Deus, para com o qual somos todos devedores, pois não tínhamos com que pagar e fomos perdoados através da graça de Jesus. Aquele patrão perdoou a dívida impagável do seu empregado. Foi precisamente isso que o Senhor fez. Havia uma dívida contra nós que jamais poderia ser paga, mas o nosso Senhor que é misericordioso e compassivo, nos perdoou a dívida (os pecados) e nos purificou de toda injustiça. Note que aquele servo não merecia perdão, ele o obteve pela graça e compaixão do seu senhor. Isso deveria torná-lo muito mais devedor, só que, ao amor compassivo do seu senhor, assim como nós.

Aquele servo, deixando a presença do seu senhor, encontrou um conservo seu que lhe devia uma quantia absolutamente insignificante diante da quantia vultosa que ele devia ao seu senhor e fora por ele perdoado. Em vez de compartilhar com o seu conservo a alegria do perdão que experimentara, tornou-se um credor incompassivo, exigindo que ele lhe pagasse toda a dívida. Note que o conservo daquele homem usou as mesmas palavras que ele mesmo usara diante de seu senhor, mas nem assim a sua consciência cauterizada trouxe à luz o que ele mesmo havia recebido. O rei havia livrado aquele servo e toda sua família da prisão, mas ele a si mesmo se condenou quando exerceu uma justiça árida desprovida de misericórdia. Ele lançou o seu conservo na prisão, quando tinha o dever moral de perdoá-lo. Como nada fica oculto debaixo do céu, o que ele não imaginava era que estava sendo observado. Logo o seu senhor tomou conhecimento de sua atitude maligna e ordenou que ele fosse lançado na prisão e entregue aos verdugos. Nós também somos observados por homens e por anjos (eleitos e caídos). A pior das prisões é a experimentada por um coração rancoroso, orgulhoso e incompassivo. Quando nos recusamos a perdoar, nos tornamos nossos próprios carcereiros e abrimos passagem para que os “verdugos” (espíritos demoníacos) nos atormentem. Tem muito cristão oprimido dentro das igrejas por falta de perdão. Esses verdugos nos assolam com muitos tormentos físicos, emocionais e espirituais. Note quanta gente tem estado doente até mesmo em nosso meio, por falta de liberação de perdão. Pedro pediu a Jesus uma medida justa para o exercício do perdão e o Senhor lhe disse para praticar o perdão e esquecer a medida. O tema dessa parábola não é a salvação, mas o perdão entre os semelhantes, que deve ser praticado sem medida ou limites. O servo perdoado no início da parábola não compreendeu a verdadeira dimensão do perdão, simplesmente ficou feliz por ter se livrado de uma encrenca. Se ele tivesse realmente entendido, teria perdoado o seu conservo. Acabou se tornando refém de sua própria ignorância e perversidade. Perdoemos e deixemos a pessoa seguir em paz! Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/


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