O
PERDÃO É LIBERTADOR!
“Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou:
Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até
sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até
setenta vezes sete”. Mateus 18:21,22.
Quantas
vezes se deveriam perdoar um irmão ou alguém culpado? A pergunta de Pedro
revelou um grave erro a respeito da questão complicada do perdão: “ele sugeriu
limites e medidas para o exercício do perdão, movido por um coração orgulhoso e
pretensioso”. Enquanto os rabinos costumavam perdoar três vezes, Pedro se
achando muito compassivo propõe que se perdoe sete vezes. O texto todo vai até
o versículo 35. Interessante lê-lo todo. Pedro deve ter se surpreendido com a
resposta de Jesus: “não sete, mas setenta vezes sete= 490 vezes”. Aquilo era
demais! Quem poderia manter o registro de tantas ofensas? Quando tivermos
perdoado tantas vezes, certamente teremos criado o hábito de perdoar! Era
exatamente isto que o Senhor queria que Pedro entendesse. Aqui está a idéia
central deste texto: exercitar incondicionalmente o perdão para com os que nos
ofenderam, sem limites. Quando não perdoamos, encarceramos a nós mesmos. O
maior beneficiado com o perdão é o que perdoa. Possivelmente, a área de maior
vulnerabilidade em nossa vida, é a área delicada dos relacionamentos. Temos nos
ferido e melindrado com muita facilidade e isso tem gerado litígios
irremediáveis dentro e fora da igreja. O perdão no coração do cristão está
sempre ligado a fé e ao amor incondicional derramado por Deus em nós. O perdão
é também credencial de novo nascimento. Perdoar não é opção para nós, é
ordenança de Deus, portanto, é inegociável. Perdoar também não é fácil por
causa da concepção mundana e humanista que temos a cerca do perdão, geralmente
baseada em obras meritórias. Contudo, quando nos deixamos instruir pela Palavra
de Deus e obedecemos a sua ordenança de perdoar criamos uma realidade
espiritual. O perdão passa a existir de fato e somos libertos e fortalecidos. Isso
não só como igreja, mas individualmente, repito.
A
parábola trazida por Jesus para ilustrar essa verdade, trata do perdão entre
semelhantes, não entre os pecadores e Deus. A grande ênfase aqui é sobre
pecadores perdoados, perdoando pecadores. Exercitamos o perdão na igreja para
aplicá-lo lá fora. A grande escola do perdão é a igreja visível. É a grande
sala de aula de Deus. Ali aprendemos a suportar uns aos outros no temor do
Senhor. A base para o exercício desse perdão aqui descrito é o amor/ágape também
traduzido por caridade. Não a caridade superficial de dar coisas, mas a maior
das caridades de doar-se a si mesmo, até com prejuízo próprio. O texto nos
ensina três verdades sobre o exercício do perdão, que precisamos ter em mente:
Somos devedores de Deus perdoados; Fomos perdoados para nos tornarmos
perdoadores e Quando não perdoamos nos tornamos prisioneiros. O homem da
parábola era devedor do seu senhor. Isso ilustra o que acontece em relação a
Deus, para com o qual somos todos devedores, pois não tínhamos com que pagar e
fomos perdoados através da graça de Jesus. Aquele patrão perdoou a dívida
impagável do seu empregado. Foi precisamente isso que o Senhor fez. Havia uma
dívida contra nós que jamais poderia ser paga, mas o nosso Senhor que é
misericordioso e compassivo, nos perdoou a dívida (os pecados) e nos purificou
de toda injustiça. Note que aquele servo não merecia perdão, ele o obteve pela
graça e compaixão do seu senhor. Isso deveria torná-lo muito mais devedor, só
que, ao amor compassivo do seu senhor, assim como nós.
Aquele
servo, deixando a presença do seu senhor, encontrou um conservo seu que lhe
devia uma quantia absolutamente insignificante diante da quantia vultosa que
ele devia ao seu senhor e fora por ele perdoado. Em vez de compartilhar com o
seu conservo a alegria do perdão que experimentara, tornou-se um credor
incompassivo, exigindo que ele lhe pagasse toda a dívida. Note que o conservo
daquele homem usou as mesmas palavras que ele mesmo usara diante de seu senhor,
mas nem assim a sua consciência cauterizada trouxe à luz o que ele mesmo havia
recebido. O rei havia livrado aquele servo e toda sua família da prisão, mas
ele a si mesmo se condenou quando exerceu uma justiça árida desprovida de
misericórdia. Ele lançou o seu conservo na prisão, quando tinha o dever moral
de perdoá-lo. Como nada fica oculto debaixo do céu, o que ele não imaginava era
que estava sendo observado. Logo o seu senhor tomou conhecimento de sua atitude
maligna e ordenou que ele fosse lançado na prisão e entregue aos verdugos. Nós
também somos observados por homens e por anjos (eleitos e caídos). A pior das
prisões é a experimentada por um coração rancoroso, orgulhoso e incompassivo.
Quando nos recusamos a perdoar, nos tornamos nossos próprios carcereiros e
abrimos passagem para que os “verdugos” (espíritos demoníacos) nos atormentem.
Tem muito cristão oprimido dentro das igrejas por falta de perdão. Esses
verdugos nos assolam com muitos tormentos físicos, emocionais e espirituais.
Note quanta gente tem estado doente até mesmo em nosso meio, por falta de
liberação de perdão. Pedro pediu a Jesus uma medida justa para o exercício do
perdão e o Senhor lhe disse para praticar o perdão e esquecer a medida. O tema
dessa parábola não é a salvação, mas o perdão entre os semelhantes, que deve
ser praticado sem medida ou limites. O servo perdoado no início da parábola não
compreendeu a verdadeira dimensão do perdão, simplesmente ficou feliz por ter
se livrado de uma encrenca. Se ele tivesse realmente entendido, teria perdoado
o seu conservo. Acabou se tornando refém de sua própria ignorância e
perversidade. Perdoemos e deixemos a pessoa seguir em paz! Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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