segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Meditação/Nadia Malta/O DESAFIO DE PERMANECER FIRME NO SENHOR!


O DESAFIO DE PERMANECER FIRME NO SENHOR! 
                                                                        
Ouvi-o, e o meu íntimo se comoveu, à sua voz, tremeram os meus lábios; entrou a podridão nos meus ossos, e os joelhos me vacilaram, pois, em silêncio, devo esperar o dia da angústia, que virá. Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente”.  Habacuque 3:16-19. 

O profeta Habacuque, escreveu a sua profecia num momento de intensa perplexidade, quando se sentia em conflito com a vontade de Deus. Aliás, você já se sentiu em conflito com a vontade de Deus? O conflito e sinceridade desse profeta tornam a sua profecia a mais lúcida das Sagradas Escrituras. Ao longo deste livro, notamos que o profeta foi do Vale da dúvida e dos questionamentos, ao Alto da torre de vigia à espera da resposta do Senhor a sua queixa. O mais assombroso do livro, é percebermos que, ao contrário, do que muitos apregoam, não houve mudança na situação em si, como resultado da oração do profeta, no entanto, houve uma mudança profunda no interior do profeta que o fez permanecer firme no Senhor, mesmo à despeito da situação vigente. Precisamente aqui encontramos a idéia central desse texto. Se formos muito sinceros e deixarmos cair as máscaras da hipocrisia religiosa, admitiremos que não é fácil permanecer firmes no Senhor em todo o tempo. Há momentos que somos tão impactados com as situações inusitadas e ameaçadoras, que chegamos a pensar que o Senhor se esqueceu de nós. Ou por outra, questionamos como Habacuque: “Onde está Deus em meio a isso tudo?”.  E aí, Oramos: “Senhor, livra-nos das horas dos suores frios”. Mas invariavelmente, essas horas nos alcançam. Por isso devemos mudar a nossa oração e pedir que o Senhor nos fortaleça para as horas dos suores frios.

Quando esses conflitos nos assolam, somos impulsionados pela nossa humanidade a rejeitar o sofrimento. Devemos então olhar, para os servos de Deus do passado. Ao fazermos isso, sentimos certo alívio por descobrirmos que estavam sujeitos aos mesmos momentos de abatimento, fraqueza e inquietações que nós e foram acudidos por Deus nas mais ardentes fornalhas. O refrigério veio em meio ao ardor do fogo. Como Habacuque, devemos falar aberta e sinceramente com Deus, sobre nossas dificuldades e questionamentos. Esse profeta era um homem de questionamentos, ele queria respostas, como a maioria de nós. Não devemos ter vergonha de admitir isso. Quando abandonamos a arrogância pretensiosa e buscamos respostas de Deus com sinceridade de coração, seremos respondidos. De um jeito ou de outro. O texto lido, ao contrário de significar falta de fé, é traduzido como a mais autêntica, lúcida e contundente confissão de fé das Escrituras Sagradas. Manter-se firme no Senhor quando tudo nos vai bem é facílimo! Habacuque encarou o fato assustador de que a nação seria invadida por um inimigo inclemente. Ele sabia que muitos do povo seriam levados para o exílio e que outros tantos seriam mortos. A terra seria devastada. Jerusalém e o templo seriam destruídos. Mesmo em meio a essa assolação toda, o profeta declara a sua decisão: ele esperaria, se alegraria e confiaria no Senhor em qualquer situação. Este é o grande desafio para os crentes contemporâneos!

Em sua confissão Habacuque tomou três decisões: “Esperarei no Senhor”; “Eu me alegrarei no Senhor” e “Confiarei no Senhor”. Se o profeta tivesse dependido dos seus sentimentos, jamais teria escrito essa confissão de fé. Ao olhar para o futuro, ele viu a nação rumando para a destruição. Assim como nós ao olharmos para a nossa realidade, mesmo sem querer admitir ou aceitar, poderemos atravessar águas turbulentas. Toda grande arrumação é precedida por uma grande desarrumação. Ao olhar para dentro de si, viu-se tremendo de medo e ao olhar ao redor viu todo o sistema prestes a se desintegrar. Quantas vezes não nos sentimos assim, chocados com nossas próprias percepções? Contudo, quando pela fé ele olhou para o Alto, viu Deus com todos os recursos infinitos de sua graça. Ali seus medos se desvaneceram.  Precisamos aprender com a maturidade desse herói da fé. Mesmo que a ação dos babilônios não deixasse pedra sobre pedra, o profeta afirma nessa passagem que se alegrará no Senhor e exultará no Deus de sua salvação. Qual o motivo desse regozijo, uma vez que ao seu redor, tudo era só desolação? Deus ainda estaria no seu Trono, cumprindo os propósitos divinos para o seu povo! Essa confissão de fé de Habacuque é também chamada de cântico na escuridão. Ele não podia cantar por causa das circunstancias, mas podia cantar a fidelidade e a imutabilidade de Deus. Um exemplo e tanto para seguirmos! Aos olhos humanos, a postura de Habacuque parece loucura. Creio que se minhas pernas estivessem tremendo e o meu coração acelerasse, a minha primeira reação seria procurar um lugar seguro onde me esconder e relaxar.  Mas, o profeta começou a saltar montanha acima como uma corça. Por causa de sua fé em Deus, ele pode ficar de pé, correr firme e velozmente, chegando aos lugares mais altos jamais alcançados. Deus nem sempre muda as circunstancias em resposta às nossas orações, mas pode nos transformar para enfrentá-las com equilíbrio e graça. Isso é viver pela fé. Ao Senhor toda a glória! Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/

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