NÃO
IMPORTA O QUE VOCÊ FEZ VOLTE PRA CASA!
“Continuou: Certo homem tinha dois filhos; o
mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele
lhes repartiu os haveres. Passados não muitos dias, o filho mais moço,
ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou
todos os seus bens, vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo,
sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade.
Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou
para os seus campos a guardar porcos. Ali, desejava ele fartar-se das
alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada. Então, caindo em
si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui
morro de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai,
pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. E, levantando-se, foi para
seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele,
correndo, o abraçou, e beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e
diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho. O pai, porém, disse
aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no
dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e
regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e
foi achado. E começaram a regozijar-se”. Lucas 15:11-24.
O
texto lido está no contexto do capítulo quinze do Evangelho de Lucas, que é
muito apropriadamente chamado de capítulo da graça de Deus. As três parábolas
contidas aqui: A do pastor que busca, a da mulher que procura e a do pai que
ama ilustram o grande amor gracioso de Deus pelos que se perdem. As três
parábolas consecutivas foram contadas para responder às murmurações dos
escribas e fariseus, que criticaram o fato de Jesus receber pecadores e comer
com eles, pois dele se aproximavam os publicanos e pecadores em geral, para
ouvi-lo. Os fariseus usavam o método rabínico, ou seja, cada argumento deveria
apresentar três provas para se tornar irrefutável. Jesus usa o mesmo método e
conta três histórias para apresentar a mesma verdade: o caráter gracioso de
Deus. Esta é a ideia central de todo o capítulo. Gostaria de me deter na
terceira parábola, chamada de parábola do filho pródigo por algum tradutor
desatento. Na verdade deveria ser chamada de parábola do Pai amoroso. Aqui o
pai é o personagem principal, não o filho pródigo (esbanjador). Essa é a grande
revelação de Deus para nós hoje! Infelizmente em nossos dias, não ouvimos muito
falar em graça de Deus. Parece que este assunto tornou-se obsoleto e tem sido
relegado a um segundo plano por aqueles que pregam tanto o evangelho raso e de
facilidades, quanto o evangelho de legalismos e terrorismo espiritual imposto
por homens. A minha oração é para que nenhum dos que ouvem esta palavra deixe
de compreender esta verdade. Não importa quem você é ou o que fez, Deus ama
você e quer recebê-lo de volta do jeito que está! Ele próprio irá
transformá-lo! A religião pode mudar o comportamento por algum tempo, mas só o
Senhor Jesus Cristo muda o caráter e a natureza do homem para todo o sempre.
O
texto traz três revelações acerca do caráter gracioso de Deus o nosso Pai: Deus
é o Pai que espera que aprendamos com as nossas escolhas; Deus é o Pai que ama
incondicionalmente e não despreza um coração quebrantado que se volta para ele
e Deus é o Pai que restaura e restitui aquilo que seu filho perdeu por causa do
pecado. Quem é pai ou mãe conhece o caráter do filho. Era assim também com o
pai do filho pródigo. Possivelmente ele deve ter imaginado o fim daquela
história, conhecia aquele menino, sabia que ele com certeza botaria fora tudo
que levou uma vida inteira para ajuntar, mas não fez nada para impedir,
respeitou a vontade do filho. Aquela experiência era uma faca de dois gumes: Poderia
fazê-lo crescer e valorizar o que deixara para trás ou perder-se para sempre.
Aprendemos aqui que esse traço do caráter de Deus mostra que ele espera
pacientemente que aprendamos com as nossas decisões, muito embora, nossas
escolhas impliquem em conseqüências, nem sempre agradáveis. Aquele que anda
longe dos caminhos do Senhor além de chafurdar na lama come comida de porcos,
vive na desgraça, na imundície. Quando Deus é deixado de fora das nossas
escolhas, o prazer torna-se escravidão. A maior ênfase aqui não é a
pecaminosidade do filho, mas o amor gracioso do pai. Foi essa lembrança do amor
e da bondade do pai que levou àquele jovem ao arrependimento e ao perdão. Note
que quando aquele moço é avistado, seu pai corre ao seu encontro, e era
desonroso um homem adulto correr dentro daquela cultura, mas aquele pai amoroso
não se conteve ante a alegria de receber de volta e abraçar o filho perdido. E
a grande motivação para aquela atitude está no v. 24: “Porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi
achado”. Podemos imaginar o estado em que aquele rapaz se encontrava, bem
como o mau cheiro que exalava, afinal, ele cuidava de porcos. Poderia ser
facilmente confundido com um dos inúmeros mendigos da Palestina, mas o seu pai
o reconheceu, apesar dos trapos. Correu em sua direção, o abraçou e beijou do
jeito que estava, sujo e maltrapilho. Longe da casa do Pai, somos assim: Sujos
e maltrapilhos.
Aquele moço “caiu em si”, como diz o texto e
resolveu voltar para seu pai, mas o pai já o aguardava. Não houve uma só
palavra de recriminação ou acusação, simplesmente o pai o recebeu e o acolheu
com amor. O Senhor é o Pai que respeita as nossas decisões, que nos ama apesar
de nós, mas ele também restaura a nossa vida, restituindo a dignidade perdida,
quando nos voltamos para ele com sinceridade de coração. O pai interrompe o
discurso ensaiado do filho no v.21 e logo em seguida ordena aos seus empregados
que lhe tragam depressa a melhor roupa, sandálias para os pés (só os escravos
andavam descalços) e, sobretudo, que lhe ponham novamente o anel no dedo,
símbolo de reconciliação, autoridade e filiação. Ele voltou a fazer parte da
família! Deus quer fazer isso hoje com você! O pai não lhe trata como escravo
ou empregado, mas como filho amado e não é só isso, ele também celebra com uma
grande festa manda matar o novilho cevado, preparado para aquele dia tão
esperado! A hora era de comunhão! Tudo que o filho perdera com sua inconsequência, lhe seria restituído pelo pai. O perdão de Deus apaga as nossas
transgressões e nos purifica de toda injustiça. O Senhor lança os nossos
pecados nas profundezas do mar. O Senhor nos perdoa, zera a nossa vida e reescreve
a nossa história. O Cristão verdadeiro não tem passado, “porque ele é nova criatura, as coisas velhas passaram e tudo se fez
novo”. Jesus é a nossa única chance de recomeçar do zero! Hora de voltar
para a casa do Pai! Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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