UM NOVO CENÁRIO PARA UM VELHO PROBLEMA!
“Em
que vocês foram inferiores às outras igrejas, exceto no fato de eu nunca ter
sido um peso para vocês? Perdoem-me esta ofensa! Agora, estou pronto para
visitá-los pela terceira vez e não lhes serei um peso, porque o que desejo não
são os seus bens, mas vocês mesmos. Além disso, os filhos não devem ajuntar
riquezas para os pais, mas os pais para os filhos. Assim, de boa vontade, por
amor de vocês, gastarei tudo o que tenho e também me desgastarei pessoalmente.
Visto que os amo tanto, devo ser menos amado? Por isso escrevo estas coisas
estando ausente, para que, quando eu for, não precise ser rigoroso no uso da
autoridade que o Senhor me deu para edificá-los, e não para destruí-los. Sem
mais, irmãos, despeço-me de vocês! Procurem aperfeiçoar-se, exortem-se
mutuamente, tenham um só pensamento, vivam em paz. E o Deus de amor e paz estará
com vocês”. 2 Coríntios 12:13-15; 2 Coríntios 13:10-11.
Atentemos para a necessidade de crescermos
na graça e no conhecimento de Deus para não nos deixar persuadir pelos falsos
ensinos à nossa volta. Esta segunda epístola de Paulo aos Coríntios é uma carta
de conteúdo pessoal e forte que apresenta a preocupação do apóstolo com os
falsos apóstolos que já se multiplicavam naqueles dias. No primeiro texto citado, Paulo usa até de
certa ironia em relação a jamais ter sido pesado àqueles irmãos, o que parecia
ser uma grande ofensa! Há os que gostam de ser enganados! O segundo texto é o final desta bela, viva e
pungente epístola. Paulo termina com uma palavra forte de exortação aos seus
leitores Coríntios para que estivessem preparados para a sua chegada e ao mesmo
tempo para que se examinassem a si mesmos no sentido de verificarem se
verdadeiramente haviam experimentado uma fé genuína no Cristo. Havia sido
disseminada no meio daqueles irmãos pelos falsos apóstolos daqueles dias, uma
dúvida de que Cristo não falava por meio de Paulo. Isto entristeceu o coração
do apóstolo fazendo-o enviar uma mensagem dura de exortação prometendo usar de
sua autoridade apostólica e punir os insubordinados caluniadores. O desejo de
Paulo era edificá-los, não destruí-los como deve ser sempre a postura de um pai
zeloso. A carta termina com um chamado ao
aperfeiçoamento da fé, ao exercício do zelo de uns para com os outros, a
unidade de pensamento e a um viver em paz! Não seria isto que a igreja
contemporânea está precisando: Ouvir palavras duras e fortes que chamem os
crentes à razão? O Evangelho não pode ser reduzido a mensagens motivacionais
que apenas massageiam o ego dos ouvintes para anestesiá-los momentaneamente até
que cada uma das dores inevitáveis da vida passe! Dores produzem crescimento e
maturidade e fazem parte do viver neste mundo. Cristianismo não nos deixa
imunes à dor e ao sofrimento, mas nos fortalece para enfrenta-los!
A contemporaneidade dos escritos de Paulo
impressiona! Quando lemos suas queixas, críticas e duras exortações, temos a
impressão de que ele está falando das coisas vistas no universo eclesiástico da
atualidade: Falsos ensinos, mestres segundo o próprio coração, competitividade
interesseira e dissimulada, construção sobre fundamento alheio, mestres de
obras feitas, caçadores de almas e impostores travestidos de pregadores do
evangelho com suas manipulações perniciosas. Por outro lado, podemos observar a
antiga tendência andarilha de ovelhas que não se aquietam e acabam se tornando
presa fácil da lista de obreiros da iniquidade já mencionada. Quanta falta de
discernimento! Quanto prejuízo para a causa do verdadeiro evangelho! Quanta
divisão dentro das igrejas! E com isto o adversário vai alcançando vantagem
sobre nós!
Há dias em que o nosso coração entristece e
chega a doer com tanta loucura ao nosso redor. Mesmo os que já deveriam ser
mestres, continuam agindo como neófitos. Um dia vi o meu pastor chorar no
púlpito, nunca esqueci aquele dia. Aquele homem era e é alguém sério nas coisas
de Deus. Naquela ocasião certa figura que se auto intitula apóstola fez um
desses seminários caça-níquel de fim de semana, que a única coisa que produz é “oba
oba” e dependência de eventos, salvo raríssimas e honrosas exceções! O que
alimenta crente é o estudo sistemático e constante da Palavra de Deus à luz do
Santo Espírito, que leva a uma mudança de vida, sem os modismos inventados pela
mente carnal. Pois bem, aquele pastor
que não conseguiu conter as lágrimas de tristeza e decepção causadas pela
declaração de um presbítero que se levantou no meio de um estudo bíblico e
disse: “Aprendi no fim de semana com a “apóstola fulana” o que não aprendi em
40 anos de evangelho!”. Nunca ouvi absurdo maior! Quantas vezes Paulo deve ter
chorado assim e se contorcido por ver a facilidade com que seus filhos
espirituais se deixavam persuadir pelos falsos ensinos!
Hoje se exercita tanto o corpo e tão pouco
o espírito! Por outro lado, nunca se cantou tanto, se pinoteou tanto nas
igrejas, nunca se ouviu tanto barulho e se viu tanto testemunho de aparente
prosperidade, mas nunca se viu também tanto analfabeto de Bíblia, quanto em
nossos dias! A preocupação com coisas materiais e sensações de bem-estar tem
roubado o foco que é o Cristo e produzido toda uma geração de crentes capengas,
que à primeira dificuldade abandonam o Senhor. Esta semana ouvi uma das muitas
aberrações produzidas pelos apóstolos da atualidade: “As 12 Bênçãos para setembro”.
A sétima bênção dizia mais ou menos assim: “O Senhor dará um carro zero em
condições especiais e muitos ainda terão um segundo carro!”. Não acreditei no
que vi. Como pode sair da boca de alguém que se diz um servo de Deus tamanha
imbecilidade? Vi uma definição muito apropriada do quadro eclesiástico dos
nossos dias: Teologia da Prosperidade: “Eu tinha 1 carro. Conheci Jesus, agora
tenho 2. Ele me ensinou a conquistar”. Evangelho de Cristo: “Eu tinha 2 pães.
Conheci Jesus, agora tenho 1. Ele me ensinou a repartir”. É tempo de acordarmos
do torpor e firmar nossos pés sobre a Rocha Eterna que é o CRISTO! Cresçamos na
graça e no conhecimento de Deus! Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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