RECEBENDO UM NOVO NOME!
“Perguntou-lhe, pois: Como te chamas? Ele
respondeu: Jacó. Então, disse: Já não te chamarás Jacó, e sim Israel, pois como
príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste. Tornou Jacó: Dize,
rogo-te, como te chamas? Respondeu ele: Por que perguntas pelo meu nome? E o
abençoou ali. Àquele lugar chamou Jacó
Peniel, pois disse: Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva”.
Gênesis 32.27-30
Precisamos compreender que há lutas
travadas por nós com o próprio Deus, com um fim de nos esvaziarmos de nós
mesmos e nos enchermos dEle. O texto registra o momento na vida de Jacó filho
de Isaac e neto de Abraão, quando ele voltava à terra dos seus pais, para
reconciliar-se com o seu irmão Esaú, depois de haver, anos atrás usurpado o seu
direito de primogenitura. Nesse retorno ele faz a travessia mais decisiva e
estratégica de sua vida. Ele transpõe o Vau de Jaboque, e ali ele enfrenta uma
intensa luta noturna com o próprio Senhor e também consigo mesmo. Diante do
Senhor não tem como nos esconder atrás das máscaras que criamos. Nem sempre as
lutas enfrentadas por nós são ações malignas, muitas vezes o próprio Deus vem
nos confrontar para descobrirmos quem somos na verdade.
A vida do servo de Deus é uma vida de
travessias. Hoje gostaria de falar sobre a travessia de Jaboque. Aliás, a
palavra Jaboque = lugar de travessia; lugar de luta; de esvaziar e transbordar.
Jaboque é o lugar do verdadeiro avivamento (esvaziamento do eu e
transbordamento do Espírito Santo). É possível ser salvo, totalmente envolvido
na obra de Deus, e ainda assim não ser governado plenamente pelo Senhor. É possível
expulsar demônios, curar enfermos, realizar milagres, discernir espíritos,
produzir grandes obras em nome de Jesus e ainda assim, ser também um obreiro da
iniquidade, um refém das próprias inclinações. Parecem fortes essas palavras,
mas retratam uma realidade. Que o Espírito de Deus nos dê sabedoria para
discerni-las e acolhê-las! Essas pessoas amam sinceramente o Senhor, “mas há
aquela coisa em suas vidas”, da qual não conseguem se desvencilhar. Mais cedo
ou mais tarde todos nós precisamos atravessar Jaboque.
O Mar Vermelho foi atravessado por uma
multidão de uma só vez. O rio Jordão pode ser atravessado com um vitorioso
exército do Senhor ao redor, mas Jaboque se atravessa só. Ali não têm
conselheiros, não tem amigos, facilitadores ou ajudadores. A luta naquele lugar
é pessoal, solitária. Em Jaboque é só você e Deus! Lá é o lugar onde Deus trata
conosco, não apenas em relação ao pecado, mas em relação ao nosso próprio
caráter. Saímos da religiosidade árida e entramos numa espiritualidade
relacional íntima com Deus. Saímos da carnalidade para uma vida crucificada e
dependente de Deus! Enfrentamos muitas lutas noturnas como Jacó, especialmente
na busca por respostas para perguntas do tipo: “Quem sou eu na realidade?”,
“Por que tendo a repetir velhos padrões familiares?”, “Por que não consigo me
libertar desta inclinação maligna?”, “O que Deus deseja de mim?” e tantas e
tantas outras.
Esta palavra é para os muitos “combatentes
noturnos” que se debatem para descobrir quem são. Aqueles que não se satisfazem
com respostas superficiais ou ensaiadas, mas para os que se dispõem a mergulhar
em Deus e lutar com ele para obter as suas respostas. Esses são os verdadeiros
buscadores de Deus. Jacó era alguém que buscava respostas, assim como você e eu.
Muitos de nós temos lutado noite à dentro com anjos de Deus, tentando extrair
uma bênção daquilo que parece prestes a nos destruir. Com Jacó foi assim, ele
lutou e prevaleceu e prevalecer aqui não é derrotar Deus, mas permanecer firme
nele até que ele nos transforme completamente. Alem da bênção, ele saiu da luta
com uma nova identidade. Deus deseja isso para nós também. Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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