OS FILHOS CRESCEM, CASAM, SE MUDAM, E AGORA?
Outro dia a Revista Pais e Filhos publicou um artigo muito
interessante, e pra variar não me lembro do seu autor, erro imperdoável,
intitulado: “O que você vai ser quando o seu filho crescer?”. O título chamou a
minha atenção, pois chega um momento em nossa vida, no qual, como pais e mães
precisamos responder a essa pergunta. Chega a hora de nos reinventar de tomar
novos rumos, abraçar novos projetos, de aproveitar a maturidade e de fazer o
que até então não pudemos. É a nossa hora!
O cuidado com eles agora é outro, é na retaguarda, sem a
responsabilidade de prover. Eles andam com as próprias pernas e voam com suas
próprias asas. Crescem rápido demais, tudo acontece num abrir e fechar de
olhos. Ainda outro dia estávamos às voltas com mamadeiras, lições de escola,
sarampos, cataporas e joelhos machucados. E de repente aquelas pequenas águias
crescem e alçam vôo, deixando o ninho vazio até que retornam carregando suas
próprias águias. A vida é assim pelos séculos dos séculos. Por que fazemos
tanto drama de algo tão simples? Deixemos que voem as nossas águias! Graças a
Deus podem voar!
E agora o que fazer diante da realidade? Uma só coisa: Seguir a
vida sem drama, aliás, detesto drama, sobretudo, as tempestades em copos d’água
que muitos fazem pra chamar a atenção. Tudo isso faz parte do curso natural, só
precisamos de um pouco de tempo para convencer a nossa emoção da naturalidade
deste momento, depois de algumas lágrimas inevitáveis choradas à sós, tudo se
acomoda e segue seu curso natural. Não tem grandes explicações! Como diria
Chicó, personagem de Ariano Suassuna no Auto da Compadecida: “Só sei que é
assim!”. O melhor de tudo é que contamos
com a assistência infalível do companheiro inseparável de todas as horas: O
Consolador Amado, o Espírito Santo de Deus! Graças a Ele sobrevivemos sem
marcas.
Como cristã aprendi que os filhos são heranças benditas do Senhor.
Eles não são nossos, apenas nos foram emprestados por breve tempo para que
cuidemos deles e os preparemos para a vida e a piedade. No dizer do Rev. João
Campos de saudosa memória: “Filhos são almas eternas que o Senhor nos confia
para conduzirmos à eternidade!”. Essa é a nossa missão como pais. A minha está
cumprida pela misericórdia, apesar de mim para a glória de Deus!
Os meus filhos cresceram, casaram, se mudaram! O menino se fez
homem alçou vôo primeiro, se tornou profissional, marido, pai. Saiu do ninho,
as asas cresceram e ele se foi. Voltou multiplicado e colocou em meus braços
duas preciosidades, dois netos tão queridos. Depois foi a vez da menina. Ela
cresceu (em estatura, nem tanto) e também alçou seu vôo. De repente a menina deu lugar a uma grande e
linda mulher. Agora esposa, dona de casa,
profissional e inevitavelmente será mãe. Ambos íntegros! Ah, ainda ganhei de
presente por meio deles mais dois filhos de papel passado meu genro-filho e
minha nora-filha. E aqueles bebês que um dia embalei já não são mais bebês. Aí
nos perguntamos: “Onde eu estava que não percebi que cresceram? Fiz-me esta
pergunta duas vezes! É, as coisas mudam, os ciclos se completam, as mudanças
assustam, mas são inevitáveis e necessárias. Significa que graças a Deus não
estagnamos, mas, seguimos, fluímos, crescemos também. O que vou ser agora?
Respondendo a pergunta do artigo da Revista Pais e Filhos: Vou viver o hoje, o
agora de Deus. O ontem já passou e o amanhã nem chegou ainda. Cada dia tem o
seu encanto, a sua exigência, a sua demanda. Olhemos para este agora!
Precisamos em sabedoria deixar que cresçam e aprendam com suas
próprias experiências sem interferir. Conselhos, só se forem pedidos. Chegou a
hora de ver na prática o que ensinamos. Só posso dizer: “Obrigada Deus, valeu a
pena, valeu muito a pena criá-los e vê-los crescer, amadurecer e alçar vôo!”.
Sigam seus rumos meus filhos e sempre que precisarem o ninho estará sempre
disponível. E em suas próprias jornadas não esqueçam da lição preciosa do
apóstolo Paulo praticada por nós: “Os
pais entesouram para os filhos, não os filhos para os pais!”. Portanto,
entesourem não apenas o material, mas a fé que aprenderam desde a infância e o
testemunho alicerçado sobre a Rocha eterna que é o Cristo! Vocês são grandes presentes de Deus que têm
tornado a nossa vida sobre a terra menos árida. Que Deus os abençoe, sempre!
Amo vocês! Nadia Malta
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