TIREMOS
PRIMEIRO A TRAVE DOS NOSSOS OLHOS!
“Por
que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está
no teu próprio? Como poderás dizer a teu irmão: Deixa, irmão, que eu tire o
argueiro do teu olho, não vendo tu mesmo a trave que está no teu? Hipócrita,
tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro
que está no olho de teu irmão!”. Lucas 6.41,42.
Aqui, através desta
parábola encontramos uma chamada severa do Senhor à autocrítica. O servo do
Senhor, especialmente quando é chamado a assumir uma liderança tem uma
responsabilidade dobrada de se autoexaminar, sobretudo, antes de exortar seus
liderados quanto às suas posturas. Tendemos a maximizar os erros e pecados dos
irmãos em detrimento dos nossos. Olhamos com complacência para os nossos
pecados e com severidade para os pecados dos outros. Queremos graça e
misericórdia para nós, mas justiça e juízo vingador para o nosso semelhante! E
assim seguimos driblando traves e caçando argueiros! Somos como cegos guiando
cegos. Restauremos a nossa própria visão. Olhemos para dentro de nós mesmos.
Clamemos que o Senhor seja propício a nós pecadores. Reconheçamos as áreas que
precisamos ser libertos. Só a partir daí estaremos prontos para em amor tratar
com os irmãos e suas fraquezas. Às vezes tenho a impressão que nos esquecemos
do que a graça realizou em nós apesar de nós. Quanta “santarronice” em nosso
meio! Quando exortamos um irmão que caiu, precisamos fazer isto em amor e
temor. “Aquele que pensa estar em pé,
veja que não caia!” adverte o apóstolo Paulo. Este texto deve estar sempre diante
dos nossos olhos e deve ser o nosso mote cada vez que somos levados a confrontar
os nossos irmãos e seus muitos argueiros. Nesses momentos é preciso cuidado
dobrado com o tom da voz para não assumir a postura de impecáveis “fiscais da
fazenda celestial”. Aliás, vale lembrar
que esse “ministério” tem sido exercido com maestria pelos possuidores de
grandes traves. O dedo desses “fiscais” parece um gatilho de tão rápido para
apontar os pecados dos outros. Tenho a impressão que essa “escola ministerial”
foi fundada pelos amigos de Jó. Ah, e tem os jargões bem conhecidos disparados
com a voz empostada do tipo: “Deus está
me revelando que você está passando por esta (enfermidade, dificuldade, perda,
e tantas outras coisas) porque está em pecado!”. Muitas vezes frases
assassinas como esta esmagam as caninhas que já estão mais que quebradas! Isto
me faz lembrar a doçura de Cristo ao tratar com a mulher apanhada em flagrante
adultério. Ele não lhe disse uma palavra de acusação, apenas ternamente
perguntou pelos acusadores dela, que haviam se evadido, talvez acusados pela
própria consciência. Ele diz apenas: “Não
te condenaram? Nem eu tampouco te condeno, vá e não peques mais!”. Quanta
ternura, aprendamos com o Mestre! Sejamos
misericordiosos! São os misericordiosos que alcançarão misericórdia! Recebemos
misericórdia e graça para sermos canais delas. Cuidemos antes de tirar as nossas
traves! Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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