Lucas 18:1-8
Objetivo: Instruir e estimular a igreja sobre a perseverança que devemos ter na oração.
Idéia Central do texto (ICT):
Lucas menciona as viúvas mais freqüentemente que os demais evangelistas. Lc. 2.37, 38; 4.25, 26; 7.11-17; 18.1-8; 20. 45-47; 21.1-4.
Apesar de Deus ter instruído seu povo a cuidar das viúvas, naquela época era extremamente difícil essas mulheres se sustentarem. Êx. 22.22-24; Dt 14.28,29; 16.9-15; Sl 146. 9; Is 1.17-23; Jr 7.6. A Igreja primitiva considerava a responsabilidade com as viúvas algo sério – At 6.1; I Tm 5.3-10; Tg 1.27.
Para compreendermos essa parábola, gostaria de situá-la em seu contexto original. O comentarista Warren Wiersbe nos esclarece que "O Tribunal daquela época, não era o prédio sofisticado de hoje, mas uma tenda móvel que se movia no horário e itinerário estipulado pelo juiz. Este se sentava em seu interior com toda a pompa, sempre cercado de assistentes, que por sua vez “facilitavam” o acesso ao juiz daqueles que traziam seus pleitos para serem julgados. Muitas vezes faziam isso em troca de “favores financeiros”. Em se tratando de uma viúva, ela precisava superar pelo menos três grandes obstáculos: Primeiro: pelo fato de ser mulher, praticamente não existia socialmente. Não poderia pleitear suas causas. Não tinha voz nem vez. Segundo: como era viúva, não possuía um marido que a representasse perante o tribunal. Por último: era pobre e mesmo que quisesse, não poderia pagar suborno aos assistentes do juiz para que lhe fosse permitido o acesso. Assim, era absolutamente impossível achegar-se ao juiz".
Todo esse arrazoado inicial é para que possamos compreender a impossibilidade de tal viúva em ter a sua demanda resolvida. Contudo, nos chama atenção que essa mulher, mesmo em circunstâncias tão adversas, não desistiu. A idéia central aqui é precisamente esta: “Não desistir diante das impossibilidades e orar sempre!”.
Introdução:
As maiores e mais hostis batalhas em nossas vidas como filhos de Deus, são ganhas de joelhos dobrados em oração. Diz o apóstolo Paulo: “De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos” 2 Coríntios 4:8-9
O Senhor Jesus sabia das lutas e das impossibilidades que seus discípulos enfrentariam depois de sua partida, por isso tratou de instruí-los a usar a maior força bélica que eles poderiam dispor: A ARTILHARIA DA ORAÇÃO.
Lucas é chamado de o Evangelho da Oração e no texto lido, Jesus usa uma parábola para ministrar o dever de orar sempre e nunca desistir.
AO ENSINAR SEUS DISCÍPULOS A NÃO DESISTIR DE ORAR, JESUS APRESENTA TRES CONTRASTES:
- O Contraste entre orar e esmorecer – V.1:
- O termo esmorecer descreve alguém que perde as forças, o ânimo e fica ao ponto de desistir de lutar. Na verdade, o termo original fala de alguém prestes a desmaiar. E é assim que nos sentimos em determinadas situações em que não conseguimos ver saída. Diante de uma grande demanda temos dois caminhos: lutar ou esmorecer. Aqui, Jesus nos instrui a, mesmo diante daquilo que nos parece impossível, não desistir de orar. Porque orar é sempre a saída! O que significa “orar sempre” ou “orar sem cessar”? I Ts 5.17; Certamente não é usar de vãs repetições o tempo todo ou mesmo permanecer sem fazer mais nada, a não ser orar, até porque isso seria impossível. Significa em síntese, entrar em sintonia com o Trono da Graça em atitude de oração de fé, sem se deixar contaminar pelas circunstancias. A oração vai muito além das palavras que nos saem dos lábios, ela expressa o anseio de nosso coração e o coração do fiel sempre anseia por algo de Deus. Orar sempre significa abrigar no coração desejos tão santos e tão compatíveis com a vontade de Deus, que aonde quer que estejamos, estaremos ligados ao coração do Pai. Não há nada nem ninguém que nos impeça de estar nessa posição, a não ser nosso pecado, nossa incredulidade. O autor de hebreus diz que um perverso coração de incredulidade nos afasta do Deus vivo.
- O contraste entre a viúva e os escolhidos – VS.2-5:
- Jesus argumenta aqui do menor para o maior: “Se uma pobre e indefesa viúva conseguiu o que necessitava de um juiz iníquo, que não temia a Deus nem respeitava a homem nenhum, o que não conseguirá os filhos de Deus?”. Veja aqui os contrastes: para começar, a mulher era estrangeira, nós somos filhos e herdeiros; ele cuida de nós. Lc 11.13. A mulher não tinha acesso ao juiz, mas os filhos têm livre acesso à presença do Pai a qualquer hora. Ef 2.18; 3.12; Hb 4.14-16; 10.19-22. A mulher não tinha amigo nenhum no Tribunal que facilitasse sua entrada e colocasse o seu pleito no rol das causas a serem julgadas, tudo que lhe restava era a persistência de andar ao redor da tenda gritando seu pleito para que o juiz lhe ouvisse e julgasse a sua causa. No entanto, quando o cristão vai à presença do Juiz do Universo em oração, ele tem um Advogado e Sumo Sacerdote que o representa e intercede por ele diante do Trono: JESUS CRISTO - I Jo 2.1; Hb 2.17, 18. Ainda contamos com a intercessão poderosa do Espírito Santo, visto que não sabemos orar como convém – Rm 8.26, 27. Aquela viúva era pobre e desvalida, enquanto nós temos à nossa disposição as incontáveis riquezas de Deus para suprir as nossas necessidades. Fp 4.19
- O contraste entre o juiz iníquo e o Pai Celestial – VS. 6-8:
- Deus não é como esse juiz, antes ele é um Pai amoroso, que atenta para as nossas necessidades e súplicas quando o buscamos de todo o coração. Aquele juiz atendeu a viúva por medo que ela o molestasse com a importunação. Deus nos atende por que se torna galardoador dos que o buscam – Hb 6.11. Embora, muitas vezes, Deus pareça demorado em nos responder, essa aparente demora não significa falta de ação, mas sim preparação para o que realmente necessitamos. Às vezes a aparente demora de Deus faz parte da resposta. Ele usa todos os meios, fazendo-os cooperarem com os seus divinos propósitos para nós. Rm 8.28, 29. O texto diz que “depressa” o Senhor fará justiça aos seus escolhidos. Só que o tempo de Deus não é o nosso. Nós temos uma “cronologia”, Deus tem uma “kairologia”. Enquanto tempo para nós é “cronos”, para Deus é “kairós”. Um dia certamente entenderemos isso, por hora só temos que crer, confiar e esperar nele. Dentro da “kairologia” de Deus ele responde “depressa”. No entanto, o Senhor achará fé na terra para compreender e aceitar seus mistérios? Meditemos nisto.
CONCLUSÃO: O QUE APRENDEMOS AQUI?
- Como aquela viúva, não devemos desistir da luta; antes devemos batalhar em oração continuamente.
- Se uma viúva desvalida e estrangeira recebeu o que necessitava, o que não poderá receber os filhos e herdeiros de Deus?
- Deus não é como aquele juiz egoísta; ele não é “pirangueiro” como costumamos dizer aqui em Pernambuco, ele é um Deus de derramar e derrama profusamente sobre os seus. Ele se torna galardoador dos que o buscam em verdade.
Aleluia, Amém!
Sermão/Pra. Nadia Malta em 03.03.13– www.ocolodopai.com
Este sermão pode ser reproduzido e utilizado para fins de evangelismo e edificação, desde que se mencione a fonte, e a Fonte é o Espírito Santo de Deus.
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