QUEM DISSE QUE DEUS NÃO DÁ
ORDENS ESTRANHAS?
“Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. As
multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os
sinais que ele operava. Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam
gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados. E houve
grande alegria naquela cidade. Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo:
Dispõe-te e vai para o lado do Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza;
este se acha deserto. Ele se levantou e foi”. Atos 8: 5-8, 26.
Busquemos uma intimidade
relacional com o Senhor para não estranhar cada vez que ele resolve se
manifestar de um modo fora do convencional. O texto lido relata um dos
episódios que acontece quando a igreja assolada e perseguida, especialmente por
Saulo de Tarso, se dispersou pelas regiões de Samaria e Judéia. Os cristãos
dispersos iam por toda parte pregando a palavra de Deus. Filipe, diácono e
evangelista, estava em Samaria numa grande e frutífera jornada evangelística. Na
verdade, o contexto todo vai até o versículo 40 deste capítulo. É interessante
ler tudo. As multidões recebiam e atendiam unânimes as coisas que ele dizia. No
meio de conversões, libertações e muitos sinais e prodígios, o Senhor lhe dá
uma ordem, que do ponto de vista humano parece no mínimo absurda: Ele o manda
sair dali e ir para uma estrada deserta. Como assim? Como entender uma coisa
dessas? No meio do povo de Deus é comum encontrarmos duas posturas. Primeira:
Aqueles que de forma engessada tentam enquadrar Deus, não permitindo que a sua
graça, a sua misericórdia, a sua sabedoria e seus agires se manifestem em suas
multiformes expressões. Deus é soberano e faz como quer! E em segundo lugar: Aqueles
que descambam para um liberalismo pernicioso e destrutivo. A liberdade não deve
dar lugar à carnalidade! Ambas as posturas estão equivocadas. É o próprio
Senhor quem nos tira do impasse, mas para isto precisamos andar com ele íntima
e relacionalmente.
Quando andamos com alguém
mais intimamente, quanto mais os anos passam, mais aprendemos a discernir
pensamentos e intenções por trás das palavras, que muitas vezes nem são ditas.
Espiritualmente é do mesmo jeito. O que aprendemos com este episódio? Deus não
dá ordens estranhas a qualquer um, mas àqueles que andam com ele e o conhecem
íntima e relacionalmente. Qual a credencial de Filipe? Em Atos 6: 3,5
aprendemos que Felipe foi um dos separados para o ministério porque era um
homem de boa reputação, cheio do Espírito, de sabedoria e de fé. A história
bíblica está cheia de relatos de pessoas que receberam ordens aparentemente
absurdas de Deus e obedeceram porque tinham convicção que os agires do Senhor
não obedecem a uma lógica humana. Ao profeta Oseias foi ordenado casar-se com
uma mulher infiel. Ao profeta Isaías foi ordenado andar nu durante três anos.
Ao profeta Ezaquiel, o Senhor proibiu de chorar e lamentar pelo falecimento de
sua amada esposa. Ao patriarca Abraão foi ordenado sair de sua terra e de sua
parentela, deixar a comodidade e peregrinar numa terra estranha, até encontrar
o lugar que ainda lhe seria mostrado por Deus. A Noé foi ordenado construir uma
enorme arca longe de rios e mares e num lugar alto, servindo de motejo para os
que ali passavam. Sem falar nos outros tantos exemplos narrados nas Escrituras.
Essas pessoas todas eram escolhidas de Deus e o buscavam de todo o coração.
Eram pessoas de fé genuína, que mesmo não entendendo o sentido da ordem
recebida, ousaram obedecer. E quanto a nós, e se recebêssemos uma ordem
estranha de Deus, como reagiríamos?
Devemos
entender que o nosso tempo em um ministério ou tarefa específica termina,
quando Deus determina que terminou, mesmo que tudo esteja dando muito certo.
Somos canais apenas, instrumentos, meros “canos de PVC” como costuma dizer um
amado evangelista. E Deus é o dono tanto do instrumento quanto da obra que ele
deseja fazer, tanto em nós quanto através de nós. Sejamos sensíveis à sua voz!
A intimidade com o Senhor nos faz ousar, obedecendo sem vacilar. A voz do Senhor
é sempre inconfundível aos seus eleitos. A ordem recebida veio por meio de um
anjo de Deus, mas a intimidade de Filipe com o Senhor o fez atentar para a
legitimidade da procedência daquela ordem. Ele ouviu e de pronto obedeceu. Ele
bem poderia ter argumentado, retrucado, ou mesmo precipitadamente dizer: “Esta
ordem não veio de Deus, tudo aqui está dando tão certo!”. Contudo, ele não fez
isso, antes se apressou em obedecer e o propósito de Deus foi alcançado.
Busquemos a intimidade com o Senhor! Ordem aparentemente absurda de Deus tem
propósito como tudo na vida de um servo dele. O propósito daquela situação era
alcançar uma pessoa para que ela alcançasse uma nação. Missão cumprida Filipe!
Que bom que você entendeu o chamado e obedeceu! Quando o Senhor entende de
transformar vidas que ele escolheu para louvor da sua glória, ele é implacável
no seu intento e fará que tudo coopere para que seu propósito se cumpra. E o
propósito final de Deus é que sejamos conformados à imagem do Cristo. E, não
importa as voltas que tentemos dar para fugir a isto. Ao final ele nos
alcançará e o seu propósito se cumprirá mesmo que isto implique em dores.
Sejamos sábios! Tudo tem um propósito e na hora certa entenderemos. Contudo, há
momentos que tudo que temos a fazer é obedecer! Que o Senhor nos ajude a
discernir! Nadia
Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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