O
SENHOR CONTINUA NOS CONVOCANDO A MUITAS TRAVESSIAS!
“Naquele
dia, sendo já tarde, disse-lhes Jesus: Passemos para a outra margem”. Marcos 4.
(35)-41
Antes
de qualquer coisa, gostaria de chamar a atenção para o fato de que imediatamente
antes deste episódio, mais precisamente nos versículos 33 e 34 deste mesmo
capítulo, o evangelista Marcos dá uma explicação do porque que Jesus falava por
parábolas às multidões, muito embora falasse mais explicitamente aos seus
discípulos em particular. Logo em seguida acontece a convocação de Jesus aos
seus discípulos para passarem para a outra margem do lago de Quinerete ou
Tiberíades, também chamado de Mar da Galileia. Aquele lago fica 200m abaixo do
nível do Mar Mediterrâneo e é assolado por muitas tempestades de vento que vem
dos montes em seu redor, principalmente o Monte Hermom. Aquela convocação de
Jesus mesmo tendo sido literal, trazia consigo um sentido parabólico para
aqueles discípulos. Este outro sentido só poderia ser compreendido pelos
ouvidos treinados de suas ovelhas. Jesus estava falando de uma travessia para
um nível de espiritualidade que requeria fé, graça, resistência e resiliência.
Se isso foi válido para os dias de Jesus andando com seus discípulos
visivelmente aqui na terra, o que dizer nos dias de hoje?
Tenho
a impressão de ainda ouvir o Senhor Jesus fazendo a mesma convocação feita aos
discípulos nos dias em que andou sobre a terra: “passemos para a outra margem”
e dessa vez não de forma parabólica, mas explicitamente convocando as suas
ovelhas para atravessarem o lago da superficialidade, da barganha, do
sacrifício barato, do voto de tolo, do mercadejamento da fé, do toma lá da cá
espiritual que tem marcado a religiosidade de nossos dias. O Senhor nos convoca
a todos que nele cremos a passarmos para aquela margem cujo solo é a Rocha
inabalável (Ele próprio), capaz de suportar todo tipo de tempestade em um nível
de espiritualidade praticamente desconhecida por aqueles que lotam as
igrejas-mercados de nossos dias. O que realmente o homem precisa não é encher
os bolsos de dinheiro ou fazer parte da lista dos dez mais. O que na verdade
ele precisa é preencher o vazio em seu coração. Ele precisa resolver o problema
que afeta a sua interioridade: a falta daquela paz que excede todo o
entendimento e da aquela alegria completa e indizível que só é possível na
presença do Senhor.
Há
três coisas que chamam a atenção no texto: A convocação de Jesus aos seus
discípulos para atravessarem para a outra margem; O fato de Mesmo Jesus estando
com eles no barco, não os livrou de enfrentar tempestades e Tudo, absolutamente
tudo, estar no controle soberano do
Senhor. Aquela era na verdade uma convocação para que seus discípulos
participassem de uma “parábola viva”, onde eles próprios seriam os protagonistas.
Eles viveriam naquele barco (figura representativa da igreja) o que
experimentariam em suas vidas. O Senhor os convoca para um nível de
espiritualidade que vai além da superficialidade e requer além de fé, graça e
resistência para enfrentar o que pode surgir em nosso caminho. Estamos vivendo
um tempo que é imperioso termos a compreensão dessa santa convocação do Senhor
que ecoa em nossos dias, do contrário, abandonaremos a fé que um dia abraçamos
como muitos tragicamente têm feito.
Como
cristãos somos chamados a enxergar a vida com os olhos de quem realmente foi
transformado pelo poder de Deus. Isso nos faz andar no Caminho, na Luz, na
Verdade, livres de pesos e culpas ou máscaras, mas não nos isenta de passar por
tempestades. A proximidade e intimidade com o Senhor não torna a nossa vida
mais fácil do ponto de vista circunstancial. Descobrimos aqui que nada do que
venha a nos acontecer está fora de sua área de controle e cuidado amoroso. Ele
não nos promete livrar de passar por vales sombrios, de entrar em fornalhas
ardentes, de atravessar desertos abrasadores, de enfrentar gigantes, mas
garante a sua presença em todo o tempo. Por isso aqueles discípulos foram
severamente repreendidos por ele por causa de sua falta de fé e timidez diante
da tempestade. Cada dia mais me convenço que Deus tem um caminho na tormenta e
o usará sempre que for necessário nos mostrar que ele tem o controle soberano
de todas as coisas. Jesus nos convoca hoje a passar a outra margem com ele. Ele
deseja para nós um nível de espiritualidade que vai muito além da
superficialidade religiosa do toma lá da cá das igrejas-mercado. Ele deseja que
alcancemos uma espiritualidade de alicerce profundo cavado na Rocha eterna que
é ELE próprio. Mesmo estando conosco no barco, e ele certamente está, não
estamos livres de enfrentar tempestades em nossa jornada por esta vida. O
aparente sono do Senhor não significa apatia, descaso ou inação, mas faz parte
de sua didática. É um recurso, uma oportunidade de manifestarmos ousadia, fé e
resistência confiantes na sua suficiente graça. Jamais devemos esquecer que o
nosso Senhor é Aquele que até o vento e o mar lhe obedecem, portanto, ELE está
no controle de absolutamente tudo e nele nos concedeu poder para suportar
e vencer! Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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