QUANDO DERRAMAMOS A ALMA PERANTE O SENHOR!
“Demorando-se
ela no orar perante o SENHOR, passou Eli a observar-lhe o movimento dos lábios,
porquanto Ana só no coração falava; seus lábios se moviam, porém não se lhe
ouvia voz nenhuma; por isso, Eli a teve por embriagada e lhe disse: Até quando
estarás tu embriagada? Aparta de ti esse vinho! Porém Ana respondeu: Não,
senhor meu! Eu sou mulher atribulada de espírito; não bebi nem vinho nem bebida
forte; porém venho derramando a minha alma perante o SENHOR. Não tenhas, pois,
a tua serva por filha de Belial; porque pelo excesso da minha ansiedade e da
minha aflição é que tenho falado até agora. Então, lhe respondeu Eli: Vai-te em
paz, e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste”. I Samuel 1.12-17.
Todos nós conhecemos bem essa história de
Ana, a mãe do profeta Samuel. Ela era estéril dentro de uma sociedade em que a
mulher sem filhos era considerada amaldiçoada.
Ana era alvo da zombaria especialmente de sua rival. E Ana em um momento
de grande amargura de alma vai ao templo para orar ao Senhor. Ali ela se demora
em sua oração de mulher atribulada de espírito. Movia os lábios, mas deles não
se ouvia som. O sacerdote Eli a teve por embriagada e se apressa em
repreendê-la ordenando que ela se apartasse do vinho.
Ana se justifica perante o sacerdote
dizendo: “Não,
senhor meu! Eu sou mulher atribulada de espírito; não bebi nem vinho nem bebida
forte; porém venho derramando a minha alma perante o SENHOR. Não tenhas, pois,
a tua serva por filha de Belial; porque pelo excesso da minha ansiedade e da
minha aflição é que tenho falado até agora”. E é exatamente sobre esta
condição de Ana e de tantas outras pessoas em nosso meio, que gostaria de
meditar um pouco hoje. Quantas vezes nos apressamos em julgar a dor que não dói
em nós! Quantas vezes fazemos conjecturas apressadas sobre algo que
desconhecemos! Duas ou mais situações aflitivas semelhantes vividas por pessoas
diferentes tem um efeito singular! Não dá para julgar, e muito menos para aplicar
soluções iguais para todas.
A dor que estava no coração
de Ana era devastadora, não era fácil viver aquela situação. Às vezes tento
imaginar as noites daquela mulher que fugia aos padrões da época com seu ventre
seco. O que se passava em sua cabeça cada vez que ela via uma mãe embalando um
filho no colo? A causa de Ana provocava grande angústia e tristeza em seu
coração e só ela e o Senhor conheciam a profundidade daquela dor! Quantas vezes
não nos sentimos assim, a dor é tão grande que nos faltam palavras, ou até porque
nem cabe nelas! Talvez se outras pessoas experimentassem o que sentimos agissem
ou reagissem de outra maneira, mas nós não! A nossa dor é a maior que existe porque
dói na nossa carne! Sejamos sensíveis às dores que não doem em nós!
O sacerdote Eli parece que
depois de ouvi-la finalmente entendeu e disse: “Vai-te em paz, e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste”, amém para as nossas
petições também, Senhor! Quanta coisa tem nos deixado atribulados de espírito!
Quantas situações têm sido colocadas em lágrimas diante de Deus. E nessas horas
que nem sabemos orar como convém, fazemos como diz o verso da canção popular:
“Senhor, eu só queria mostrar o meu olhar”! As coisas têm estado tão difíceis
de agüentar e digerir! Precisamos urgentemente daquela intervenção poderosa do
Senhor em nossas aflições. No caso de Ana a sua petição era por um filho e o
Senhor lhe concedeu e ela lhe deu por nome Samuel, que significa: “Eu o pedi ao
Senhor”! A bênção do Senhor nunca vem só. O apóstolo Paulo diz: “O Senhor é poderoso para fazer infinitamente
mais de tudo quanto pedimos ou pensamos segundo o seu poder que opera em nós”.
Assim, alem de Samuel: “O Senhor foi
bondoso com Ana; ela engravidou e deu à luz três filhos e duas filhas. Enquanto
isso, o menino Samuel crescia na presença do Senhor” (1 Samuel 2:21). Não
importa o que digam ou pensem de nós sigamos e prossigamos em buscar do Senhor
as nossas respostas! Derramemos perante ele o nosso coração amargurado e aflito!
Nadia
Malta http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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