segunda-feira, 27 de julho de 2015

Meditação/Nadia Malta/CUIDADO COM AS GOTAS D’ÁGUA!

CUIDADO COM AS GOTAS D’ÁGUA!

                                                                             


Confesso que tenho medo das gotas d’água. Elas me assustam porque apontam para extremos. Cuidado com as gotas d’água, elas fazem transbordar copos, elas podem provocar grandes enchentes ou tempestades!  Não, não falo daquelas tempestades em copos d’água provocadas pelos excessivamente melindrosos. Falo do que extrapola, do que vai além das forças. Palavras e sentimentos represados além de envenenar a alma e ferir o corpo com enfermidades, ao explodir podem causar grandes e irremediáveis estragos.

Conheço de perto muitas pessoas que são assim, como grandes represas sem lugar de vazão. Reviram-se em seus próprios cenários na tentativa de ver algo diferente! Vão acumulando cargas sobre cargas ao longo da caminhada involuntariamente. São cargas compulsórias. E tem faltado sensibilidade nos circunstantes para perceber que determinados recipientes estão quase ao ponto de romper-se! Um gesto ou palavra de gratidão poderiam amenizar as tensões das sobrecargas, mas não chegam nunca! Em vez disto, críticas e mais cargas! Ter sensibilidade implica em atitudes. É mais cômodo fingir que não se está vendo e continuar sendo os conta-gotas que permanecem gotejando sobre o que já está prestes a romper-se! O perigo aqui não são as grandes águas, mas aquelas pequenas gotas que fazem o depósito transbordar. Essas pessoas são as que andam a quinta milha. As que não se satisfazem em deixar nada pela metade. Vão ao fim da linha. Elas fecham ciclos, completam etapas. Primam pela completude mesmo com prejuízo próprio! Elas parecem de aço, mas não são! Uma hora a casa cai. A corda se parte. A represa se rompe!

Tem um trecho de uma canção popular que diz mais ou menos assim, já não lembro muito bem, mas acho que é isso: “E qualquer desatenção faça não, pode ser a gota d’água!”. Desatenções têm sido gotas d’água para muitos! Quando a alma superlota, todo o cuidado é pouco! Isto faz lembrar muitas pessoas que conheci de perto. Algumas partiram desta terra “afogadas” na enchente de seu próprio transbordamento. Implodiram! Outras aproveitaram a força das grandes águas e “surfaram” em suas próprias ondas para fora de suas represas. Explodiram! Essas jogaram a toalha! Chutaram o pau da barraca! Abriram as comportas! Deram um basta! Uma redenção merecida, mas não antes de esgotar todas as possibilidades!

Para os excessivamente sobrecarregados o grande desafio é: Não deixar a alma azedar ou amargurar! Guardar a reserva de doçura a sete chaves é preciso! E sempre que os embates da vida requererem amargura deve-se usar de sabedoria para não ceder aos seus rogos. E nessas horas é prudente lembrar-se de recorrer ao depósito de doçura. Retirando de lá o suficiente. Temperando com um pouco de bom humor e fé. O resultado será sempre surpreendente.

Não se pode esquecer de que deste lado de cá da eternidade tudo é tão fugaz! Diziam os antigos: “Não há bem que sempre dure e mal que nunca se acabe!”. As pessoas passam e os ciclos se fecham de um jeito ou de outro. Tenhamos cuidado, então, para não sermos nós os que apertam os conta-gotas que podem causar as grandes enchentes! Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/


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