CUIDADO COM AS GOTAS D’ÁGUA!
Confesso que tenho medo das gotas d’água. Elas
me assustam porque apontam para extremos. Cuidado
com as gotas d’água, elas fazem transbordar copos, elas podem provocar grandes enchentes
ou tempestades! Não, não falo daquelas
tempestades em copos d’água provocadas pelos excessivamente melindrosos. Falo
do que extrapola, do que vai além das forças. Palavras e sentimentos represados
além de envenenar a alma e ferir o corpo com enfermidades, ao explodir podem
causar grandes e irremediáveis estragos.
Conheço
de perto muitas pessoas que são assim, como grandes represas sem lugar de
vazão. Reviram-se em seus próprios cenários na tentativa de ver algo diferente!
Vão acumulando cargas sobre cargas ao longo da caminhada involuntariamente. São
cargas compulsórias. E tem faltado sensibilidade nos circunstantes para
perceber que determinados recipientes estão quase ao ponto de romper-se! Um
gesto ou palavra de gratidão poderiam amenizar as tensões das sobrecargas, mas
não chegam nunca! Em vez disto, críticas e mais cargas! Ter sensibilidade
implica em atitudes. É mais cômodo fingir que não se está vendo e continuar
sendo os conta-gotas que permanecem gotejando sobre o que já está prestes a
romper-se! O perigo aqui não são as grandes águas, mas aquelas pequenas gotas que
fazem o depósito transbordar. Essas pessoas são as que andam a quinta milha. As
que não se satisfazem em deixar nada pela metade. Vão ao fim da linha. Elas
fecham ciclos, completam etapas. Primam pela completude mesmo com prejuízo
próprio! Elas parecem de aço, mas não são! Uma hora a casa cai. A corda se
parte. A represa se rompe!
Tem
um trecho de uma canção popular que diz mais ou menos assim, já não lembro
muito bem, mas acho que é isso: “E qualquer desatenção faça não, pode ser a
gota d’água!”. Desatenções têm sido gotas d’água para muitos! Quando a alma
superlota, todo o cuidado é pouco! Isto faz lembrar muitas pessoas que conheci
de perto. Algumas partiram desta terra “afogadas” na enchente de seu próprio
transbordamento. Implodiram! Outras aproveitaram a força das grandes águas e
“surfaram” em suas próprias ondas para fora de suas represas. Explodiram! Essas
jogaram a toalha! Chutaram o pau da barraca! Abriram as comportas! Deram um
basta! Uma redenção merecida, mas não antes de esgotar todas as possibilidades!
Para
os excessivamente sobrecarregados o grande desafio é: Não deixar a alma azedar
ou amargurar! Guardar a reserva de doçura a sete chaves é preciso! E sempre que
os embates da vida requererem amargura deve-se usar de sabedoria para não ceder
aos seus rogos. E nessas horas é prudente lembrar-se de recorrer ao depósito de
doçura. Retirando de lá o suficiente. Temperando com um pouco de bom humor e
fé. O resultado será sempre surpreendente.
Não se pode esquecer de que deste lado de
cá da eternidade tudo é tão fugaz! Diziam os antigos: “Não há bem que sempre
dure e mal que nunca se acabe!”. As pessoas passam e os ciclos se fecham de um
jeito ou de outro. Tenhamos cuidado, então, para não sermos nós os que apertam
os conta-gotas que podem causar as grandes enchentes! Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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