quarta-feira, 17 de junho de 2015

Meditação/Nadia Malta/ATRAVESSEMOS A SUPERFICIALIDADE!

ATRAVESSEMOS A SUPERFICIALIDADE!

Naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes Jesus: Passemos para a outra margem. E eles, despedindo a multidão, o levaram assim como estava, no barco; e outros barcos o seguiam. Ora, levantou-se grande temporal de vento, e as ondas se arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo já estava a encher-se de água. E Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro; eles o despertaram e lhe disseram: Mestre, não te importa que pereçamos? E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança. Então, lhes disse: Por que sois assim tímidos?! Como é que não tendes fé? E eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?”.  Marcos 4. 35-41.

                                                                   


Atentemos para o nível de espiritualidade que Jesus está requerendo de cada um de nós. Antes, o evangelista Marcos dá uma explicação do porque que Jesus falava por parábolas às multidões, muito embora falasse mais explicitamente aos seus discípulos em particular. Logo em seguida acontece a convocação de Jesus aos seus discípulos para passarem para a outra margem do lago de Quinerete ou Tiberíades, também chamado de Mar da Galileia. Aquele lago fica 200m abaixo do nível do Mar Mediterrâneo e é assolado por muitas tempestades de vento que vem dos montes em seu redor, principalmente o Monte Hermom. Há uma pedagogia divina nas tempestades que não pode ser desprezada!
Aquela convocação de Jesus mesmo tendo sido literal, trazia consigo um sentido parabólico para aqueles discípulos e para os demais de todos os tempos. Este outro sentido só poderia ser compreendido pelos ouvidos treinados de suas ovelhas. Jesus estava falando de uma travessia para um nível de espiritualidade que requeria fé, graça, resistência e resiliência. Se isso foi válido para os dias de Jesus andando com seus discípulos visivelmente aqui na terra, o que dizer nos dias de hoje?
Tenho a impressão de ainda ouvir o Senhor Jesus fazendo a mesma convocação feita aos discípulos dos dias de sua carne sobre a terra: “passemos para a outra margem” e dessa vez não de forma parabólica, mas explicitamente convocando as suas ovelhas para atravessarem o lago da superficialidade, da barganha, do sacrifício barato, do voto de tolo, do mercadejamento da fé, do toma lá da cá espiritual que tem marcado a religiosidade de nossos dias. O Senhor nos convoca a todos que nEle cremos a passarmos para aquela margem cujo solo é a Rocha inabalável (Ele próprio), capaz de suportar todo tipo de tempestade em um nível de espiritualidade praticamente desconhecida por aqueles que lotam as igrejas-mercados de nossos dias. A margem de lá é a do amor sacrificial. É a margem do dar a outra face. Do entregar a túnica e a capa. Do andar as milhas seguintes além das já percorridas. É a margem do altruísmo. Da caridade do doar-se a si mesmo sem esperar nada em troca. Creio que estamos distantes anos luz desse padrão! Amadureçamos!

O que realmente o homem precisa não é encher os bolsos de dinheiro ou fazer parte da lista dos dez mais. O que na verdade ele precisa é preencher o vazio em seu coração. Ele precisa resolver o problema que afeta a sua interioridade: a falta de paz que excede todo o entendimento e encontrar aquela alegria completa e indizível que só é possível na presença do Senhor. Jesus nos convoca hoje a passar a uma outra margem com ele. Ele deseja para nós um nível de espiritualidade que vai muito além da superficialidade religiosa do toma lá da cá da religiosidade contemporânea. Ele deseja que alcancemos uma espiritualidade de alicerce profundo cavado na Rocha eterna que é ELE próprio. Mesmo estando conosco no barco, e ele certamente está, não estamos livres de enfrentar tempestades em nossa jornada por esta vida. O aparente sono do Senhor não significa apatia, descaso ou inação, mas faz parte de sua didática. É um recurso, uma oportunidade de manifestarmos ousadia, fé e resistência confiantes na sua suficiente graça. Jamais devemos esquecer que o nosso Senhor é Aquele que até o vento e o mar lhe obedecem, portanto, ELE está no controle de absolutamente tudo e nos concedeu autoridade.Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/

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