PODEMOS TER ESPERANÇA MESMO NA AGONIA!
“Quero
trazer à memória o que me pode dar esperança”. Lamentações 3.21
Redescubramos a esperança mesmo no meio da
agonia e confiemos no poder sobrenatural do Senhor para mudar o que parece
impossível. Lamentações do profeta Jeremias possivelmente é o livro bíblico que
trata do sofrimento do povo de Deus da forma mais explícita que se possa
imaginar. Diferentemente do livro de Jó, que trata do sofrimento de uma forma
pessoal, Lamentações trata de uma tragédia a nível nacional. A assolação
atingiu a todos indiscriminadamente. O livro em si é um poema fúnebre para o
funeral da nação.
Em 587 a.C a cidade santa de Jerusalém caiu
diante dos exércitos de Babilônia. Os líderes do povo e muitas pessoas comuns
foram obrigados a caminhar novecentos quilômetros até o país vizinho. Não há
como exagerar a intensidade e a abrangência do sofrimento decorrente da queda
de Jerusalém. Ali a perda foi total. Cadáveres amontoados por todos os lados.
Canibalismo e sacrilégio eram dois terrores gêmeos que agiam nas ruas da cidade
destruída. O assassinato indiscriminado de crianças inocentes demonstrou a
perda da esperança na reconstrução da dignidade humana, e os sacerdotes mortos
evidenciava o desaparecimento do respeito pela vontade divina.
O sofrimento atingiu ali o nível mais
profundo e Lamentações é a cerimônia fúnebre da cidade morta. O profeta
Jeremias que já havia sido inevitavelmente contaminado pelas circunstancias ao
seu redor, pára diante do caos e redescobre a Esperança. Ele sabe que a ira de
Deus tem um tempo de duração, enquanto a sua misericórdia e seu amor duram para
sempre. Assim, aprendemos que mesmo quando Deus se ira ele nos ama. A própria
disciplina de Deus é um ato de amor. O escritor judeu Abraham Heschel diz: “A agonia é o teste definitivo. Quando toda
esperança é lançada por terra e toda vaidade desperdiçada, o homem começa a
sentir falta daquilo que vinha desprezando há muito tempo. Na escuridão, Deus
fica próximo e perceptível”.
Pior que não ter esperança é ter uma falsa
esperança. O Senhor enviou profetas para advertir o povo quanto a observância
da aliança com ele. A quebra dessa aliança implicaria em cair nas mãos dos
adversários, mas o povo obstinado e rebelde não quis ouvir. Depois enviou
profetas durante o cativeiro para que o povo se arrependesse, mas ele preferia
dar ouvidos aos falsos profetas que prometiam saídas mágicas e iminentes. Os
falsos profetas procuravam trazer falsas esperanças ao povo com relação ao fim
do cativeiro. No entanto, aquele cativeiro durou setenta anos. O Senhor usou o
profeta Jeremias para enviar uma mensagem lúcida e verdadeira, embora não
agradável, aos cativos em Babilônia. O Senhor diz: “Logo que se cumprirem para Babilônia setenta anos, atentarei para vós
outros e cumprirei para convosco a minha boa palavra, tornando a trazer-vos
para este lugar”.
Muitos em nosso meio têm estado assim,
desesperados, desesperançados achando que suas vidas não têm mais jeito. Acham
que o Senhor os esqueceu e de certa maneira têm olhado para vários lugares
tentando achar uma saída e até mesmo se apegado a falsas esperanças, como o
povo de Deus do passado. Quero
convidá-los hoje a juntos irmos a Jerusalém assolada dos dias do cativeiro de
Babilônia e, sobretudo, olharmos para o próprio profeta Jeremias e aprender com
ele a redescobrir a esperança no meio do caos. Poderíamos perguntar: Como ele
fez isso? Ele mesmo responde no v. 21: “Quero
trazer à memória o que me pode dar esperança”. Descobrimos aqui que
Jeremias deixou de olhar para fora e olhou para dentro de si mesmo. Foi buscar
o que estava impresso em seu coração. O que Deus tem imprimido em seu coração?
O que nos pode dar esperança no meio do caos? As misericórdias do Senhor que não
têm fim e se renovam a cada manhã. A suprema grandeza da fidelidade de Deus. A
bondade do Senhor que se manifesta aos que esperam nele. Assim, olhemos para os
atributos eternos de Deus e renovemos a nossa esperança! Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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