QUE AS NOSSAS PETIÇÕES SEJAM PARA A GLÓRIA DO SENHOR!
“O que vocês pedirem em meu nome, eu farei". João 14.14.
Este versículo é um daqueles textos bíblicos da lista dos mais mal
interpretados. Sobretudo, pelos que pregam uma prosperidade rasa focada nos
bens materiais. Um versículo bíblico só pode ser compreendido à luz de outros
textos bíblicos. As Escrituras explicam as Escrituras. Não se pode isolar um
versículo e sobre ele respaldar uma doutrina ou ensino. Infelizmente é isto que
tem acontecido de maneira freqüente em vários lugares. Não é de se admirar
tanto fracasso na fé de muitos! No versículo citado Jesus diz que fará o que
for pedido em seu nome. Mas será que ele está se referindo a qualquer pedido!
Vamos meditar um pouco mais à esse respeito: O contexto no qual está o
versículo citado traz as palavras de conforto aos seus discípulos por causa de
sua partida iminente. Os discípulos pareciam contristados diante de
acontecimento tão doloroso, iminente e inevitável. Jesus então faz algumas
revelações importantes acerca da unidade dele com o Pai. Ele fala das obras que
os discípulos fariam, pois ele iria na frente tanto preparar lugar para eles,
quanto enviar o outro Consolador semelhante a ele. Aqui ele faz uma menção ao Espírito
Santo. E na seqüência traz o versículo citado que só pode ser compreendido à
luz do versículo anterior: “E eu farei o
que vocês pedirem em meu nome, para que o Pai seja glorificado no Filho”.
Outro dia ouvi uma mensagem nesse texto que me deixou perplexa: O
“pregador” em questão usava esse versículo para assegurar aos ouvintes que eles
poderiam pedir qualquer coisa a Deus e seriam ouvidos. Chegou ao absurdo de
dizer que eles “poderiam pedir, por exemplo, um carro novo, importado, pois
eram filhos do Rei e deveriam ter o melhor”, pois o Senhor os constituiu por
cabeça e não por cauda! E seguiu mostrando uma longa lista do que seus ouvintes
deveriam pedir, mais que isso, exigir. Não agüentei ouvir aquilo e desliguei a
TV. Quanta loucura pregada em nome de Deus. Perdeu-se o temor do Senhor ou
talvez nunca se tenha tido! Deus não é um empregado cósmico sujeito às ordens e
caprichos de seres humanos consumistas. As nossas petições devem estar em
consonância à vontade soberana e excelsa do Senhor. O que pedimos deverá servir
para glorificá-lo, do contrário, não seremos ouvidos. Assim, sempre que
pedirmos algo a ele deveremos nos perguntar se aquilo o glorificará!
O que aprendemos aqui? João em sua primeira epístola traz mais luz
a esse assunto dizendo: “Esta é a
confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de
acordo com a sua vontade, ele nos ouve”. Quantas pessoas têm se endividado
ou mesmo feito dívida para Deus pagar. Isso não é fé, é irresponsabilidade. É
loucura! Até os bens materiais que são colocados em nossas mãos são para
exclusiva glória Dele, ainda que possamos desfrutar temporariamente deles. Não
podemos perder de vista que somos apenas e tão somente mordomos de tudo que ele
coloca em nossas mãos. E se não o
glorificarmos por meio dos bens, ele os tirará de nós e os dará a quem o
glorifique. Tudo é dele, vem por meio dele e é para a glória exclusiva dele! Nadia
Malta
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