O NOSSO REDENTOR VIVE!
“No caminho, conversavam a respeito de tudo o que havia acontecido. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles; mas os olhos deles foram impedidos de reconhecê-lo”. Lucas 24.14-16.
Este episódio narrado
apenas por Lucas mostra dois dos discípulos de Jesus saindo de Jerusalém depois
da morte de Jesus e indo a uma aldeia chamada Emaús. O episódio nos faz parar
para pensar sobre aquelas horas amargas de dores e perdas profundas, quando
buscamos uma rota de fuga. Sim, nessas
horas, tudo que queremos é dar um basta ao sofrimento, embora, ele nos enlace
de maneira tal que não conseguimos enxergar mais nada além da própria dor! E
esta não é uma crítica, mas a constatação de uma realidade que nos alcança a
todos indistintamente. Não existem
gigantes emocionais! Em uma hora ou outra baqueamos. A pior das dores é a que
dilacera a nossa carne, por mais que sejamos empáticos e compassivos com a dor
do outro. O episódio nos mostra pelos menos três verdades que no meio das
nossas dores: Tendemos a fugir do local da dor; Na hora da dor necessitamos
falar sobre o assunto até que ele se esgote; e A dor nos impede de enxergar
aquele ou aquilo que nos foi enviado para consolar. Aqueles discípulos
entristecidos e de certa maneira frustrados pela morte de Jesus, parece que
haviam esquecido tudo que ele dissera sobre aquele acontecimento. Às vezes nos
deixamos aprisionar pelas dores de ontem e perdemos a dádiva do hoje! Jesus é a
própria boa nova. Aqueles discípulos estavam atrasados quanto à ultima
novidade. Assim como aquelas mulheres que haviam ido ao tumulo buscar dentre os
mortos Aquele que vive pelos séculos dos séculos. A dor e a tristeza tiram a
visão da bênção de hoje!
Quantas vezes no meio das
nossas jornadas dolorosas o próprio Senhor vem e se coloca em nosso meio,
através de um amigo ou irmão amado que nos empresta seus ombros ou ouvidos, sem
cobranças, para que possamos chorar e escoar a nossa dor! Outras vezes Ele vem silenciosa
e invisivelmente nos inundando com a sua consolação, mas a tristeza e as
lágrimas nos impedem de reconhecê-lo! Tento me transportar para aquela cena.
Quase posso ver aqueles discípulos cabisbaixos, seguindo absolutamente sem
esperança, pois a única que tinham havia morrido. Parecia fim da linha para
eles! Quantas vezes não nos sentimos assim! Jesus segue com eles e chega o
inevitável momento do confronto. O Senhor os chama e faz uma pergunta óbvia,
mas necessária: “Sobre o que vocês estão
discutindo enquanto caminham?". Eles ainda não haviam entendido ou
sequer o reconheceram. Depois de uma aula sobre as Escrituras, Jesus faz menção
de seguir adiante, mas foi constrangido a permanecer com eles que lhe pediram:
“Fique conosco, pois a noite já vem; o
dia já está quase findando". E só pelo modo inconfundível de partir o
pão eles o reconheceram. Jesus desaparecera do meio deles e eles exclamaram: “Não estavam ardendo os nossos corações
dentro de nós, enquanto ele nos falava no caminho e nos expunha as Escrituras?".
O que este episódio nos
ensina? De nada adianta tentar fugir do local da nossa dor, pois ela nos
acompanhará. Sim, falemos das nossas dores e sofrimentos sem nos esquecer de
que não estamos sozinhos ele sempre encontra uma maneira de se colocar ao nosso
lado. Tempo de abrir os olhos e enxergar o Cristo que está sempre conosco nos
consolando e amparando, do contrário nem estaríamos mais de pé! A queixa dos
discípulos quanto aos últimos acontecimentos, estava desatualizada. Algo novo
já havia acontecido: Jesus ressurreto é a grande Boa Nova. Não podemos permitir
que nada nos roube a alegria da ressurreição. Ele vive, nós viveremos! Há
esperança para seu povo eleito apesar de todas as dores e perdas do tempo
presente. Se tem um povo que pode desejar Feliz Páscoa todos os dias do ano é o
povo da cruz. Os judeus comemoram a sua Páscoa como a libertação da escravidão
do Egito. Aquela Páscoa era uma prefigura da Verdadeira Páscoa que é a
Ressurreição do Cristo! Estamos unidos com ele na morte e na ressurreição diz
Paulo falando aos Romanos. Nadia Malta
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