E AINDA FALANDO EM SE ESCONDER...
“Tem misericórdia de mim, ó Deus, tem misericórdia, pois em ti a minha
alma se refugia; à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as
calamidades. Clamarei ao Deus Altíssimo, ao Deus que por mim tudo executa”.
Salmo 57.1, 2.
O poema todo é um louvor pela benignidade
divina e o autor já começa com uma oração clamando pela proteção do Altíssimo.
Historicamente o salmo é datado da época em que Davi fugia da perseguição de
Saul e estava refugiado na caverna. Nesses dias as ações como: abrigar,
esconder, refugiar, proteger têm povoado a minha mente. Imagino que é o reflexo
dos últimos tempos. Todos nós estamos tão necessitados de um abrigo seguro. De
um lugar no qual possamos nos refugiar e encontrar uma proteção segura. Quando
muito, talvez deixarmos uma pequena fenda através da qual possamos colocar
apenas os olhos para ver o que se passa lá fora. Uma postura de prontidão
como as sentinelas antigas em suas torres de vigia.
Outro dia meditamos no texto que relata a
fuga do profeta Elias para se refugiar numa caverna. Parece que o desejo de
fugir e se esconder é recorrente na maioria dos servos do Senhor. Infelizmente
do ponto de vista humano, neste mundo caído, tal lugar não existe! Assim se
realmente queremos nos sentir seguros e abrigados precisamos aprender a sair da
naturalidade e entrar na sobrenaturalidade do Refúgio de Deus. Só nele podemos nos sentir seguros aconteça o
que acontecer. Andar, viver, trabalhar, nos deslocar neste mundo é tarefa
desafiadora. Tudo parece nos assolar. Precisamos de táticas de guerra para nos
proteger, o inimigo é invisível e anda furioso, pois sabe que seu fim está próximo.
Ele precisa provocar o maior numero de baixas. Estejamos atentos em oração
vigilante!
Os dias são realmente maus e cada vez piores.
Recentemente vi algo absurdo e assustador: No Rio de Janeiro foi criado um
aplicativo para mostrar onde há tiroteio e eles fizeram uma demonstração em
tempo real dos vários lugares nos quais estava havendo troca de tiros entre
facções criminosas. E as demais capitais não estão muito diferentes. Lembrei-me
agora do verso de uma música popular que traduz bem este sentimento de
inadequação e medo que permeia as mentes. A letra dizia: “Pare o mundo que eu
quero descer!”. Misericórdia, Senhor!
Quem não sente vontade de pedir parada no
mundo e descer? Tudo parece tão sem saída do ponto de vista humano! Pessimismo?
Não, realismo visível e irrefutável! Nesses dias li uma frase alentadora que dizia
assim: “Daqui a pouco Jesus vem nos buscar e vai ficar tudo bem!”. Aleluia! O
salmista já experimentava este sentimento tantos séculos atrás e em sua oração
tão lúcida ele clama pela misericórdia do Senhor pedindo que ele o esconda à
sombra das suas asas até que passem as calamidades. No Senhor a alma do
salmista se refugia. Será que não tem faltado da nossa parte essa percepção alentadora
e sobrenatural de nos abrigar no Esconderijo do Senhor que é o Cristo? Ouço
tantas pessoas com suas angústias tão grandiosas que chegam a sufocá-las. Às
vezes sentimos o desejo de refugiá-las, mas não temos o poder para fazer isto,
só podemos apontar o verdadeiro e único Esconderijo que é o Cristo! Vivemos um
tempo de grandes êxodos de refugiados. Todos em busca de um lugar, uma pátria,
um abrigo. No final das contas, todos nós somos peregrinos e forasteiros nesta
terra. Uns de um jeito, outros de outro. Aqueles, buscando uma pátria terrena
que os acolha. Nós, a Pátria celestial que já nos aguarda! Sigamos já
refugiados em Deus e chegaremos ao Destino! Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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