DEIXEMOS O NOSSO CORAÇÃO SE DERRAMAR DIANTE DO ETERNO!
https://www.youtube.com/watch?v=7c7H_oAigRI&t=68s
“Minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite, pois me perguntam o tempo todo: "Onde está o seu Deus”? Salmos 42.3.
Este salmo traz um anseio
do salmista pela presença de Deus. Nada parecia preencher ou consolar o coração
do salmista, só a presença viva do Senhor no coração do servo é capaz de
mitigar esse anseio. Assim como o salmista muitos de nós temos nos sentido
assim, necessitados de um alento do céu que renove as nossas forças. Só o
sobrenatural de Deus pode nos fazer seguir em frente até que sejamos levados
pra casa! Difícil demais permanecer deste lado da eternidade! Haja Graça sobre
Graça! Duas coisas chamam a atenção no versículo citado: A profunda dor do
coração do salmista tendo as lágrimas como alimento; As palavras dos
adversários do salmista que se levantam para escarnecer dele na hora da maior
fragilidade. As palavras do salmista nos soam tão familiares, especialmente nos
últimos tempos quando as demandas exigem demais de nós! Falta de fé? Não, claro
que não, mas uma humanidade que insiste em mostrar a sua cara e se levantar
contra tudo que esperamos e cremos! A vida exige demais! As pessoas exigem
demais! As situações e circunstancias exigem demais! E quanto a isto, ninguém
está livre de se sentir assim. Esse tipo de sentimento ou sensação interna é
absolutamente democrático. Atinge a todos. O melhor a fazer é derramar o
coração diante do Eterno e deixar que Ele enxugue as nossas lágrimas! Bem-aventurados
os que choram!
O salmista se sentiu assim,
sua alma ansiava pelo Deus vivo. Bem-aventurados os que não viram e creram, mas
em muitos momentos precisamos sentir sim, um toque especial de Deus em nossa
carne dilacerada e cansada. Ouço tantas pessoas amarguradas de espírito em
nosso meio. Ouço também o grito da minha voz interna pedindo socorro ao Senhor,
especialmente neste momento de luto. As lágrimas não alimentaram apenas o
salmista naquela hora angustiosa, mas têm sido alimento para muitos de nós. Todo
pranto cessará! Só no Senhor achamos consolação e renovo! Não conhecemos a
situação histórica que fez as palavras deste salmo brotarem do coração do
salmista. Também é irrelevante conhecer, até porque se mudam os cenários e os
protagonistas, mas a dor humana que dilacera as almas é a mesma. São medos,
dúvidas, angústias profundas, esperas infindas por algo que ansiamos. É nessas
horas que precisamos à semelhança do salmista lançar mão daquele diálogo íntimo
com a nossa própria interioridade. Temos a impressão aqui que num de repente, o
salmista desperta da sua agonia e confronta a sua própria alma dizendo
(vs.5,11): “Por que você está assim tão
triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim”? E
ele completa ou responde a própria indagação dizendo: “Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu
Salvador e o meu Deus”. Por um instante o salmista tirou os olhos dessa
verdade e cambaleou igualzinho a nós!
Assim, não nos sintamos
culpados ou não chamemos para nós carga sobre carga. O Senhor permitiu que
esses episódios fossem registrados para a nossa instrução, edificação e
consolação. Sair do eixo no meio das tribulações é uma realidade absolutamente
possível e pode acontecer com qualquer um de nós, mas não podemos ficar nesse
estado. Precisamos nos chamar de volta à razão. O Senhor Jesus disse que neste
mundo passaríamos por aflições, mas deveríamos ter bom ânimo, pois ele venceu o
mundo e nos habilitou a vencer. O que aprendemos aqui? Passaremos por aflições,
não permaneceremos nelas. As lágrimas são alimentos indesejáveis, mas
necessários. Que o Senhor nos conduza em triunfo no meio dos nossos vales
áridos. Hoje percebemos uma tendência para conter o choro e as pessoas se
empanturram de remédios contentores das emoções que precisam ser
exteriorizadas. O choro é lícito, a amargura em muitos momentos é inevitável, o
desabafo é terapêutico, mas precisamos nos recompor e juntar os nossos cacos
para não perder o Senhor de vista. Por isso o salmista ora: “Conceda-me o Senhor o seu fiel amor de dia;
de noite esteja comigo a sua canção. É a minha oração ao Deus que me dá vida”.
Amém! Nadia Malta
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