terça-feira, 31 de maio de 2022

Mensagem/Nadia Malta/DEIXEM-ME CHORAR! MEU CORAÇÃO AGRADECE!

 DEIXEM-ME CHORAR! MEU CORAÇÃO AGRADECE!


Quantas vezes temos a necessidade de chorar compulsivamente até escoar toda dor dos nossos depósitos internos!? O choro é o sumo de um coração apertado, espremido pela dor intensa. Muitas vezes essa dor precisa ser escoada, sem que nada a detenha. Contudo, como tem sido difícil e incômodo para os que estão à nossa volta assistir esse nosso derramar, sem querer tentar impedir que ele aconteça! Por isso peço: Quando me virem chorando, por favor, deixem-me chorar até o escoamento da dor que aperta a minha alma. Que dilacera o peito e tira o meu fôlego. O choro é terapêutico para quem chora e incômodo para quem assiste. É difícil manifestar a caridade silenciosa de deixar o outro chorar. Quando não se consegue chorar tende-se a provocar uma espécie de estouro da barragem da alma, como um “Brumadinho emocional”. A dor contida vai devastando tudo até de forma agressiva. É assim que acontece quando as lágrimas são represadas! Por favor, não construam barragem para o meu choro. Deixem-me chorar o quanto baste!
O choro é a forma que o coração encontra para se expressar, especialmente, quando não encontramos palavras para decodificar a dor que sentimos. Quero e preciso chorar, especialmente neste tempo de dores profundas. Não, não me venham com nada de paliativo ou recursos que me privem do choro necessário! O Choro tem seu lugar na terapia do céu. Embora ele possa “durar uma noite, a alegria virá pela manhã”, como diz a Palavra de Deus! Quanto tempo durará a noite escura da minha alma? Quanto tempo demorará até o amanhecer? Não sei! Contudo, amanhecerá! O Sol da Justiça raiará outra vez e serei consolada! Perdi meu companheiro de jornada, aquele que dividia comigo a vida, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na prosperidade e nas muitas adversidades. Na fartura e na escassez. Nossa travessia juntos não foi fácil. Enfrentamos muitos gigantes para ficar junto um do outro. Vencemos todos, graças a Deus. E agora perdi o admirador, que elogiava as pequenas coisas, os pequenos feitos. Perdi o amor da minha vida. Perdi aquele que me fazia sentir amparada. Perdi o bom dia sempre terno de todas as manhãs (Bom Dia Meu amor!). Perdi o elogio de quem me valorizava em tudo! Perdi o olhar que comunicava mais que as palavras. Entendíamos um ao outro pela troca de olhares.
Por que choramos? Às vezes não há uma causa específica, mas um amontoado delas guardadas há tanto tempo. Outras vezes há aquela que faz esborrar o copo e fazer descer a torrente da alma há tanto contida. Tenho chorado muito nos últimos tempos e no presente momento muito mais. Chorar a ausência significativa do meu amor, nunca é demais. Outra coisa importante: não comparem dor! Dor não se compara se ampara! Não existe um analgésico emocional único para todas as dores da alma. Continuo sentido uma dor profundíssima. E ainda há muito para ser chorado, pois tudo me remete a ele! Como diz o verso daquela música: “Naquela mesa ta faltando ele”, naquele jardim, naquela cadeira de balanço e, sobretudo, e especialmente em mim! Dizem que ninguém é insubstituível, isso não é verdade. Cada pessoa é absolutamente única e insubstituível sim. Tenham paciência comigo! Deixem-me chorar, por favor! Minha alma cansada pede isso! Não existem heróis no território do sentir! Não existe ninguém que seja “super qualquer coisa”. Somos todos cheios de fragilidades, inadequações e vulnerabilidades em áreas específicas. Não me cobrem fé neste momento de dor profunda. A minha fé está aqui bem presente e tem me sustentado. Quem disse que fé e sofrimento são excludentes? Assim, chorar é preciso! Lava a alma e ajuda a sarar o coração dolorido, que sangra sem parar! Deixem-me chorar! Meu coração enlutado agradece! Nadia Malta

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