UMA AVOSIDADE COROADA!
“Coroa
dos idosos são os filhos dos filhos”. Provérbios 17.6 a.
Hoje peço licença para falar de um assunto
muito especial, pelo menos para mim. Dizem que é vivendo e aprendendo. Verdade,
verdadeira como se diz! Quer saber o que aprendi? Uma palavra linda: Avosidade!
O significado não poderia ser outro, esta relação deliciosa entre avós e netos.
E olhando para a palavra de Deus descobrimos que esta relação ainda se reveste
de uma majestade indizível! Somos coroados pelos nossos netos! Não é uma
lindeza?
Nesses dias em comemoração aos avós, impossível
não trazer à memória as figuras dos meus avós. Tão queridos! Legaram-me uma
ancestralidade sempre presente nos gestos e ações que remetem a eles,
mantendo-os sempre vivos na minha memória. São lembranças queridas de tempos
idos, coisas, ditos, reflexos, “mungangas”, causos e trejeitos que só acontecem
na minha família, e em nenhum outro lugar do mundo. Conseguimos nos comunicar
sem que sejam necessárias palavras. Nossos olhares bastam! Os traços fortes da
minha avó materna deixaram a sua marca em todos nós. Mamãe Teú (Teudelina da
Rocha Santos), tão querida. Mulher guerreira, forte, que não se deixava abater
pelos reveses da vida, que não foram poucos. Muitas perdas, sobretudo, de
filhos, muitas lutas, mas sempre laboriosa no seu cuidado com seus quatorze filhos.
Todos criados em dias passados, sem conhecer as invenções da modernidade que
facilitam a vida das mulheres de hoje. E quanto ao meu avô materno, Papai
Florêncio (João Florêncio dos Santos)? Era outra figura inigualável! Ele
despertava nas pessoas sentimentos extremos: amor ou ódio, raiva ou empatia
profunda. Figura austera, de gestos firmes e passos largos, mas que escondia
uma ternura que poucos tiveram o privilégio de descobrir, dentre os quais fui
agraciada. Eles me deixaram marcas profundas e benditas!
Lembro-me também com muita ternura dos avós
paternos Minha avó Conceição (nascida Maria de Deus Araújo) e meu avô Cosme
Marques de Lira a quem chamávamos carinhosamente de Papai Velho. Ambos
sertanejos da Paraíba. Nascidos sob o signo da estiagem severa! Eles Moravam no
Sítio Jatobá, nome tirado de uma madeira resistente do sertão. Madeira que
chega a ser símbolo da própria resistência do sertanejo sofredor. Sempre
encasáveis em sua luta pela sobrevivência!
Hoje ao experimentar a avosidade fui
graciosamente coroada pelos meus queridos netos, tanto os biológicos quanto os
do coração. Todos eles netos de fato. Eles são minhas coroas. Que prêmio lindo
no outono da vida! Nada se compara a sonoridade de ser chamada de vó, vovó e
voinha, então? Tem carinho aqui de todo jeito. A avosidade parece que se
sobrepõe a maternidade, por isso a cada um deles o meu carinho mais que
especial: Pedro, Davi, Daniel, Karla, Duda, Marcela, Luciana, Dani, Jorginho. Espero deixar
em seus corações as marcas que eu mesma carrego vinda dos meus avós! Coroas
preciosas vindas do céu! Que Deus os abençoe sempre! Obrigada Senhor por essas
coroas benditas! Nadia Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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