NEM TUDO ESTÁ IRREMEDIAVELMENTE PERDIDO!
“Por que saí do ventre materno? Só para ver
dificuldades e tristezas, e terminar os meus dias na maior decepção?”. Jeremias 20.18.
Nos dias do profeta Jeremias o povo de Deus
enfrentou o duro cativeiro de Babilônia. A visão da realidade daqueles dias era
aterradora sob todos os aspectos. O povo deixou de adorar o Deus vivo.
Voltou-se para outros deuses praticou toda sorte de atrocidade, inclusive
assassinato e canibalismo. Por causa da infidelidade do povo, Babilônia foi usada
como vara de Deus sobre o povo rebelde. Jeremias chega a amaldiçoar o dia do
seu nascimento. O peso na alma do profeta era grande demais por tudo que ele
estava testemunhando. Certamente os especialistas nas doenças da alma
enxergariam aqui uma depressão profundíssima. Creio que eles estariam certos,
não tem como não se deprimir!
A pergunta do profeta tem reverberado nos
lábios de muitos de nós, por tudo que temos visto e ouvido à nossa volta. Há
perplexidade e angústia por toda parte. A desesperança parece contaminar mesmo
os cristãos mais fiéis. Isto não é sinal de fraqueza, mas de humanidade à flor
da pele. Parece que há um complô das trevas para entristecer e roubar o viço e
a alegria. O que fazer diante de tudo isto? Esta é outra pergunta que não quer
calar! Ah, se o Senhor fendesse os céus e descesse como ansiaria outro profeta!
A tristeza e a decepção que esmagaram o
coração do profeta parecem atingir em cheio os nossos corações nos últimos
tempos. Será que há saídas? Recorremos à
fonte que é a Santa Palavra de Deus, a nossa única regra de fé e prática. No
livro das lamentações deste mesmo profeta encontramos uma declaração de Jeremias
que norteia a saída que esperamos. Do fundo do poço Jeremias olha para cima e brada:
“Quero trazer à memória o que me pode dar
esperança”. Sim, busquemos essa Esperança viva que não decepciona, nem
entristece jamais.
Façamos o mesmo. Busquemos em nossos depósitos
espirituais o que nos pode trazer esperança. E o que nos pode trazer essa
esperança de que tanto precisamos? Primeiro as misericórdias do Senhor que se
renovam a cada manhã e são a razão de não sermos consumidos. Lembremo-nos da
fidelidade do Senhor. Sim, Ele é Fiel e não desampara as obras de suas mãos. O
Senhor era a porção do profeta e é a nossa. Ele é o que temos de fato. Nele
esperamos confiantemente como o salmista no salmo quarenta. Lembremo-nos também
da bondade do Senhor. Jeremias diz: “Bom
é o SENHOR para os que esperam por ele, para a alma que o busca”. O livro
das Lamentações apesar de ser considerado um poema fúnebre para o funeral
nacional traz essa nota de alento para os entristecidos e decepcionados de
todos os tempos. Ergamos as nossas cabeças, a nossa redenção se aproxima! Nadia
Malta. http://ocolodopai.blogspot.com.br/
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