Mateus 14:22-33 (Clique na referência ao lado para ler o texto bíblico na íntegra)
Objetivo: Desafiar a igreja a experimentar uma fé viva, onde não há lugar para nenhum “porém”.
Idéia Central do texto:
O texto lido fala de uma das mais dramáticas lições de fé ensinadas por Jesus aos seus discípulos. Aquela na verdade, não era a primeira vez que Jesus ministrava fé aos seus discípulos no meio de uma tempestade. O outro episódio está em Mt 8.23-27 e relata também uma grande tempestade, só que naquela situação, Jesus estava com eles no barco.
A primeira experiência tipifica os dias de Jesus na terra, antes de sua crucificação e ressurreição; a segunda aponta para a era da igreja, quando Jesus se ausentaria da terra fisicamente voltando para os céus. Ambas as experiências estimulam a prática da fé viva e incondicional.
Introdução:
Quando leio um texto como este, é inevitável pensar: “Se havia tempestades nos dias de Jesus na terra, imagine hoje!”. Quando encontramos na Bíblia referencias a tempestades, muitas águas, ou mar, são invariavelmente metáforas para ilustrar as tribulações da vida.
O mais surpreendente na sofisticada pedagogia de Jesus é que ele não dá aula teórica. Ele já coloca seus discípulos em situações práticas, para que aprendam vivenciando. Foi assim no passado, é assim no presente e será assim sempre. Cabe a nós, nos tornarmos alunos “ensináveis” e diligentes para assimilar a metodologia de ensino de Jesus e não sermos reprovados. Há muito crente repetindo o ano. Crentes que já poderiam ser mestres, mas ainda continuam no Jardim da Infância da fé. Hb.5.11-14; Mt 13.16,17; I Co 2.14; I Co 3.1,2.
A Experiência daqueles discípulos está registrada na Bíblia, para nos estimular a atravessar vitoriosamente as nossas próprias tempestades, renunciando aos “poréns” que se levantam para atravancar as nossas vitórias.
A EXPERIÊNCIA DAQUELES DISCÍPULOS NOS ENSINA QUE MESMO EM MEIO ÀS TEMPESTADES DA VIDA, PODEMOS PELA FÉ, CONTAR COM ALGUMAS CERTEZAS:
- O próprio Senhor os compeliu para a tempestade – v.22:
- Em Jo 6.14,15 encontramos a explicação para a pressa de Jesus em despedir a multidão e mandar os discípulos de volta para o barco: a multidão desejava coroar Jesus como seu rei. Se os discípulos não tivessem partido, certamente teriam apoiado os planos da multidão, pois não compreendiam os planos de Deus que incluíam uma cruz (aprendemos aqui que “a voz do povo não é a voz de Deus”). Os discípulos estariam mais seguros no meio da tempestade e dentro da vontade de Deus, que fora dela. Jr 29.11; Is 55.8; Dt 10.21. Lendo a Bíblia descobrimos que há dois tipos de tempestades que assolam a nossa vida: aquela que vem para correção, como disciplina de Deus (como é o caso do profeta Jonas); e a que vem para aperfeiçoamento, quando Deus deseja que cresçamos em maturidade e fé. Muitos cristãos têm a idéia equivocada de que ao obedecer à vontade de Deus, só navegarão em águas tranqüilas. Jo 16.33; II Tm 3.13. Mas quando somos impelidos para uma tempestade por Jesus, devemos lembrar que ele nos trouxe ali para um fim proveitoso e cuidará de nós. Dt 31.6,8; Js 1.5.
- O Senhor se retira para orar sozinho e certamente intercedia por eles e também intercede por nós – VS.23,24:
- Lembre-se do que foi dito no início: a tempestade descrita no texto lido tipifica a era da igreja e aponta para as dificuldades, tribulações, perseguições, aflições, enfermidades, oposições e provações de maneira geral. A terra não é um parque de diversão, é antes uma arena de guerra, santificação e crescimento espiritual para os que servem a Deus. Jesus sabia a tempestade que seus discípulos enfrentariam, e o texto diz que “ele subiu ao monte a fim de orar sozinho”. A atitude de Jesus aponta para o seu ministério de intercessão junto ao Pai em favor dos seus. O povo de Deus está no “mar” em meio às tempestades da vida e Jesus está, não no monte, mas nos Altos Céus intercedendo por nós, para que não desfaleçamos e a nossa fé não vacile. Vários servos de Deus experimentaram a sensação de aparente abandono e indiferença de Deus (os salmistas, especialmente Davi e também o apóstolo Paulo enfrentaram o silêncio de Deus). Sl 60.1-3,11; 88.6,7; II Co 1.8. O aparente silêncio de Deus é sinal de preparação Ap.8.1. Quando Deus se “cala”, está preparando grandes vitórias para seus filhos.
- Assim como Jesus acudiu os discípulos, ele nos acode também – Vs.25,26:
- O Socorro de Jesus, em resposta às nossas orações, muitas vezes nos assombra. Lembremos sempre que tudo coopera para o nosso bem. Olhar para Cristo vindo por sobre o mar foi assustador, para aqueles discípulos já apavorados, parecia um grande “malassombro”. Aprendamos a discernir. O Senhor esperou que o barco fosse o mais longe possível, para que não houvesse nenhuma possibilidade humana de socorro e aí ele entrou em ação. Aprendemos que “A impossibilidade humana é a oportunidade de Deus”. O poder da fé só se manifesta quando não há mais recursos de homens e isso muitas vezes nos causa assombro. O Apóstolo João diz que “a vitória que vence o mundo é a nossa fé”- I Jo 5.4b. Olhar para as situações e tempestades da vida com os olhos da fé, aquieta a nossa alma exigente e apressada. Por que Jesus andou sobre as águas? Para mostrar aos discípulos que aquilo que eles tanto temiam (a fúria do mar) era apenas um caminho para que se aproximassem dele e confiassem nele. O Senhor é especialista em fazer caminhos na tormenta – Naum 1.3,7. Diante das tempestades da vida temos duas atitudes a tomar: fugir de Deus ou correr para seus braços. A segunda opção é sempre a mais acertada. Por que os discípulos não reconheceram Jesus? Porque não estavam mais esperando por ele. O medo e a fé não podem caminhar juntos, são incompatíveis. O medo cega a fé e produz tormento, para que ela não enxergue a presença de Deus.
- Aquela situação foi a oportunidade de Deus para ajudá-los a crescer e se fortalecer – VS. 27-31:
- Esse era o propósito daquela tempestade: ajudar a aperfeiçoar a fé daqueles discípulos, dissipando o medo de seus corações. Aqueles discípulos precisavam aprender a confiar em Jesus mesmo quando ele não estivesse presente e parecesse não se importar. “O justo vive por fé, não pelo que vê” – II Co 5.7. Olhe agora para Pedro, ele foi o único naquele barco que ousou enfrentar a tempestade e ir em direção a Jesus. E Ele teria sido bem sucedido, se não fosse o “porém” que surgiu no caminho de sua fé. O versículo trinta diz que “reparando, porém, na força do vento, teve medo”. Pedro ia tão bem, mas começou a afundar, o “porém” estava lá pra estragar a sua vitória. Quem sabe se não é isto que está acontecendo com você. A vitória estava às portas, mas aí veio o “porém” e estragou tudo. Hoje gostaria de desafiar você a renunciar todos os “poréns” que têm impedido um exercício genuíno de fé em sua vida. Aprendemos aqui que devemos confessar os “poréns” que se interpõem no caminho da nossa fé para tirar o brilho de nossa vitória. Ouvimos as pessoas dizerem: “eu creio, porém...” Se você realmente crê, não pode ter nenhum “porém”. Pedro clamou por Jesus antes de afundar e foi socorrido por ele. As tempestades da vida nos ensinam a confiar em Cristo e obedecer a sua Palavra, independentemente das circunstancias – II Rs 3.16,17; Hb 11.1,6.
- O Senhor ajudou os discípulos até o fim e fará assim conosco – VS.32,33:
- Pedro começou a afundar porque duvidou; precisamos entender que quando Jesus diz “vem”, essa palavra cumprirá o propósito para o qual foi proferida. O segredo da vitória é não duvidar e olhar firmemente para o autor e consumador de nossa fé JESUS CRISTO – Hb 12.2. A experiência de Pedro foi enriquecedora para ele, para os discípulos que estavam no barco e para nós hoje. Quando clamamos por Jesus no meio da tormenta ele entra no barco conosco e faz cessar os ventos e as ondas por maiores e mais assustadores que sejam. E já podemos, à semelhança dos discípulos, glorificar ao Senhor e adorá-lo, pois Ele é verdadeiramente o Filho de Deus!
CONCLUSÃO: Há aqui lições preciosas que precisam ser assimiladas:
- Seguir a Cristo, nem sempre significa navegar em águas tranqüilas. As tempestades têm seu papel na sofisticada pedagogia de Deus e ao contrário do que muitos pensam, elas são idéia de Deus e não de satanás. Os “poréns”, sim são enviados por satanás para minar a nossa fé. Portanto, cuidado com eles!
- As tempestades vêm para nos corrigir ou para nos aperfeiçoar, cabe a nós nos deixar ministrar por elas.
- Muitas vezes o centro da vontade de Deus é no meio de uma tempestade (tribulação, perseguição, enfermidade, aflição, perda ou provações de maneira geral) e ele mesmo nos impele para lá. Quem sabe se não é isto que está acontecendo com você agora?
- Clamemos por Jesus antes de submergirmos em nossas tempestades e ele certamente virá em nosso socorro. Diga: Senhor aumenta a minha fé!
- Não podemos esquecer que as tempestades são apenas caminhos que nos levam para mais perto de Cristo. Se as tempestades da vida nos fazem orar mais, elas fazem mais bem do que mal. Alguém já disse que: “muitas vezes as bênçãos de Deus veem estilhaçando as vidraças” ou parecendo um grande “malassombro”. São acontecimentos que chegam com barulho assombroso para mudar a nossa realidade, são bênçãos de Deus disfarçadas para nos tirar da estagnação. Aprendamos a discerni-los!
Aleluia! Amém!
Sermão/Pra.Nadia Malta em 03.02.13 – nadiamalta@hotmail.com; pra.nadiamalta@gmail.com; http://ocolodopai.blogspot.com
Este material pode ser reproduzido e utilizado para fins de evangelismo e edificação, desde que seja mencionada a fonte, e a Fonte é o Espírito Santo de Deus
Nenhum comentário:
Postar um comentário