Mt 4. 1-11
Objetivo: Estimular os ouvintes a vencer a tentação se fortalecendo em Cristo, a própria Graça encarnada. Ele venceu para que pudéssemos vencer.
Idéia Central do texto (ICT):
O texto lido é um dos mais intrigantes relatados pelos Evangelhos. Ele começa dizendo que Jesus foi levado pelo Espírito Santo ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. Como entender essa ação do Espírito Santo?
Antes de entrarmos no propósito dessa tentação, é preciso lembrar que assim como o primeiro Adão confrontou Satanás, o último Adão (JESUS) também o confrontou I Co 15.45. Vale à pena salientar aqui que, enquanto o primeiro Adão se deparou com Satanás em um belo e atraente Jardim cercado de tudo o que precisava para viver confortavelmente, Jesus (o segundo Adão) o enfrentou num deserto abrasador, depois de um longo jejum de 40 dias e 40 noites.
Adão perdeu a batalha, encerrando a humanidade no pecado e na morte. Mas Jesus venceu aquela batalha contra Satanás e continuou vencendo-o em outras tantas, culminando em sua vitória final na cruz do Calvário – Jo.12.31.
Por tudo isso, a idéia central aqui é ressaltar que o propósito da tentação de Jesus é mostrar que ele foi tentado para que toda criatura no céu, na terra e debaixo dela soubesse que ele é o grande CONQUISTADOR! Ele desmascarou Satanás e suas táticas e o derrotou. Por causa de sua vitória, podemos vencer toda e qualquer tentação.
Introdução:
Há duas grandes salas de aula de Deus: o Vale (também chamado por alguns de estreito de Jeová) e o Deserto. Toda vez que somos levados pelo Espírito Santo para uma delas, já vamos habilitados para sair vencedores. Enquanto no Vale aprendemos a vencer as provações: enfermidades, dificuldades financeiras, perseguições, perdas e dores; no Deserto aprendemos a lidar e vencer nossas próprias inclinações e fraquezas (as tentações). É no deserto que aprendemos a dizer NÃO ao Mundo ao Diabo e a Carne.
A experiência da tentação do Cristo homem, o preparou para ser o nosso Sumo Sacerdote (Hb.2.16-18; 4.14,15). Jesus resistiu à tentação como homem, não como Deus. Não devemos imaginar que ele usou seus poderes divinos para derrotar o diabo (Fp 2.6-8). Ele usou os mesmos recursos espirituais colocados à nossa disposição: o poder do Espírito Santo e o poder da Palavra (está escrito). O apóstolo Paulo ainda nos assegura: “Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele lhes providenciará um escape, para que o possam suportar.” I Co 10.13 (NVI)
A tentação envolve a vontade e os desejos e Jesus veio para fazer a vontade do Pai e deseja que assim o façamos – Hb 10.1-9.
A TENTAÇÃO DE JESUS FOI REAL E TEVE COMO ALVO O APELO A TRÊS ÁREAS DISTINTAS DA NOSSA NATUREZA HUMANA:
- Apelo à satisfação da necessidade da carne, insinuando falta de amor e cuidado de Deus – Vs. 1-4:
- Depois de um jejum de 40 dias e 40 noites, Jesus estava fisicamente debilitado e faminto. Aquele era o momento oportuno de semear dúvidas quanto ao amor e cuidado de Deus, bem como a sua própria filiação. Aliás, o adversário é um oportunista astuto que está sempre à espreita. O tentador insinua que o Pai não amava Jesus e que ele poderia agir independentemente do Pai. Já parou pra pensar, que passa por nossas cabeças tantas coisas absurdas na hora da necessidade? Como por exemplo: “Deus não me ama”, Deus esqueceu de mim”, “Ele não responde mais as minhas orações”.
- Hoje ouvimos satanás falar até pela boca de muitos que se dizem ministros de Deus, quando afirmam: “Se você está passando por dificuldade, doente você não é um escolhido de Deus. Filho de Deus não adoece ou passa por dificuldade financeira”. Isso é mentira de Satanás! Jesus nos ensina a refutar tais afirmações com a Palavra de Deus em Dt 8.3: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”. Alimentar-se da Palavra de Deus é mais importante que satisfazer as necessidades e inclinações da carne. Jo 4.32-34
- Apelo ao orgulho e a vaidade, propondo um exibicionismo – VS. 5-7:
- A segunda tentação é mais sutil. Desta vez satanás também usa a Palavra, como se quisesse dizer: “Quer dizer que você pretende viver pelas Escrituras? Então vou citar um versículo para ver se você o obedece”.
- O tentador levou o Senhor ao pináculo do templo, cerca de 150m acima do Vale de Cedrom e citou o Sl. 91.11,12 completamente fora do seu contexto, propondo que Jesus pulasse lá de cima, porque “está escrito” ali que Deus promete cuidar dos seus.
- É importante olhar com atenção a resposta de Jesus, ele disse: TAMBÉM está escrito e cita Dt 6.16: “Não tentarás o Senhor teu Deus”. Nunca devemos isolar passagens bíblicas de seus respectivos contextos; antes precisamos “conferir coisas espirituais com espirituais” – I Co 2.13; cuidado com os falsos profetas de plantão, que apesar de usar as Escrituras, não falam da parte de Deus, antes retalham a Palavra para respaldar suas heresias e caçar almas para si.
- Textos bíblicos fora de seus contextos são usados por pretexto para respaldar heresias, sofismas e enganos. Tentamos o Senhor quando nos colocamos deliberadamente em situações que o obrigam a intervir em nosso favor. Como exemplo disso é o diabético que insiste em comer doce, porque Deus cuidará dele, quando sabe que não deve fazer isso. Tentamos o Senhor quando direcionamos os holofotes da fama para nós quando a honra e a glória devem ser dadas ao Senhor. A postura vaidosa e exibicionista de muitos que se dizem servos de Deus não o glorificam, antes glorificam a si mesmos. Tudo que está escrito na Bíblia é para a nossa edificação - II Tm 3.16,17b
- Tudo que somos, temos, sabemos ou fazemos é pela graça de Deus deve ser para a excelsa glória do Senhor!
- Apelo a fugir do sofrimento. Um atalho para o reino – VS. 8-11:
- O tentador insiste e não desiste nunca, aliás, ele apenas muda de estratégia, tornando-se mais sutil a cada ataque. Nessa tentação ele oferece a Jesus um atalho para o reino. A grande sutileza aqui era livrar Jesus do sofrimento da cruz em troca de receber dele a adoração só devida ao Altíssimo. Isso foi algo que ele sempre quis – Is 14.12-14
- Note que fugir do sofrimento é o alvo de muitos e a Bíblia nem sempre nos promete isto, apesar de alguns líderes prometerem tal coisa. O sofrimento é usado como parte da pedagogia de Deus em inúmeras ocasiões, fugir dele é andar contrário à vontade do Senhor. Jesus tinha plena consciência de sua missão Lc 24.26; não pode haver ressurreição sem cruz! O evangelho sem cruz é capenga; um evangelho de facilidades, raso, sem compromisso com Deus. Jesus mais uma vez rejeita aquela tentação com a Palavra – v.10; Dt. 6.13: “está escrito”. Note que Satanás não havia mencionado nada sobre prestar culto, mas Jesus sabia que adoração e serviço andam juntos.
- O diabo ali se apartou de Jesus, mas não desistiu de tentá-lo – Lc.4.13; Mt 16.21-23; Jo 6.15 (através de Pedro e da multidão). Depois de derrotar Satanás, Jesus estava pronto para iniciar seu ministério. Ninguém pode chamar outros a obediência antes de obedecer.
CONCLUSÃO: Que lições este texto nos deixam?
- Há duas grandes salas de aula de Deus: O Vale e o Deserto. O primeiro é o lugar das provações e o segundo o lugar das tentações. Todos nós experimentamos a ambos!
- Se o adversário foi ousado para tentar o Filho de Deus, o que ele não fará conosco? Por isso é preciso vigilância e oração.
- A tentação em si não é pecado. Para ilustrar essa verdade Lutero, o reformador, disse: “Não podemos impedir que o passarinho sobrevoe a nossa cabeça, mas podemos impedi-lo de fazer ninho sobre ela”.
- A Palavra de Deus levada à sério através da obediência e a presença do Espírito Santo em nós garantem a vitória sobre as tentações.
- Jesus enfrentou e venceu a tentação, para nos habilitar a vencer também. Somos vocacionados para a vitória.
Aleluia, Amém!
Sermão/Pra. Nadia Malta em 23.09.12 – nadiamalta@hotmail.com; pra.nadiamalta@gmail.com; www.ocolodopai.com
Este material pode ser reproduzido para fins de evangelismo e edificação, desde que seja mencionada a fonte, e a Fonte é o Espírito Santo de Deus
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