quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Sermão/Antonio Emilio/PENSANDO MAIS SOBRE DEUS!

PENSANDO MAIS SOBRE DEUS!
Mateus 6:28-30




OBJETIVO: Estimular a Igreja a exercitarmos o pensamento, a termos grandes pensamentos a respeito de Deus, e fazendo isso, fortalecermos a nossa fé e confiança nele.

O texto lido relata um episódio conhecido do sermão da montanha, quando o Senhor fala a respeito da ansiosa solicitude pela vida. Ao que tudo indica, os discípulos de Jesus estavam preocupados com um artigo básico de sobrevivência, a saber, vestes e roupas.

E logo no verso 28, Jesus confronta os discípulos com o seguinte comando: Considerai como crescem os lírios do campo: (...)”

O verbo Considerar, no sentido do dicionário pode significar: Examinar atentamente; Ponderar; calcular; pensar; meditar.

Russel Shedd cogita que os lírios de que Jesus falava seriam “anêmonas vermelhas” que cresciam nas encostas dos montes da Palestina, e Jesus as observou enquanto pregava. O fato importante é que Jesus convidou seus discípulos a pararem um pouco, e examinarem atentamente o óbvio, ou seja, lírios não tecem nem fiam, não se preocupam em confeccionar sua própria estrutura física, proteção e formosura, enquanto os discípulos eram cheios de preocupação.

E logo depois, no verso 29, o Senhor confronta os discípulos com uma afirmação cheia de autoridade, de que nem Salomão em toda a sua glória se vestiu como qualquer daquelas flores.

Pra que nós tenhamos alguma noção do conceito de glória que os judeus tinham a respeito do famoso rei Salomão, vou compartilhar com vocês o que relata a Palavra de Deus, a saber, pelas palavras da rainha de Sabá, lá em 2 Crônicas 9:3-9 (...)

Não era pouca coisa o conceito do rei Salomão entre os judeus; hoje ele provavelmente estaria em capa de revista e seria convidado a festas, a andar em tapete vermelho; e, de repente, com uma declaração infalível, Jesus confronta a mentalidade engessada de seus discípulos com esta afirmação – embora fosse verdade que a glória de Salomão foi grande: “Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles” (os lírios).

Isso certamente causou um rebuliço nas cabeças dos discípulos.

O que aprendemos aqui é que o Senhor espera de nós usarmos nossa mente, examinarmos, ponderarmos com responsabilidade e cuidado a realidade à nossa volta, à luz de sua Palavra. É fato que Jesus exigirá de nós renovação da nossa mentalidade dia a dia.

Antes de seguir para o desfecho da lição de Jesus, vou compartilhar com os irmãos uma lógica do céu que Jesus usará logo mais para nos ensinar, que podemos chamar de argumentar “do maior para o menor”, ou “do mais para o menos”. Como assim? Vide a história dos dois gecos (lagartixas) caçando um besouro na parede do terraço da casa pastoral? Como terminou a história? O Senhor o soube).

E vem aquela pergunta: “E daí? Nós passamos por tantas dificuldades, tantas angústias e necessidades, no nosso íntimo, na família... e precisamos saber que Deus gasta o seu tempo e a sua majestade se preocupando em dar de comer a dois gecos na parede do terraço?”

A verdade é que Deus se preocupa sim. Por mais que pareça muito improvável, o Senhor se preocupa com isso. E isso é algo muito sério. Já ouvi, algumas vezes, pessoas que não creem no Deus bíblico, dizerem “que Deus, por ser tão elevado, não se preocupa com coisas tão mínimas, pois ele tem mais o que fazer. Dar atenção a dois gecos, seria algo muito improvável, portanto Deus não faria isso”. Esse raciocínio é humano e equivocado. O Salmo 145 nos revela algo muito bonito da parte de Deus: “Em ti esperam os olhos de todos, e tu, a seu tempo, lhes dás o alimento. Abres a mão e satisfazes de benevolência a todo vivente. Justo é o SENHOR em todos os seus caminhos, benigno em todas as suas obras.”

Por mais que pareça o mais improvável, o Senhor exercita bondade e preocupação até mesmo com os gecos de nossas casas. Nenhum besouro entra na boca duma criatura sem a chancela de Deus.

É nessa perspectiva, que Jesus conclui seu raciocínio, argumentando do mais improvável para o menos improvável: “Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno (o mais improvável, um aparente desperdício), quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?” (aqui, o menos improvável, ou mais fácil de acontecer, pois como Deus não vestirá seus próprios filhos?)

Aprendemos aqui que andarmos ansiosos, achando que nossas necessidades não serão supridas, sinaliza incredulidade (o Senhor os chamou “homens de pequena fé”); mas também aprendemos aqui que exercitar a mente com pensamentos de Deus, como o Senhor tentou estimular seus discípulos a fazer (esse raciocínio “do mais para o menos” é só um exemplo desse esforço), exercitar a mente com pensamentos sobre Deus certamente aumentará a fé em nosso coração.

Podemos estar certos de que nos campos inabitados, mesmo que nenhum de nós esteja lá para ver, os lírios vão continuar crescendo com viço e exuberância, mesmo que seja para murcharem e secarem alguns dias depois, sem nenhum de nós para ver a glória deles, com a qual nem mesmo Salomão em toda a sua glória terá se vestido. E se Deus despeja sua vida, sua graça e generosidade sobre essas flores, como não suprirá as necessidades dos seus filhos que ele tanto ama, a nós.

Tendo esse raciocínio vívido em nossas mentes, gostaria de ler um versículo com a Igreja, mas que a gente possa fazer um esforço neste momento para atentar para a lógica do céu que Jesus nos ensinou, ou seja, do “mais improvável para o menos improvável”, que está lá em Romanos 8:32: “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?”

QUEM É O FILHO PARA DEUS: Jesus, em toda a eternidade, sempre foi o deleite dos olhos de Deus. Não houve um só momento em que o Pai não tivesse total prazer no seu Filho; Jesus Cristo é o Filho Único, Sem Preço, o Amado de Deus, em quem o Pai se agrada, se compraz, tem muita alegria.

Daí, Deus enviar este Filho a este mundo, com as limitações de um homem, para ser zombado, desprezado, incompreendido, falado mal pelas costas, espancado, sangrado, pra cuspirem nele... tudo isso seria algo altissimamente improvável. Mais improvável ainda, este Filho ser moído por Deus, e morto, pelos pecados que eram nossos. Isso seria o mais improvável na história da criação, na eternidade.

Mas a verdade, para nosso espanto e alegria, é que Deus, num ato de graça por nós, fez tudo isso com Jesus. E três dias depois de morto e sepultado, o Senhor ressuscitou num corpo de glória, e hoje está assentado à destra de Deus, na expectativa de vir nos buscar para estarmos sempre com o Senhor. E aí nós nos perguntamos: como Deus não nos dará juntamente com Jesus, e de graça, todas as demais coisas? Esse versículo de encorajamento tem combustível mais que suficiente para nos impelir adiante, em qualquer deserto, montanha ou vale que devamos atravessar.

Para finalizarmos, deixarei os seguintes estímulos para a Igreja:
  1. Que possamos desacelerar e esforçar nossa mente para pensarmos coisas grandes a respeito de Deus, à luz de sua Palavra e sob a orientação do Espírito Santo;
  2. Que esse esforço, essa meditação em Deus, possa fortalecer a nossa pequena fé e aumentar nossa confiança em Deus; Davi afirmou conforme o Salmo 39:3: “Esbraseou-se-me no peito o coração; enquanto eu meditava, ateou-se o fogo”; meditar sobre Deus aquece o coração frio;
  3. Deixemos qualquer mentalidade engessada ser renovada por Jesus, e juntamente com o Senhor examinemos com cuidado e responsabilidade a realidade à nossa volta; há muitas coisas que o Senhor deseja nos mostrar, se paramos para ouvir a voz dele;
  4. Lembremos que Deus é um Pai de provisão; se ele transborda em generosidade extravagante e cheia de bondade para com todas as suas criaturas, até as mais mínimas, como Ele não cuidará de nós, segundo a sua onisciência, pois ele sabe o que é melhor para nós;
  5. Por fim, lembrarmos que o mais improvável que Deus poderia fazer por nós, Deus já fez. Na verdade, para a glória de Deus, esse mais improvável é a maior realidade, a razão de o Universo ter sido criado, ou seja: que Deus deu o seu Filho, seu único Filho, Jesus Cristo, para morrer por nossos pecados, o Justo pelos injustos, para nos conduzir aos braços amorosos de Deus. Hoje, os que cremos nisso, somos livres para preferir a Deus acima de tudo, na pessoa de Jesus. Como Deus não nos dará juntamente com Jesus, e de graça, todas as demais coisas?


Que o Espírito do Senhor possa gravar essa mensagem em nosso coração, em nome de Jesus.

Em Cristo Jesus,
Antonio Emilio


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