sábado, 16 de novembro de 2024

Meditação/Nadia Malta/OS ÚLTIMOS TEMPOS TÊM SIDO DIFÍCEIS!

 OS ÚLTIMOS TEMPOS TÊM SIDO DIFÍCEIS!


“Porquanto Ana no seu coração falava; só se moviam os seus lábios, porém não se ouvia a sua voz;
pelo que Eli a teve por embriagada. E disse-lhe Eli: Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti
o teu vinho. Porém Ana respondeu: Não, senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito;
nem vinho nem bebida forte tenho bebido; porém tenho derramado a minha alma perante o
SENHOR. Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial; porque da multidão dos meus cuidados e
do meu desgosto tenho falado até agora”. 1 Samuel 1.13-16
Todos conhecemos esta história. O texto todo fala da oração e do voto feito por Ana a mãe do
profeta Samuel. Mulher amargurada de espírito que sofria as humilhações de sua rival. Ana era
estéril e dentro do contexto social e religioso de sua época aquilo era um sinal visível da
maldição de Deus. O marido, segundo o costume da época, toma uma segunda esposa para que
lhe suscitasse descendência. A rival então passou a humilhá-la, fato que provocou aquele
abatimento de espírito tão grande. Nas horas das nossas agonias mais profundas não
conseguimos nem orar com palavras. Apenas cambaleamos diante do eterno em nossa súplica
angustiosa. Nem todos compreendem o nosso estado de alma e se apressam em julgar. Nessas
horas somos desafiados a falar do que nos aflige. O que também é terapêutico.
Quando a angustia é grande demais o nosso ser inteiro cambaleia. Sentimo-nos como que
embriagados pela intensa agonia. Perdemos o ânimo e o equilíbrio. Foi o que aconteceu com Ana
a mãe do profeta Samuel. Ana era estéril e dentro daquela sociedade daqueles dias aquele
estado é um sinal vivo da maldição ou punição de Deus, pelo menos era interpretado assim. O
marido de Ana para suscitar filhos tomou outra esposa que era bem fértil Penina, e, esta
tripudiava e humilhava a situação de Ana. Aproveitando a ida ao templo para adorar, Ana se
rasga perante o Senhor e em sua oração silenciosa, ela movia os lábios, mas não lhes saia som
algum. O sacerdote que a observava de longe a teve por embriagada e a repreendeu
severamente. Logo aqui percebemos o perigo do julgamento precipitado. O julgar sem
conhecimento de causa pode ser mais doloroso que a própria dor que nos faz cambalear.
Quantas vezes somos vitimas de situações assim e em outras tantas nos encontramos do outro
lado da mesa, no lugar do julgador! O que é ainda mais trágico!
Tempo de rever nossos critérios e aprender a observar mais e a ser mais sensível com a dor que
não dói em nós! Ana não bebera vinho ou bebida forte, ELA ERA MULHER ATRIBULADA DE
ESPÍRITO! E são essas agonias que nos têm feito cambalear. Ana levou seu desgosto diante do
Altíssimo. Só ele pode socorrer e consolar os corações abatidos e amargurados. Era diante do
Eterno que ela derramava seu coração e falava do que lhe doía. Ela entendia que seu socorro
viria do Senhor. A situação era absolutamente impossível humanamente falando. Afinal, quem
poderia curar um ventre estéril? Só Aquele que especialista em saídas impensáveis pelas mentes
humanas limitadas. O que aprendemos com a experiência de Ana? Nenhum de nós está livre de
experimentar dores que nos dilaceram a alma. Nesses momentos não conseguimos articular
palavra alguma em nossos orações e sentimos o nosso ser inteiro cambalear. Podemos ser mal
interpretados pelos que nos cercam. Até mesmo pelas figuras de autoridade sobre nós. Somos
desafiados a falar sobre o que nos aflige. Esse falar é terapêutico e possibilita grandes respostas
da parte do Senhor. Nadia Malta

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