HOJE ME CONVEM FICAR EM TUA CASA!
“Quando Jesus chegou àquele lugar, olhando
para cima, disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua
casa. Ele desceu a toda a pressa e o recebeu com alegria”. Lucas 19. 5, 6.
O encontro de Jesus com Zaqueu o maioral dos
publicanos é revelador sob todos os aspectos. Ele era alem do maioral dos
publicanos, rico. Um sujeito baixote, que enriqueceu ilicitamente. Era odiado
pelos seus patrícios pelas extorsões que praticava. Era considerado também
pelos religiosos daqueles dias o maioral dos pecadores. E o mais carente da
ação da graça salvadora! Tenho andado abatida. Cansada e sobrecarregada. Calma!
Deixe-me explicar: Os sentidos todos têm estado saturados de tanta doidice no
mundo eclesiástico contemporâneo. As exigências, as ameaças e, sobretudo, as
artimanhas para se conseguir adeptos e lotar os templos têm se multiplicado e
ido às raias da loucura. O que está acontecendo? Tem faltado temor do Senhor.
Esta é a grande realidade. Esquecemos que o Deus da bondade é o Deus da
severidade e ele ajustará contas com todos os caçadores de almas com seus
invólucros feiticeiros no meio do seu povo! O que a história de Zaqueu nos leva
a discernir? Por mais que o homem se esforce para alcançar a Deus, a iniciativa
é sempre da Graça. O Senhor é quem marca um encontro conosco; Arrependimento
sincero gera mudança de vida; Jesus veio para os doentes, os coxos, os cegos e
todos os perdidos.
Algumas considerações sobre o texto: A
história de Zaqueu é conhecida por todos que têm familiaridade com a palavra.
Até mesmo pelos que não têm. E uma música gospel aqui no Brasil foi responsável
pela divulgação desse personagem. Até o caminhão da entrega de gás passava
tocando a referida música. Assim, hoje é impossível não se saber quem é Zaqueu.
Mas não é sobre isto que quero falar. Certo dia Jesus passava por Jericó e ele
sabendo disso correu e subiu numa árvore para vê-lo e para sua surpresa já
estava tudo preparado pelo Senhor e a Graça encarnada toma a iniciativa de
abordar Zaqueu fazendo o convite mais inusitado: “Zaqueu, desce depressa, pois
me convém ficar hoje em tua casa. Zaqueu desceu a toda pressa e o recebeu com
alegria. É Deus conosco. É o Emanuel se revelando a nós. Não é simples
religiosidade é relacionamento! A história não acaba aqui. Depois da murmuração
dos que estavam à volta por ter Jesus se hospedado com homem pecador vem a
grande resposta daquele encontro libertador. Zaqueu diante de todos diz:
“Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa
tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais”. Jesus testifica do que se
operou em Zaqueu: “Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é
filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”.
Zaqueu mudou de rota. Converteu-se! Relacionamento íntimo faz isto.
A religiosidade exterior muda o comportamento
por algum tempo. Outro dia li uma dessas frases publicadas na Internet. Dizia
assim: “Arrependimento não é quando você chora é quando você muda!”. Perfeita! Curta, objetiva e abrangente!
Muitos choram e se descabelam até prometem uma mudança, mas é só algo exterior.
E exterioridade não resiste a ação dos apelos da carne. A esse tipo de
tristeza, o apóstolo Paulo chama de tristeza segundo o mundo. Também conhecida
como remorso. Ela é superficial. Fica no terreno das emoções. Não desce para o
cerne da alma. Sua ação é momentânea. Até impressiona, mas não transforma.
Antes produz morte. O relacionamento com o Cristo muda a essência do homem. Dá
a ele uma segunda chance de nascer de novo. De ter seu espírito morto
vivificado. As coisas velhas, as velhas práticas passam e tudo se faz novo. Sem
isto não há conversão. Pode até haver religiosidade, mas não há relacionamento
e cristianismo é relacional. O arrependimento genuíno, aquele que brota do mais
profundo do coração e é provocado por uma ação efetiva do Espírito Santo no
coração do Homem. Este se quebranta, tem seu coração rasgado perante o Senhor e
ali ele vê seus alicerces ruírem perante o Eterno. Paulo chama este estado de
alma de tristeza segundo Deus. Essa tristeza leva ao verdadeiro arrependimento
pela consciência dos próprios pecados. Este arrependimento é transformador e
faz o homem mudar a rota da vida. Será que há em mim um horror pelas velhas
práticas ou tudo foi apenas uma tristeza segundo o mundo? Nadia Malta
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