A SAUDADE É UM VAZIO CHEIO DE TUDO!
De repente quando abri meu Face book hoje
para responder as inúmeras mensagens de carinho recebidas, encontrei um “post”
com a frase título deste pequeno artigo, que tomei a liberdade de pedir emprestado.
A frase logo me saltou aos olhos, porque descreve exatamente meu estado de
alma. Há um vazio no peito impregnado das múltiplas lembranças que povoam meu
interior. Como assim um vazio impregnado? Pois é, parece mesmo um contrassenso.
Não dá para explicar, só dá para sentir de forma dolorosa. Tudo está
absolutamente impregnado do meu amado, inclusive eu. Para ponde eu fugiria da
minha dor? Uma prima irmã muito amada me sugeriu passar uns dias com ela,
apesar da delicadeza do convite, cheio de preocupação comigo, não pude aceitar.
Não se posterga o luto! Ele precisa ser vivido em sua plenitude por mais
doloroso que seja.
Ainda que eu passasse cem anos longe do
nosso lugar, no qual construímos e vivemos tantas coisas juntos, ao voltar experimentaria
toda dor outra vez. Melhor que essa dor tão dilacerante seja vivida em sua
plenitude agora, do que postergar o sofrimento. Estou rasgada, amputada por
dentro. Foram quarenta e três anos de um viver intenso 24horas por dia 365 dias
por ano. Sem me esquecer de mais um dia no ano bissexto. Dividimos tudo, corpo,
alma e espírito. Dias bons e dias maus. Fartura e escassez. Alegrias e
tristezas. Saúde e enfermidades. Quantas tiradas engraçadas! Quantos
trocadilhos inteligentes! E nesse viver tão intenso, aprendi a ler pensamentos!
Conseguia decodificar expressões e olhares sem que as palavras fossem
necessárias. Ao ponto de ele perguntar muitas vezes: “Tá adivinhando pensamento
agora, é? Eu não falei nada”! Nem precisava, estava tudo tão estampado em seu
semblante e ele não conseguia disfarçar, pelo menos, não de mim!
E agora, andar pela casa, mexer nas roupas,
nos objetos? Olhar as mangueiras do quintal! Sentir o cheiro dele em tudo! É
enlouquecedor! Que coisa tão dolorosa meu Deus! É quando corro para os braços
amorosos da Graça que sustenta, firma e fortalece. Preciso sim de socorro do
céu, pois aqui na terra não há nada nem ninguém que possa minimizar essa dor
que me rasga por dentro. É um vazio cheio de tanta coisa! Talvez um dia essa
saudade se transforme em algo bom de sentir, o que no momento, eu duvido! Por enquanto,
é a dor de uma amputação sem anestesia que deixou meu coração sangrando muito e
um frio na alma que nada consegue aquecer. Resta-me clamar pela misericórdia de
Deus sobre mim! Que o Eterno, que é Deus de misericórdia e Pai de toda
consolação alivie essa dor que parece não ter fim e Ele próprio encha meus
espaços vazios! Lanço-me no colo do meu Pai Celestial esperando sua intervenção
poderosa! Que assim seja! Nadia Malta
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