QUANTA ANGÚSTIA NOS ÚLTIMOS TEMPOS!
“Porquanto Ana no seu coração falava; só se moviam os seus lábios, porém não se ouvia a sua voz; pelo que Eli a teve por embriagada. E disse-lhe Eli: Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti o teu vinho. Porém Ana respondeu: Não, senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho nem bebida forte tenho bebido; porém tenho derramado a minha alma perante o SENHOR. Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial; porque da multidão dos meus cuidados e do meu desgosto tenho falado até agora”. 1 Samuel 1.13-16.
O texto todo fala da oração e do voto feito
por Ana a mãe do profeta Samuel. Mulher amargurada de espírito que sofria as
humilhações de sua rival. Ana era estéril e dentro do contexto social e
religioso de sua época aquilo era um sinal visível da maldição de Deus. O
marido, segundo o costume da época, toma uma segunda esposa para que lhe
suscitasse descendência. A rival então passou a humilhá-la, fato que provocou
aquele abatimento de espírito tão grande. Nas horas das nossas agonias mais
profundas não conseguimos nem orar com palavras. Apenas cambaleamos diante do
eterno em nossa súplica angustiosa. Nem todos compreendem o nosso estado de
alma e se apressam em julgar. Quando a angustia é grande demais o nosso ser
inteiro cambaleia. Sentimo-nos como que embriagados pela intensa agonia.
Perdemos o ânimo e o equilíbrio. Foi o que aconteceu com Ana a mãe do profeta
Samuel. Ana era estéril e dentro daquela sociedade daqueles dias aquele estado
é um sinal vivo da maldição ou punição de Deus, pelo menos era interpretado
assim. O marido de Ana para suscitar filhos tomou outra esposa que era bem
fértil Penina, e, esta tripudiava e humilhava a situação de Ana.
Aproveitando a ida ao templo para adorar,
Ana se rasga perante o Senhor e em sua oração silenciosa, ela movia os lábios,
mas não lhes saia som algum. O sacerdote que a observava de longe a teve por
embriagada e a repreendeu severamente. Logo aqui percebemos o perigo do
julgamento precipitado. O julgar sem conhecimento de causa pode ser mais
doloroso que a própria dor que nos faz cambalear. Quantas vezes somos vitimas
de situações assim e em outras tantas nos encontramos do outro lado da mesa, no
lugar do julgador! O que é ainda mais trágico! Tempo de rever nossos critérios
e aprender a observar mais e a ser mais sensível com a dor que não dói em nós!
Ana não bebera vinho ou bebida forte. Ela era mulher atribulada de espírito e
ali derramava seu coração na presença do Eterno. Não é isso que tem acontecido
com muitos de nós? Para onde nos viramos encontramos muitas pessoas,
especialmente mulheres de Deus às voltas com seus inúmeros cuidados. E são
essas agonias que as têm feito cambalear. Ana levou seu desgosto diante do
Altíssimo. Só ele pode socorrer e consolar os corações abatidos e amargurados.
A situação era absolutamente impossível humanamente falando. Afinal, quem
poderia curar um ventre estéril? Só Aquele que especialista em saídas
impensáveis pelas mentes humanas limitadas. O resultado daquela petição
sofrida? Deus respondeu sua oração. Assim, aquela que era estéril se tornou
fértil e deu à luz ao pequeno Samuel, o qual foi consagrado ao Senhor. Que do
mesmo modo o Senhor conceda a cada um de nós aquilo que temos tão sofregamente
lhe pedido, se for da sua santa e excelsa vontade. Amém!
O que aprendemos com a experiência de Ana?
Nenhum de nós está livre de experimentar dores que nos dilaceram a alma. Nesses
momentos não conseguimos articular palavra alguma em nossos orações e sentimos
o nosso ser inteiro cambalear. Podemos ser mal interpretados pelos que nos
cercam. Até mesmo pelas figuras de autoridade sobre nós. Somos desafiados a
falar sobre o que nos aflige. Esse falar é terapêutico e possibilita grandes
respostas da parte do Senhor. Nadia Malta
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